Muitos
umbandistas expressam o desejo de terem suas casas. Na maioria dos objetivos, a
razão é para fazer o que discorda da atual casa ou para ditar as suas próprias
regras. No entanto uma corrente espiritual de Umbanda nasce de razões
profundas, alicerçadas no compromisso moral, ético e espiritual. Não se trata
de um local para atender as vontades das pessoas e nem tão pouco um palco de
atrações.
Uma casa de
Umbanda é um lugar sagrado onde se encontra apoio e acolhida aos encarnados e
desencarnados. Um lar para quem quer ficar, uma escola para quem quer aprender,
um hospital para quem quer se curar. Ela nasce em coração simples e sincero,
com disposição e capacidade de agregar, somar e de partilhar. São esses os dons
que outorgam o nascimento de uma corrente umbandista. Valores que não se
aprendem em cursos, que não são comprados ou adquiridos por graus parentescos e
“ritos mágicos”. São valores forjados pela dedicação ao trabalho mediúnico,
pelo discernimento e disciplina que no decorrer no tempo são adquiridos. A
espiritualidade que desenvolve e educa o filho de fé indica o momento de
construir uma casa, quando a formação se completa. A autorização parte da
Umbanda e não das pessoas. Quando a concepção é sagrada entre a espiritualidade
e um coração humilde, a Umbanda vibra no ori, no olhar, na pele. Não há recuo
pelas dificuldades, pelas próprias limitações ou ingratidões. Há objetivo,
determinação e realização. O resultado se apura no decorrer dos anos. Os
trabalhos crescem, se desenvolvem e se multiplicam. As correntes espirituais se
consolidam e a identidade da casa se constrói junto com sua história. É como
uma semente que possui o dom dos frutos, mas terá que trabalhar em sua formação
até se transformar em uma árvore.
Que as
sagradas casas de Umbanda promovam ambientes adequados para que seus filhos sejam
capacitados a cuidar da fragilidade humana.
Saravá!
Templo de
Umbanda Caboclo Pena Branca – Taubaté SP
Mãe Márcia
Moreira