O programa redentor de um
médium é esquematizado no Espaço, antes de sua reencarnação, conforme as suas
pesadas dívidas com as leis divinas. É evidente que, em decorrência do alto
grau de inferioridade, ainda peculiar aos habitantes da Terra, no seio da
mediunidade pode crescer a erva daninha do egoísmo, desmerecendo o programa
traçado pelo Alto. Mas é o livre-arbítrio do médium que estabelece a sua
autonomia de decisão, e a qualquer tempo sua consciência pode determinar-lhe
que desista do mediunato a que se propôs seguir, embora em nenhuma
circunstância ele deixe de ser médium, já que pediu e aceitou a sensibilização
do seu corpo astral, a fim de reencarnar como um intermediário com o Plano
Maior.
Todavia, assim como nossos
Maiorais afirmam que, por mais criterioso que seja o médium, "os homens
passam e as instituições na Terra ficarão", o que tem valia é a obra
realizada e não necessariamente o permanecer "obrigado" num terreiro
ou num centro espírita, em detrimento de ser um médium "livre" em
qualquer lugar. Naturalmente, em todo local ocorrem quedas de médiuns, e pior
do que desistir da mediunidade e nada realizar é o serviço mediúnico
mercenário.
Malgrado o menosprezo
existente em muitos medianeiros em relação aos grupos mediúnicos, afirmamos que
é a partir do espaço físico de reunião que se forma uma corrente vibratória
sustentadora do trabalho do lado de cá, na qual os benfeitores do Espaço
conseguem atuar e vos proteger. Envolvidos por essa egrégora benfazeja, criada
a partir do direcionamento focal das boas emanações mentais do agrupamento,
podemos neutralizar as energias densas, resultantes de pensamentos deturpados e
fluídos deletérios de espíritos sofridos, no mais das vezes cruéis inimigos e
desafetos dos próprios médiuns.
Ademais, não é incomum o médium que trabalha sozinho pressupor ter educado a mediunidade. Ou
seja, ele presume não precisar de outros médiuns para o intercâmbio mediúnico,
bastando a si mesmo, o que pode estar mascarando uma defesa do ego por traumas,
recalques e medos mal resolvidos que dificultam o relacionamento interpessoal
maduro. Insistindo em navegar solitário nos mares imprecisos da mediunidade, a
presunção que o move fatalmente mudará a faixa de sintonia com os verdadeiros
mentores. Consequentemente entidades mistificadoras e oportunistas incentivarão
a sua "independência" e o afastamento definitivo do grupo mediúnico
se consolida, assim como a onda do mar facilmente afunda um barquinho de
papelão.
- livro pesquisado para a
construção do texto:
MEDIUNIDADE DE TERREIRO