Estudo conclusivo aponta a ingestão de carne e laticínios como origem da doença, antes suposta ser degenerativa.
Associado à degeneração dos neurônios, a doença de Alzheimer também pode ter ligação com a presença excessiva de um tipo de aminoácido, a homocisteína, no sangue. Embora pesquisas já tivessem sugerido essa relação, pela primeira vez um estudo conseguiu comprovar que, quanto maior o nível da proteína, mais chances a pessoa tem de desenvolver a doença.
A constatação é do hematologista Dimitri Zylberstein, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
– Nosso estudo demonstra uma clara associação entre o índice elevado de homocisteína e a doença de Alzheimer. Esse resultado, assim como os de estudos anteriores, implica que a doença provavelmente não é puramente degenerativa, mas completamente, ou pelo menos parcialmente, de origem vascular – afirma o médico.
Um importante amionácido para o metabolismo, a homocisteína é produzida no corpo depois da ingestão de carnes e laticínios. Em excesso, ela prejudica as artérias, formando placas de gorduras que podem levar a infartos e derrames.
O estudo conduzido por Zylberstein foi o primeiro a fazer um acompanhamento a longo prazo, de 35 anos, com mulheres de meiaidade, o que garantiu a certeza dos resultados.
Ele descobriu que em relação aos outros tipos de demência, aquelas com alteração na taxa de homocisteína possuíam 70% mais chances de apresentar o problema.
Segundo o cientista, que agora pesquisa a cura do mal, dois aspectos devem ser ressaltados:
– Em primeiro lugar, a descoberta de que o excesso de homocisteína na meia-idade vai afetar a vida da pessoa muitas décadas depois. Em segundo que, se por um lado, demoram cerca de 15 anos para os efeitos se expressarem nos infartos do miocárdio, a média de surgimento da demência é 22 anos – diz.
(Fonte: Zero Hora – Porto Alegre)