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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ORAÇÃO AOS ORIXÁS - 2015.


Que a irreverência e o desprendimento de Exu nos animem a não encarar as coisas da forma como elas parecem à primeira vista e sim que nós aprendemos que tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso! Laro yê exu!

Que a tenacidade de Ogum nos inspire a viver com determinação, sem que nos intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam nosso caminho e seu escudo nos defenda. Ogum yê meu pai!

Que o labor de Oxossi nos estimule a conquistar sucesso e fartura à custa de nosso próprio esforço. Que suas flechas caiam à nossa frente, às nossas costas, à nossa direita e à nossa esquerda, cercando-nos para que nenhum mal nos atinja. Okê arô ode!

Que as folhas de Ossanhe forneçam o bálsamo revitalizante que restaure nossas energias, mantendo nossa mente sã e corpo são. Ewe ossanhe.

Que Oxum nos dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal como suas águas doces – que seguem desbravadoras no curso de um rio, entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar – assim seja que nós possamos lutar por um objetivo sem arrependimentos. Ora yeyêo Oxum!

Que o arco-íris de Oxumaré transporte para o infinito nossas orações, sonhos e anseios, e que nos traga as respostas divinas, de acordo com nossos merecimento. Arroboboi Oxumaré!

Que os raios de Iansã alumiem nosso caminho e o turbilhão de seus ventos leve para longe aqueles que de nós se aproximam com o intuito de se aproveitarem de nossos fraquezas. Êpa hey oyá!

Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da lei divina em nosso coração. Seu machado pese sobre nossas cabeças agindo na consciência e sua balança nos incuta o bom senso. Caô! Caô cabecilê!

Que as ondas de Iemanjá nos descarreguem, levando para as profundezas do mar sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-nos a oportunidade de sepultar definitivamente aquilo que nos causa dor e que seu seio materno nos acolha e nos console. Odoyá Iemanjá!

Que as cabaças de Obaluaê tragam não só a cura de nossas mazelas corporais, como também ajudem nosso espírito a se despojar das vicissitudes. Atotô Obaluaê!

Que a sabedoria de Nanã nos dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que cada nova existência que temos, seja aqui na terra ou em outros mundos, gera a bagagem que nos dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de punição sem fim como julgam os insensatos. Saluba Nanã!

Que a vitalidade dos Ibejis nos estimule a enfrentar os dissabores como aprendizado; que nós não percamos a pureza mesmo que, ao nosso redor, a tentação nos envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento moral! Oni di beijada!

Que a paz de Oxalá renove nossas esperanças de que, depois de erros e acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegaremos ao nosso objetivo mais nobre; aos pés de Zambi maior! Êpa babá Oxalá!

Que assim seja! Porque assim será! Porque assim o é!

NOTA: Desconhecemos o autor desta belíssima oração. Se alguém souber, por favor nos informe que daremos o justo crédito.

sábado, 27 de dezembro de 2014

ORIXÁ REGENTE 2015.

Uma análise perspectiva do Orixá Regente de 2015, sob a lógica da convergência e pensamento de síntese da Umbanda, contemplando uma breve visão dos saberes da Astrologia, Religião dos Orixás e Orunmilá-Ifá.

 

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

É PRA QUEM TEM FÉ!!! A FUNDAÇÃO DE UM TERREIRO DE UMBANDA.



Prezados irmãos planetários,

Um grupo de 12 médiuns funda um terreiro, por deliberação de Caboclo Pery. Inicialmente alugam uma pequena casa de madeira. No registro da imagem histórica, assim era a nossa "choupaninha...Tinha cupim, tinha formigueiro...Apareceu até uma gata e deu cria...Na foto, visita de Mãe Leni ( dirigente do TUVA https://www.facebook.com/TemploDeUmbandaVozesDeAruandaTuva?fref=ts ), que na ocasião nos brindou com uma palestra, referente ao lançamento do livro de Vó Benta, Causos de Umbanda.

Como podem ver, a casa estava cheia...A esquerda de Mãe Leni, ficava o nosso Congá, num pequeno quarto onde só podiam entrar, os consulentes, sendo 3 de cada vez, não mais que isto. Acomodávamos no máximo 12 pessoas sentadas e 18 em pé. As cadeiras foram ganhas de doação, o Congá, o nosso altar, eram 2 tocos grandes de madeira, com flores entre eles e um quadro do Cristo-Jesus ao meio.

Não imaginávamos que em nosso caminho, estava destinado recebermos uma casa de doação, com escritura pública para uso caritativo da religião Umbanda. Se não houvéssemos tido a coragem de dar o passo e fundar o terreiro, não bastaria o respaldo e cobertura Astral, pois o fato de estarmos numa pequena casa alugada com cupim e que ainda chovia para dentro foi determinante para a doação. Certas coisas antecedem outras, cabe a nós fazermos agindo com determinação e para isto temos que ter fé!!!

Hoje estabelecidos em sede própria, temos o compromisso de conduzirmos o Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, o que nos faz agradecer a cada dia ao Alto pela tarefa redentora que no tempo constrói na grande obra do Pai, juntamente com os Sagrados Orixás e Falangeiros de Aruanda, sob a égide da Lei de Pemba, nesta Umbanda de todos nós.

A todos os irmãos que estão conosco, corpo mediúnico e assistência, votos sinceros de paz, saúde, força e união!!!

Um sarava fraternal,

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

GRUPO DE UMBANDA TRIÂNGULO DA FRATERNIDADE INFORMA:
- RECESSO DE FINAL DE ANO!!!
- 19/12/14: ultima sessão pública. 

RETORNAMOS SESSÕES SEMANAIS DIA 09/01/15 - SEXTA. 


 
 Paz e luz!!! 


 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O SIMBOLISMO RELIGIOSO DA PIPOCA.



Para os cristãos-católicos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque a vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. E as pipocas, que é comida e oferenda sagrada na Umbanda e nas religiões afro-brasileiras?

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido. Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a ideia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos. Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado. Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente das crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer; pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltarmos a ser crianças!

Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e de uma dureza assombrosas. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! — e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã, o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

sábado, 6 de dezembro de 2014

O médium do Cristo-Oxalá.

Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, exercitando a oralidade para instruir e fazer a caridade: - reflexões sobre o sublime peregrino, o médium do Cristo-Oxalá. Bom fim de semana, com muita paz e luz. 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A importância do sincretismo para a convergência universalista da Umbanda



        Sincretismo quer dizer a combinação de diversos princípios e sistemas; ecletismo; amálgama de concepções heterogêneas. É o somatório de diferentes filosofias e fundamentos magísticos que tendem para uma igualdade, podendo ser diferentes na forma, mas em essência são semelhantes. A Umbanda por ser sincrética em seu nascimento e formação, apresenta a disposição de convergir para pontos em comuns o que se apresenta sob diversas maneiras rituais em todas as outras religiões do planeta. Ao contrário da opinião de zelosos religiosos, isto não a enfraquece doutrinariamente, não conspurca uma falsa pureza que outras religiões afirmam possuir e não a deixa menor do que qualquer culto ou doutrina mediúnica. Há que se comentar que a diversidade é da natureza universal e nada é igual no cosmo, nem mesmo as folhas de uma mesma árvore. Assim, Umbanda se apresenta como a mais universalista e convergente das religiões existentes no orbe na atualidade.
        Não poderíamos deixar de comentar o preconceito que ainda existe em relação à raça negra, particularmente a tudo que é oriundo da África*, o que se reflete irremediavelmente na passividade mediúnica, advindo as proibições descabidas e os conflitos que não levam a lugar algum. Este atavismo também se impregna nos homens que estão na Umbanda, afinal não somos melhor que ninguém. Especialmente quanto a origem africana da Umbanda - também temos a origem indígena e branco judaico-católico-espírita -, lamentavelmente persistem os ranços na busca de “pureza” doutrinária, como se tudo que viesse do continente africano seja de um fetichismo sórdido e da mais vil magia negativa. Isto não é procedente e temos que ser fiéis a verdade que está próxima de nossa história recente e anunciação da Umbanda na Terra. Se não fossem os africanos não teríamos a força e a magia dos Orixás hoje no movimento umbandista, embora saibamos que em muitas outras culturas estes conhecimentos se manifestaram, inclusive entre nossos índios e voltando no tempo chegamos até os tempos mais remotos no planeta. Mais perto de nossa historia recente, sem sobra de dúvidas, foram os africanos no interior das senzalas insípidas e inodoras que inteligentemente sincretizaram os Orixás com os santos católicos perpetuando-os em berço pátrio até os dias atuais.
       Vamos resgatar um pouco desta origem, digna de todo nosso respeito e veneração.  Na época da escravidão, houve um sincretismo afro-católico, principalmente nas áreas rurais da Bahia e do Rio de Janeiro, denominado Cabula. Segundo pesquisas de historiadores, refere-se aos rituais negros mais antigos, envolvendo imagens de santos católicos sincretizados com os Orixás, herança da fase reprimida nas senzalas dos cultos africanos, onde os antigos sacerdotes mesclavam suas crenças e culturas com o catolicismo para conseguirem praticar e perpetuar sua fé. Quando no final do século XIX ocorre a libertação dos escravos, a Cabula já era amplamente presente como atividade religiosa afro-brasileira. Este sincretismo foi mantido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas após a anunciação da Umbanda enquanto religião nascente em 1908. No Rio de Janeiro de então e antes da origem oficial da Umbanda, eram comuns práticas afro-brasileiras similares ao que hoje ainda se conhece como Cabula e Almas e Angola. Cremos que o surgimento e anunciação da Umbanda através da mediunidade de Zélio Fernandino de Moraes forneceu as normas de culto para uma prática ritual mais ordenada, orientada para o desenvolvimento da mediunidade e na prática da caridade com Jesus em auxílio gratuito a população pobre e marginalizada do início do século passado.
      No presente, podemos afirmar que é majoritária a presença dos Orixás na prática doutrinária da Umbanda, inclusive cada vez mais crescendo o culto com as imagens simbólicas em formas originais africanas, também pelo fato que o gradativo e crescente entendimento da reencarnação indica cada vez mais à coletividade umbandista  que muito dos santos católicos provavelmente reencarnaram.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O Jogo de Búzios (Merindilogun) legitimado na Sabedoria de Orunmilá-Ifá:

ESTUDO CONTINUADO E GRATUITO DA UMBANDA:

- o Merindilogun (Jogo de Búzios) é comprovadamente legitimado nos fundamentos da Sabedoria de Orunmilá-Ifá e na tradição dos antigos Babalaôs (Pais de Segredo);


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Terreiros - unidades autônomas e livres.

"A Umbanda é uma gigantesca rede de pescador das almas jogada pelo Pai, no imenso oceano da existência dos espíritos humanizados retidos na Terra." Ramatís.

A Umbanda, pelo fato dos milhares de terreiros existentes que a compõem serem independentes entre si, se comportando como unidades religiosas autônomas e livres, não é doutrinariamente padronizada na Terra e cremos que nunca o será por vontade do Pai.

Mas porque será que está é a vontade do Pai?

Lembremos que, desde o surgimento da Umbanda, o espiritismo codificado proíbe as manifestações de muitas entidades, que são tratadas como seres inferiores, menos esclarecidos, sofredores, obsessores, não encontrando médiuns nesta seara na Terra para trabalhar do Astral. Na verdade, o  surgimento da Umbanda foi intensificado pela proibição da manifestação de africanos, índios, pretos(a) velhos(as) e caboclos(as) -  vigente no início do século passado -, que infelizmente permanece até os dias atuais.

Com certeza, a Umbanda foi arquitetada pelo Alto, para democratizar o acesso à mediunidade dos dois lados da vida. Do lado de cá, dá oportunidade aos médiuns que precisam trabalhar independente do seu grau de instrução, especialmente os menos favorecidos, os analfabetos e pobres, incluindo-os igualmente no mediunismo, dado que no espiritismo ortodoxo vigente, médium que não sabe ler não consegue freqüentar as suas escolas. Do lado de lá, abre as portas aos espíritos julgados “marginais”; bandidos, malandros, feiticeiros, bruxos, magos, curandeiros,..., dado o pensamento etnocêntrico judaico-católico predominante ainda em nosso inconsciente coletivo, que reflete-se inegavelmente na "pureza" e exclusão dos centros espiritistas.

Esta "democratização" da mediunidade, para todos sem olhar a quem, alivia nosso carma coletivo acumulado de opressão pelas doutrinas reveladas, codificadas, codificadores, religiões de um só profeta, crenças em um único livro sagrado...

Podemos dizer que a essência da Umbanda é a seguinte:

 "Todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos àqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai". 
Caboclo das Sete Encruzilhadas. 
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