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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Maria de Magdala e o senso de superioridade vigente entre as religiões, doutrinas, cultos ou credos.


           
"Assim, Jesus, servindo-se do ectoplasma de uma poderosa médium e tomando os elementos da natureza necessários a densificação do seu perispírito, se fez aparecer novamente para selar a união e a harmonia entre seus discípulos." 

        O senso de superioridade entre as religiões, doutrinas, cultos ou credos ocorre de forma aberta, escancarada, midiática, como acontece na “guerra santa” incentivada pelos evangélicos neopentecostais, em que o sentimento de eleito ou salvo é declarado sem medidas aos que não professam o mesmo sistema de crenças dos seus pastores santificados. Temos então o radicalismo e a intolerância religiosa permeando a violência psicológica e física, o preconceito e a discriminação demonizados num sistema de ameaças infernais. 
        Este mesmo senso de superioridade também acontece de forma velada, dissimulado, não aberto, mas não menos discricionário, etnocêntrico ou opressor; ali é o espírita mais elevado e instruído da boa nova evangélica em relação aos seus irmãos primários dos terreiros de umbanda preconizando que fora da caridade espiritista não há salvação no mentalismo do mundo de regeração; lá é o católico que acredita que fora de sua igreja não há Reino dos Céus e que o corpo e sangue de Jesus na cruz o salvará; aqui é o umbandista “poderoso” com suas entidades "infalíveis" que diz que esta coisa de Orixá das nações africanas é puro animismo fetichista primitivo e atrasado; cá é o teosofista ou rosacruciano que taxa o espiritismo e a mediunidade coisa de cascões astrais do mundo espiritual e que só podem causar doenças.
      Afinal, até quando nos sentiremos melhores e superiores aos nossos pares esquecendo aquele que se diminuiu para nos “salvar”?
         Logo após o calvário de Jesus, estabeleceu-se um clima de desavenças, polêmicas e uma completa desunião entre os seus seguidores, pois sem o Mestre vivo muitos queriam ser o primeiro, ser seu representante na Terra e continuar como “Messias” a sua obra.  Jesus sabia que esta disputa entre os seus discípulos associada com a fé vacilante dos mesmos comprometeria o projeto do Alto para se implantar as diretrizes de libertação contidas no evangelho. Assim, Jesus, servindo-se do ectoplasma de uma poderosa médium e tomando os elementos da natureza necessários a densificação do seu perispírito, se fez aparecer novamente para selar a união e a harmonia entre seus discípulos. Observem que foi à Maria de Magdala, médium de cura, potente doadora de fluídos, que o Divino Mestre primeiro se mostrou. Como mulher proscrita dos ritos judaicos, ex-meretriz, era o último ser da face do orbe em que se esperava que Jesus se mostrasse após seu desencarne. 
          Ocorre que Deus sendo Sublime Amor, Lei, Justiça Universal e Suprema Sabedoria, através de seu filho dileto elege uma excluída, uma inferiorizada, alvo de preconceito e objeto de ataque de uma população vaidosa e com alto sentido de superioridade – incentivados pela classe sacerdotal vigente - para se mostrar primeiro e manda avisar os demais, os que se consideravam os eleitos diante da obra do Mestre, que voltaria para dar instruções.  
       Após a ascensão de Jesus (deixou de se utilizar do perispírito ou corpo astral e “subiu” para um plano superior) a bíblia não cita mais Maria de Magdala, cremos que o  maior “apóstolo” que conviveu em vida com Jesus, e que teve a reencarnação mais conhecida quando foi Teresa de Ávila – canonizada pelo catolicismo. Como poderiam reconhecer uma mulher que curava em nome de um Deus Único e de Jesus? Somente numa encarnação futura.
       Nos dias atuais, permanecemos separados e desconectados do legado verdadeiro de Jesus, eis que nos afastamos das Leis Universais, eis que infelizmente ainda prepondera o senso de superioridade entre nós, não somente nas religiões, doutrinas, cultos ou credos, mas de forma muito intensa em nossa sociedade. 
       Tiremos d’Ele o exemplo, de sua conduta quando esteve entre nós, e reflitamos:
      - alguma vez nos sentimos superiores ou mais perfeitos nos comparando aos nossos confrades de outras religiões, doutrinas, cultos ou credos? 
    - até quando permanecerão as desavenças e a desunião entre as consciências neste início de mundo de regeneração, se não conseguimos nem nos regenerar interiormente?
     - quanto mais teremos que reencarnar?
      Sem dúvida não seremos uma “Tereza d’Ávila”, mas o fato é que somos prisioneiros de nós mesmos neste planeta ou seremos em orbes inferiores.    
        Até quando?

      Muita paz, saúde, força e união.
      Norberto Peixoto.

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