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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Intuição e incorporação...


PERGUNTA: — Poderíamos considerar o médium intuitivo como um tipo exatamente oposto ao de incorpora­ção? Ambos não representam os dois tipos clássicos de médium "consciente" e de médium inconsciente, situados, portanto, em extremos completamente opostos?
RAMATÍS: — A escala da faculdade mediúnica é muito extensa e variada. O médium, que é também um indivíduo senhor de vasta ou reduzida bagagem psíquica milenária, está sempre presente animicamente e com o seu acervo pes­soal na comunicação mediúnica dos desencarnados. É difi­cílimo, pois, encontrar dois médiuns cuja moral, tempera­mento, cultura ou poder mental coincidam rigorosamente entre si e, por isso, produzam comunicações perfeitamente semelhantes. Mesmo quando se trata de médium de incor­poração completa, e inconsciente, a sua bagagem psíquica e a contextura de sua individualidade espiritual sempre influem nas comunicações mediúnicas, impondo certa pecu­liaridade pessoal do mesmo. Só em caso de morte física é que o espírito se desliga completamente do corpo carnal, que passa a ser o "cadáver" absoluto, o corpo sem vida e sem qualquer possibilidade de influir exteriormente.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O carma, é um destino implacável?


PERGUNTA: — Cessa completamente o “livre arbítrio”, para só prevalecer o Carma, como um destino implacável! Que nos dizeis?

RAMATIS:  O destino é resultante das ações e das forças que a criatura mobiliza continuamente sob a sua própria vontade; e através desta, o homem tanto pode produzir situações futuras para melhor como para pior. A vontade esclarecida dirige a mente para a consecução de um destino supe­rior, pois ela é que realmente delibera quanto à movimentação e o rumo das causas que posteriormente se transformam nos efeitos correspondentes.

Justamente devido ao seu livre-espírito é que o homem usa e abusa das energias componentes do seu perispírito, as quais, por serem forças latentes evolvidas da animalidade inferior nos milênios findos, quando acicatadas podem lançá-lo aos mais incontroláveis desatinos! Então a Lei de Causa e Efeito deve intervir no tempo justo para recuperar o espírito conturbado e ajustá-lo novamente à marcha ascensional de sua verdadeira vida, ao mesmo tempo que a Lei do Carma ajusta o espírito, conduzindo-o à situação que mere­ce diante do balanço de suas culpas e de suas boas obras.

Bem usar do livre arbítrio não é praticar o mal à vontade e calcar-se nas ilusões e interesses do mundo físico, mas exatamente valer-se dessa regalia para se libertar dos ciclos reencarnatórios da vida material, o que então imuniza o homem, cada vez mais, do Carma do próprio planeta que habita.

Francisco de Assis, Buda, Jesus e outros espíritos excelsos que desistiram de competir com os valores ilusórios do mundo material e renunciaram à personalidade humana, desenvolveram poderes incalculáveis do mundo espiritual, porque os seus atos estavam acima do poder cármico terráqueo. No entanto, homens como Napoleão, Aníbal, César, e outros conquistadores de coroas e penduricalhos do mundo transitório material, ainda colhem os efeitos de sua precipitação ao usarem maquiavelicamente do seu livre arbítrio fora de suas necessidades espirituais. O homem, pela sua própria vontade, pode modificar ou atenuar o seu Carma futuro, mas é óbvio que não pode intervir extemporaneamente no Carma da Terra que habita, o qual depende diretamente do Carma da Constelação Solar. O planeta terráqueo não pode fugir à sua lei cármica nem modificar pela sua vontade as etapas evolutivas, que lhe são decorrentes dos movimentos e dos reajustamentos de outros orbes filiados à mesma ronda planetária.

O homem vale-se melhor do seu livre arbítrio à medida que acelera o seu progresso espiritual e se liberta dos ciclos reencarna­tórios na matéria física, onde o Carma planetário, demasiadamen­te severo e restritivo, reduz a ação da vontade humana.

Do livro FISIOLOGIA DA ALMA.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

COMUNICADO IMPORTANTE: SELO EDITORIAL TRIÂNGULO DA FRATERNIDADE.


      O médium Norberto Peixoto, dirigente e fundador do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, após ter escrito 13 livros com o espirito Ramatís, abnegado e amoroso tutor, foi informado pelo próprio que terminara suas tarefas psicográficas com ele, em conformidade aos compromissos assumidos antes da presente encarnação, assim sendo liberado para outros amigos espirituais atuarem em sua sensibilidade, pois o canal mediúnico continua ativo. Há que se lembrar, como foi já dito no último livro psicografado pelo Norberto, Mediunidade de Terreiro, que neste momento planetário Ramatís está diretamente envolvido no processo "técnico" de reencarnação imediata de um número expressivo de Mestres ligados a Metrópole do Grande Coração - Fraternidade da Cruz e do Triângulo - e à reencarnação dele mesmo num futuro próximo, sem precisar data.

       Concomitante a liberação de Norberto do compromisso com Ramatís, o espírito Guia Chefe do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, CABOCLO PERY, orienta-o sobre o projeto de realizar o registro etnográfico da Umbanda que praticam, interpretando e dando publicidade as Chaves Teológicas e Rito Litúrgicas vivenciadas internamente pela comunidade terreiro. Nasce o Selo Editorial Triângulo da Fraternidade, objetivando a consecução deste projeto, dar oportunidade para novos autores e, ao mesmo tempo, contribuir com o custeio da comissão de obras da associação, indo além da mera manutenção do que já está construído, pois objetiva concretizar a expansão material necessária, para abrigar-se adequadamente o crescimento previsto no plano caritativo existente no Astral.

       Iniciamos com o lançamento do livro CONVERSA DE TERREIRO, em breve disponível, de autoria de Lis Chaves, médium trabalhadora nos passes, aconselhamentos espirituais e dirigente dos atendimentos com apometria do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade. Este é seu primeiro livro, redigido com a inspiração do espírito Senhor Exu Gargalhada, uma nova etapa que se inicia na sua mediunidade.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

ESTUDO BÁSICO COROA MEDIÚNICA: ORI, ELEDÁ, ORIXÁS E FALANGEIROS.

Concluímos um estudo básico sobre COROA MEDIÚNICA: ORI, ELEDÁ, ORIXÁS E FALANGEIROS.

VÍDEO 1: Coroa Mediúnica.

VÍDEO 2: O Guia de Frente.

VÍDEO 3: Exu pode ser o Guia de Frente?

Sobre o levantamento do ELEDÁ - Regência dos Orixás -, esclarecemos que o MERINDINLOGUN (Jogo de Búzios) não é exclusivo do Candomblé e pode fazer parte da Umbanda, ao contrário do que recebemos afirmando IN BOX. O MERINDINLOGUN, conforme ensinam alguns provérbios de IFÁ, é um dos métodos de predição da Religião Iorubana e é originalmente africano. Manteve-se vivo com a diáspora não somente no Brasil, mas em outros países, como Cuba por exemplo. Recebi a peneira, os 16 Búzios Consagrados e os fundamentos deste oráculo em rito de confirmação das mãos de ROGER FERAUDY, que foi um importante Mestre e hoje se encontra em Aruanda.

A Umbanda não tem uma codificação, um livro sagrado ou um "papa" do saber. Cada terreiro tem as suas particularidades e o que realmente importa é o quanto cada comunidade está contribuindo para a espiritualização e formação de seres humanos do bem e de bom caráter.

A perspectiva da religiosidade que vivenciamos está em conformidade aos fundamentos deixados pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas e as chaves teológicas e rito litúrgicas praticadas no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade não os alteram, embora enfatizem a psicologia com os Orixás.

Ponderamos que os traços psíquicos associados aos Orixás não são definitivos nem se apresentam isolados um dos outros. Todos nós temos a influência do meio ambiente bio-psico-social em que vivemos, e ao mesmo tempo das energias de todos os Orixás. O comedimento, a observação arguta e a vivência no decorrer dos anos são os melhores parâmetros para o autoconhecimento e aprimoramento perante a vida. Portanto, ao nosso ver, o conhecimento da psicologia dos Orixás é somente um dos muitos caminhos que nos fornecem referências de comportamento na busca do aperfeiçoamento humano e da evolução espiritual.

Muita paz e muita luz,
Norberto Peixoto.  

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Médium aspirante?!?

ASPIRANTADO 2015.
A partir de 20 de fevereiro.

O aspirantado, no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, é o período em que o irmão que se propõe a fazer parte de nossa Corrente de Trabalhos Espirituais passa, no sentido de conhecer a filosofia, a disciplina e os Rituais do nosso Templo Religioso. Nesse período, o candidato a membro da corrente pode sentir e fazer a avaliação se, na verdade, esse é o agrupamento umbandista a que pretende se vincular e atuar como médium. Ao mesmo tempo realizará tarefas externas de apoio, como arrumar e limpar o ambiente dos trabalhos a serem realizados. Para nós do Triângulo da Fraternidade fazer parte da Corrente significa assumir, pela vivência templária ritualística propiciada, uma família espiritual e, vestindo o branco, sermos idealizadores e realizadores dentro de uma filosofia e organização religiosa, colocando-nos a serviço de Jesus e dos Orixás, em parceria com os amigos Benfeitores Espirituais.


QUADRO ILUSTRADO COROA MEDIÚNICA

Referente ao vídeo COROA MEDIÚNICA (ORI, ELEDÁ, ORIXÁS e FALANGEIROS). Para melhor visualização.
Algumas Chaves Interpretativas Teológicas praticadas no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade.




COROA MEDIÚNICA: Ori, Eledá, Orixás e Falangeiros.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Qual é a nossa escolaridade Espiritual?

 Jesus enfrentava imensa desvantagem na vivência terrena, porque, na competição humana e feroz dos terrícolas, ele só reagia "dando a camisa a quem lhe furtasse a túnica" ou "oferecendo a face direita a quem lhe batesse na esquerda". Entre a pomba que não se defende do gavião cruel, apenas interessado no seu bem-estar, é óbvio que a pomba será sacrificada. Num mundo tão agressivo e primário, ainda nos primórdios do seu aperfeiçoamento, como é a Terra, os seus habitantes são espiritualmente analfabetos e só reconhecem o poder da força, jamais a ternura e a renúncia.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

E a Umbanda, o que é mesmo?

[...] Religião é religação com Deus, e não posso compreender agrupamentos, ditos religiosos, onde imperam apenas a vaidade, o egoísmo, a exterioridade e a invencionice, fantasias sem respaldo científico e religioso, que só prendem seus adeptos à ignorância e ao vazio. (...) Ora, em vez dessas discussões vazias busquemos limpar a Umbanda de fantasias, de exotismos inventados pelas mentes fantasiosas de pessoas e grupos.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Linha dos ciganos: mediunidade combina com prosperidade financeira?


É certo que o exercício mediúnico deve se pautar pela seguinte máxima: “dar de graça o que de graça recebemos”.O que me chama atenção é que seguidamente temos médiuns operosos, dedicados, assíduos, e suas vidas não têm prosperidade. Conversando aqui e ali, verifico que ainda temos marcado muito forte em nosso inconsciente que ganhar dinheiro é uma coisa ruim, que não combina com o sagrado, que vai nos atrapalhar. Verifico, ainda, um medo de “não se entrar no Céu”, decorrente da explicação de Jesus acerca da dificuldade de um rico alcançar esse feito, quando disse ser mais fácil um camelo passar no buraco da agulha do que isso acontecer.A resposta de Jesus para o jovem rico que o perquiriu não se baseou só em sua riqueza, mas no fato de que seu coração estava cheio de avareza e idolatria pelas moedas. Não é possível que Deus seja contra a riqueza, a troca mercantil, o progresso.O jovem rico, ao inquirir de Jesus sobre o que fazer para herdar a vida eterna, ouviu do Mestre que deveria desfazer-se de suas riquezas, para ter um tesouro no Céu. A questão não era o dinheiro que o jovem acumulava, e, sim, sua idolatria pelo material.A explicação de Jesus, dizendo que é mais fácil um camelo passar por um buraco de agulha do que um rico entrar no Céu, incorretamente interpretada até os dias atuais, faz muitos pregarem contra os bens materiais e acreditarem na trilogia: espírito, Céu e pobreza. Com certeza, nosso coração e nossa consciência não devem estar apenas nas riquezas pueris. Todavia, ganhar dinheiro honestamente, em abundância, não constitui maior empecilho que o mundo profano, os apelos carnais e o próprio orgulho, uma vez que ser pobre não é ser humilde e vice-versa.No exemplo do jovem, diante de Jesus, recomendou-se, de forma figurada, que ele deveria deixar o apego às riquezas. Na verdade, a riqueza potencializará o que nossas emoções negativas exprimem em nosso modo de ser, como um meio de exacerbação involuntária da falta de autoconhecimento, como o são o apego à fama, ao talento reconhecido, à boa aparência, com roupas da moda, ou ao intelectualismo exagerado, à sexolatria e à vaidade desmedidas.Infelizmente, a mentalidade dominante no meio judaico cristão – incluindo-se o espiritismo e também nossa Umbanda, pois seria impensável negarmos a influência católica em nossas comunidades – é a de “bem-aventurados os pobres”, quando deveríamos enfatizar: “O Senhor é meu pastor; nada me faltará”.Um dia desses, escutei de um dirigente Umbandista que tem seu terreiro quase caindo aos pedaços, em um barracão de madeira, que não reformava o local para o povo não pensar que eles tinham dinheiro, mesmo o agrupamento sendo auto suficiente financeiramente e o terreno sendo deles. Pode?Voltando à pergunta de que se mediunidade combina com prosperidade, respondo: é claro que sim.




Temos, na Umbanda, a linha dos Ciganos, que nos trazem uma alegre mensagem de axé – força – para abundância, fartura e prosperidade em nossas vidas.É preciso falar um pouco da origem dos Ciganos, para entender seu trabalho e por que ele é realizado na Umbanda.Primeiramente, temos de desmistificar a imagem do andarilho cigano, malandro, ladrão, sequestrador de criancinhas, falastrão, desonesto. Isso foi fruto do preconceito diante dessa etnia livre e alegre, principalmente pelo fato de a crença deles não ser católica, religião dominante, confundida com os estados monárquicos por muito tempo.Os Ciganos chegaram ao Brasil oficialmente a partir de 1574. Existiam disposições régias proibindo-os de entrarem em Portugal. Em 15 de julho de 1686, Dom Pedro II, rei de Portugal, em conluio com o clero sacerdotal da Igreja, determinou que os ciganos de Castela fossem exterminados e que seus filhos e netos (ciganos portugueses) tivessem domicílio certo ou fossem enviados para o Brasil, mais especificamente para o Maranhão.Dom João V (1689-1750), rei de Portugal, decretou a expulsão das mulheres ciganas para as terras do pau-brasil. Por anos a fio, promulgaram-se dezenas de leis, decretos, alvarás, exilando os ciganos para os estados de Maranhão, Recife, Bahia e Rio de Janeiro, onde se encontravam os núcleos populacionais mais importantes da colônia portuguesa. Este mesmo rei, Dom João V, proibiu os ciganos de falar o romani, uma de suas línguas.Afirma-se que as mais importantes contribuições dos ciganos para o progresso e a prosperidade de nosso país foram negligenciadas até hoje pelos historiadores e livros escolares. Eles foram coparticipantes da integração e da expansão territorial brasileira. Ouso afirmar, ainda, que, se não fossem os ciganos, as comunidades de antigamente, pequenos centros habitacionais, vilarejos, teriam progredido muito mais lentamente.Os portugueses e africanos que vieram para cá não eram nômades. Os lusitanos procuravam fixar-se em terras alémmar, e os africanos fixavam-se a estes últimos como escravos.Então, de norte a sul, de leste a oeste, em todos os lugares, lá estavam os ciganos, livres, viajando em suas carroças, negociando animais, arreios, consertando engenhos, alambiques, soldando tachos, levando notícias, medicamentos, emplastros e também dançando, festejando e participando de atividades circenses.Alegres, prudentes, místicos, magos e excelentes negociantes, quando chegavam aos vilarejos conservadores, era comum senhoras se benzerem com os rosários em mãos, esconderem as crianças nos armários, pois chegavam os ciganos com suas crenças pagãs.Assim como os espíritos de negros e índios foram abrigados na umbanda, por falta de espaço para suas manifestações nas lides espíritas, todas as raças encontraram no mediunismo umbandista liberdade de expressão. Os fatores mais importantes que permanecem em um povo, desde a mais remota antiguidade, são de consistência espiritual, com manifestação nos sentimentos e no modo de ser mais íntimo, com comportamentos típicos, frutos da memória coletiva, ou seja, de uma herança atávica.É inconcebível, como o fazem nas hostes kardecistas, doutrinar um espírito milenar em minutos, fazendo-o deixar de ser um brâmane, um filósofo grego, um mago persa, um aborígene, um negro africano, um índio ou um cigano, passando a ser “só um espírito”.Com respeito a todas as formas raciais, a umbanda foi plasmada no Astral para oportunizar a manifestação de todos esses espíritos comprometidos com suas histórias e consciências coletivas, que não se desfazem e refazem em minutos de oratória racionalista, em uma mesa espírita. Não faz pouco tempo, estive envolvido no aluguel de uma sala comercial para instalar minha empresa de distribuição de catálogos por vendas diretas. Estava apreensivo com a inadimplência e temeroso de que esse novo passo, para o qual teria que assumir investimento e novas representações, não fosse bem-sucedido. Fiz uma prece fervorosa no congá da choupana, pedindo amparo e que, se fosse de meu merecimento, conseguisse intuição para tomar as decisões certas em relação ao novo empreendimento, dado o baixo capital de giro de que dispunha.Sou da opinião de que quem não pede não leva e de que devemos saber pedir, para não ganharmos o que não queremos.Podemos pedir um cavalo ligeiro e ganhar um burrico manco, tendo ainda que dar de comer ao bichano. Na dúvida sobre a equidade do que se pede, melhor calar.Na mesma noite da prece no congá, no meio da madrugada, senti uma cigana ao lado de minha cama; alta, com saia rodada vermelha, uma tiara prendendo os longos cabelos negros, cantava e dançava flamenco com castanholas, dizendo ser a cigana formosa da Andaluzia, região da Espanha.Em desdobramento, pegou minha mão fluídica, a esquerda, e comprimiu dois pontos, dizendo-me que estava ativando algumas linhas de força em meu chacra palmar, que me fortaleceriam, no sentido de ter maior tenacidade e não desistir facilmente do novo projeto.Ao acordar, senti comichão forte em dois pontos da palma esquerda, que ficou quente e vermelha. Nesse momento, ouvi a cigana formosa dizendo-me que estaria, a partir de então, junto comigo em meu estabelecimento comercial e de trabalho.Atendia um pedido de caboclo Pery e fora, então, designada pelo senhor Tranca Rua das Almas, por ser o Exu guardião da choupana, zelador da corrente mediúnica, para que me acompanhasse, ajudando-me para que meus caminhos de prosperidade estivessem abertos e assim atraísse, pela lei de atração e afinidade, negócios em mesma faixa vibratória, de abundância e progresso.Deu-me um recado, ao final dessa experiência:
Meu caro cigano Zartheu. É assim que te conheço de longa data: tua preocupação com a coletividade religiosa com que estás envolvido, esquecendo-te da tua própria bonança, muitas vezes sem uma moeda no bolso e mesmo assim não se abatendo diante de tantas rogativas e choro por falta de emprego, dinheiro e penúria dos consulentes. Este simples fato de não pensares em ti, quando vestes o branco da umbanda para auxiliar os que te batem à porta do terreiro, deu-te merecimento para que fosse ajudado. Nada é um acaso. Em idos antigos, quando ocupávamos o mesmo clã e eu te era a amada, cuidava de todos os negócios de nossa família cigana, que era enorme. Tu confiavas em mim cegamente, até o dia que te traí com um jovem cigano galanteador de outro clã. Não te lembras do ataque em tuas tendas em altas horas de madrugada, do assalto e assassinatos infames?Caímos, eu e ele, na mais grossa traição, conspurcando nossa fé e etnia. Não sabes quanto sofri por isto; “expulsa” de nossa tribo por nossas leis, deixada a esmo no interior da Espanha católica, acabei me recolhendo em convento. Por não ter procedência aceita, terminei meus dias como serviçal das freiras, que, por qualquer motivo, escarneciam da minha origem étnica, chamando-me de bruxa megera, pelo fato de a arte da leitura das mãos ser uma heresia. Quanto sofrimento, meu querido, e agora tenho a oportunidade sagrada de me reequilibrar com as leis divinas, auxiliando-te como fiel e formosa olheira no Astral, contribuindo para que recebas novamente um pouco de tudo que te fiz perder. Meu amor pela história de nosso povo é enorme e compreendo que nada é definitivo. As oportunidades são eternas, diante da bondade infinita do Pai. Conta com tua amiga, agora mais fiel do que nunca, para que consigas um pouco na Terra, o suficiente para uma vida digna, com bonança, e te dediques cada vez mais ao espiritual.Todos aqueles que de alguma forma dependem de ti neste corpo, desde a filha de Iemanjá, que está muito próxima, zelando por ti e amando-te como mulher, e teus familiares, médiuns, consulentes, público leitor, entre tantos, encontrem sempre a serenidade em teu semblante, que a abundância e a prosperidade oferecem, quando associados com a espiritualização do ser que a nossa amada umbanda forja. Que Deus e os sagrados orixás nos abençoem. Tua eterna amiga, hoje cigana formosa.


O vento vai trazer uma cigana
Que as flores da campina vão vergar.
São uma, são duas, são três flores,
De onde seu perfume vai tirar.
Quando cheguei à aldeia
Senti um aroma de rosas.
Havia uma cigana formosa,
Qual cigana eu encontrei.
Levanta a saia, oh, cigana!
Não deixa a saia arrastar,
A saia custa dinheiro,
Dinheiro custa ganhar.
Fonte: livro "Diário Mediunico" - Editora do Conhecimento.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

EM BREVE - CONVERSA DE TERREIRO!!!



     Esta obra, escrita na forma de causos e contos, é material de estudos do comportamento humano. São descritos os mais diversos problemas aflitivos, que as pessoas buscam solucionar através da terapia mediúnica num centro de umbanda. O espírito Senhor Gargalhada, boêmio e músico no início do século XIX, hoje exímio conhecedor das mazelas humanas, notadamente no campo psíquico dos relacionamentos conflituosos; alegre e descontraído, irreverente e violeiro, no Plano Astral entre versos e cantos vai despertando e “alegrando” os sofredores, socorrendo-os e instruindo-os...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

UM DESABAFO - A MANUTENÇÃO DE UM TERREIRO DE UMBANDA.




           Por Norberto Peixoto.

     Que bom seria se todos nós tivéssemos o desapego de um “santo”, de um espírito que serve incondicionalmente a humanidade. Mesmo se assim o fosse, tivéssemos em nós as qualidades morais de um Francisco de Assis, Buda ou Gandhi, ainda assim não conseguiríamos nos reunir e dar passes nos consulentes em baixo das copas das árvores, sem teto, sem luz, sem água, sem banheiro, sem cozinha ou geladeira para o lanche, abaixo das intempéries climáticas do verão causticante ou do inverno gélido, como era na época de Jesus, e com certeza seríamos assaltados se tentássemos, tal a violência e insegurança que grassa nos centros urbanos na atualidade.
       Os críticos de plantão, sempre apontando defeitos nos outros e exaltando atributos que eles mesmos não adquiriram, não fazem a mínima ideia do que é manter um centro de Umbanda, com tudo que deriva disto: água, luz, manutenção, material de higiene e limpeza, faxina, materiais litúrgicos e ritualísticos como velas, flores, perfumes, outros...
        Uma casa espiritualista caritativa não vive do prana e precisa materializar as condições básicas para a sua preservação, manutenção e expansão. Por exemplo, uma assistência de 200 pessoas precisa ter cadeiras para todos sentarem, adaptação de rampas de acesso para cadeirantes e no mínimo 2 amplos e limpos banheiros. Na maioria dos terreiros, somente a módica mensalidade do corpo mediúnico não é o suficiente para tudo que se tem de custeio de uma organização religiosa caritativa, pois muitos têm baixos salários e por vezes estão desempregados, contribuindo de outra forma com a casa já que ficam impedidos de auxílio monetário.

        Pensemos a respeito, antes de criticar a iniciativa daqueles que estão realizando.

              Paz e luz,

         Norberto Peixoto.
         Dirigente e fundador.

         Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade.
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