Mensagem de
Pai Tomé
A FASE DA
MEDIUNIDADE SUPRACONSCIENTE
Os estados
mentais do homem, similarmente ao fogo que esquenta o ar e faz o balão subir,
tendem às alturas da percepção extrafísica. As sucessivas encarnações são como
achas de lenha colocadas na fogueira imposta aos corpos físicos em uma vida
material: frágil, transitória e impermanente. O atrito da consciência com o ego
“esquenta” o duelo entre o infinito e o finito, o espírito imortal e
mortalidade corpórea.
O
deslocamento da percepção mental para além das muralhas físicas é o balão que
sobe para dentro do ser, para as alturas do permanente estado mental de
autorrealização que é a essência do espírito reverberando no ser. O ar quente
de cada expiração encerra na Terra uma combustão que transforma a consciência,
rumo à religação com Deus.
Inevitavelmente,
a mediunidade consciente da era atual dará passagem à mediunidade supra
consciente no início do Terceiro Milênio. A expansão da consciência que
extravasa os estreitos limites dos sentidos ordinários rompe a barreira da
ignorância de quem realmente os homens são - assim como o condutor de um balão
enxerga panoramicamente além do limite dos muros do castelo que o aprisionava.
O castelo do
ego encarcera o ser nos desejos de ter bens e possuir a satisfação de seus
sentidos. Promete e dá riquezas, mas constrói barreiras à plenitude da visão
espiritual. Os “olhos” hipnotizados nas coisas do mundo são fuligem no
candeeiro do espírito – disse Jesus: “a candeia do corpo são os olhos; de sorte
que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus
olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso”.
O mediunismo
umbandista “sofrerá” profundo impacto. A Umbanda pelo seu universalismo, que
lhe dá flexibilidade, fará com que de fato se perceba a unidade na diversidade:
a Luz de um só Deus que contrasta entre sombras e trevas da existência terrena.
O Supremo tem muitos nomes e formas simbólicas. Todavia, a luz que ilumina este
diversificado mosaico é uma só. As religiões se expressaram na Terra de acordo
com os ciclos de tempo necessários à compreensão das massas humanas, em locais
diferentes da geografia planetária.
A primeira
fase da Umbanda exaltou as manifestações espontâneas inconscientes, fenomenais,
de muitas curas físicas. Chamou-se a atenção com as trombetas, escudos e
espadas de Ogum, abrindo-se o caminho e ceifando-se a incredulidade vigente.
A segunda
fase da Umbanda foi de expansão, com médiuns manifestados de caboclo e pai
velho aqui e acolá, neste imenso Brasil, nos mais variados rincões, cozinhas e
garagens. Não foi unicamente o Caboclo das Sete Encruzilhadas desde o seu
início, mas uma plêiade de preparadas entidades que desceram a Terra – uma
parte encarnando antes e depois do advento do Caboclo para serem médiuns
receptores da outra parte que ficou no Astral, os Guias que solidificariam a nascente
Luz Divina entre os homens, como sementes jogadas no campo fértil pela mão do
semeador cósmico.
A terceira
fase da Umbanda, ainda vigente e no seu final, deu prevalência à mediunidade
consciente. O transe e os estados alterados e superiores de consciência são
vivenciados com parcial ou plena recordação ao final. Milhares de jovens
médiuns conscientes batem às portas dos terreiros pedindo abrigo, reforçam e
renovam a religião. Assim como as ondas desconstroem os castelos de areia à
beira-mar, diluem-se tabus limitantes de uma falsa mediunidade inconsciente,
individualmente raríssima e episódica na presente data, sem continuidade de
expressão coletiva.
A luz e o
calor do Sol abrasam as poças d’água e as fazem evaporarem após a chuva.
Similarmente, em breve e avassaladoramente, no máximo em até trinta anos, não
haverá mais nenhum médium encarnado com “resíduos” psíquicos de mediunidade
inconsciente nos transes.
Urge
reavaliarem-se posturas equivocadas, reverem-se a falta de veracidade,
liberarem-se de falsos dogmas e de tabus limitantes ainda vigentes por dentro
do movimento umbandista, que bloqueiam a educação da mediunidade neste início
de Terceiro Milênio. Educação que tem por finalidade precípua formar cidadãos
maduros e potencialmente espiritualizados e nunca deveria ter tido a intenção
de conceder “dons” e poderes magísticos para eleitos.
Umbanda é
ciência divina de autorrealização espiritual para liberar os seus adeptos e
simpatizantes das garras afiadas da paralisante ignorância de si mesmos.
Reestruturaremos
os métodos de educação mediúnica na Umbanda. A magia e o poder sobre os
elementos serão secundários e dispensáveis, pois são impermanentes. O poder do
espírito reflete a sua luz na consciência e a expande. Diminuir-se-á os egos e
o verdadeiro e real significado da Luz Divina será vitorioso.
Porque esta
é a vontade do Pai e todos os Santos e Mestres autorrealizados de todas as
tradições ao longo das eras cósmicas em todos os orbes a implantam.
Especialmente neste momento, a fazemos para a evolução da humanidade.
Que a
Estrela Polar os guie com as bênçãos das Santas Almas do Cruzeiro Divino.
Pai Tomé.
Refletiu a
Luz Divina
Com todo seu
esplendor
Vem do reino
de Oxalá
Aonde há paz
e amor
Luz que
refletiu na terra
Luz que
refletiu no mar
Luz que veio
de Aruanda
Para nos
iluminar
Umbanda é
paz e amor
Um mundo
cheio de Luz
É força que
nos dá vida
E a grandeza
nos conduz
Avante,
filhos de fé
Como a nossa
lei não há
Levando ao
mundo inteiro
A bandeira
de Oxalá
Levando ao
mundo inteiro
A bandeira
de Oxalá
Nota:
Mensagem, psicografada em 09 de setembro de 2019 pelo médium Norberto Peixoto,
no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, Porto Alegre – RS. Faz parte de
livro no prelo.