Por Norberto Peixoto.
Que bom seria se todos nós
tivéssemos o desapego de um “santo”, de um espírito que serve
incondicionalmente a humanidade. Mesmo se assim o fosse, tivéssemos em nós as
qualidades morais de um Francisco de Assis, Buda ou Gandhi, ainda assim não
conseguiríamos nos reunir e dar passes nos consulentes em baixo das copas das
árvores, sem teto, sem luz, sem água, sem banheiro, sem cozinha ou geladeira
para o lanche, abaixo das intempéries climáticas do verão causticante ou do
inverno gélido, como era na época de Jesus, e com certeza seríamos assaltados
se tentássemos, tal a violência e insegurança que grassa nos centros urbanos na
atualidade.
Os críticos de plantão,
sempre apontando defeitos nos outros e exaltando atributos que eles mesmos não
adquiriram, não fazem a mínima ideia do que é manter um centro de Umbanda, com
tudo que deriva disto: água, luz, manutenção, material de higiene e limpeza,
faxina, materiais litúrgicos e ritualísticos como velas, flores, perfumes,
outros...
Uma casa espiritualista
caritativa não vive do prana e precisa materializar as condições básicas para a
sua preservação, manutenção e expansão. Por exemplo, uma assistência de 200
pessoas precisa ter cadeiras para todos sentarem, adaptação de rampas de acesso
para cadeirantes e no mínimo 2 amplos e limpos banheiros. Na maioria dos terreiros,
somente a módica mensalidade do corpo mediúnico não é o suficiente para tudo
que se tem de custeio de uma organização religiosa caritativa, pois muitos têm
baixos salários e por vezes estão desempregados, contribuindo de outra forma
com a casa já que ficam impedidos de auxílio monetário.
Pensemos a respeito, antes
de criticar a iniciativa daqueles que estão realizando.
Paz e luz,
Norberto Peixoto.
Dirigente e fundador.
Grupo de Umbanda Triângulo
da Fraternidade.