As prováveis consequências do uso da magia ou do chamado axé forte, não
raras vezes de apelo rápido e de resultados eficazes no precário imaginário
popular predominante, por demais sensível ao imediatismo de resultado, talvez
seja ainda a maior motivação que faz os cidadãos ainda virem à Umbanda pela
primeira vez.
Reflitamos que todo trabalho espiritual mediúnico caritativo ou não, está
amparado por leis reguladoras que atuam independentemente das denominações
terrenas das religiões e doutrinas. Assim, mesmo que por vezes muitos médiuns
invoquem certas forças magísticas convictos do resultado rápido, estão
contingenciados por forças mantenedoras do próprio equilíbrio cósmico, onde
somos como grãos no deserto – muda-se a posição de um monte de areia pelas mãos
do homem, mas logo vem o vento incontrolável e o altera. Não temos capacidade
de movimentar um deserto de lugar, assim como não teremos aquilo que não seja
nosso de merecimento em nosso destino, embora não haja determinismo. Por isto
que muitos se desiludem com o seu "santo", pois pagaram e fizeram
todas as iniciações e trabalhos rituais que lhes foram pedidos por determinada
categoria de sacerdócio, aética e mercantil, sendo que no mais das vezes nada
conseguiram.
Somente pelo esforço próprio alcançaremos a "boa sorte" em
nossas vidas, tal qual a forja transforma a força e destreza do ferreiro em
peça útil. O caráter é o escudo de defesa do bom ferreiro, sua espada e
armadura!