Durante o acoplamento
mediúnico, os mentores utilizam uma grande quantidade de energias, tanto as
originadas dos condensadores energéticos do terreiro, como as do médium e as
atraídas pelo próprio mentor através de vários processos magísticos. Estas
energias são direcionadas para a manutenção do contato mediúnico, para a
consulta e ativações sobre o consulente e também como ajustes para o próprio
médium. A Entidade responsável pelo mediunismo de seu aparelho sabe como
ativar, paulatinamente, certos conteúdos do inconsciente do médium,
possibilitando um aprimoramento psíquico e também expandindo gradualmente suas
percepções do Plano Astral.
Quando uma Entidade da
Umbanda atua sobre seu médium, movimenta as variantes do Prana (Prana, Apana,
Vyana, Udana e Samana), de acordo com a vibratória original dela e com as
forças que ela necessita para desenvolver determinado trabalho. Para que isto
ocorra de maneira satisfatória, sem prejuízo para o médium, é preciso que o
mesmo esteja com seus canais mediúnicos “limpos”, com seus condutores
energéticos desimpedidos. Estes canais mediúnicos e condutores energéticos
referem-se aos chacras no Organismo Astral, aos Plexos no Organismo Etéreo-físico
e a pequenos canais com funções semelhantes às dos vasos sanguíneos ou fibras
nervosas, denominados pelos hindus como nadis ou pipas, e pelos chineses como
meridianos, no organismo etérico.
Para que um médium possa
estar com seus fluxos energéticos adequados, duas condições devem ser
observadas:
1º - o médium deve cultivar
valores morais positivos, zelar por seus pensamentos e sentimentos, procurando
conhecer-se e utilizando as práticas orientadas pelos mentores de sua casa em
como proceder para atingir este objetivo;
2º - deve procurar os
alimentos mentais, astrais e físicos apropriados para restabelecer o desgaste
energético a que é submetido no dia-a-dia pelo exercício de suas atividades
mediúnicas, isto se faz através de visualizações, cantos ou mantras, da magia
vegeto-astro-magnética e pela frequência nos sítios sagrados da Natureza.
A atenção para esses fatores
básicos impedem que o médium tenha suas forças exauridas, que se comporte como
uma bateria elétrica que se descarrega e não mais funciona.
Mantendo constantes esses
princípios o médium será como um gerador de energia, capaz de transformar
energias negativas em positivas, ou mesmo absorver energias positivas e mudar
seu estado para mais sutil ou mais denso (ex: a transformação de energia
etérica em astral, e vice-versa). Estamos aqui nos referindo aos médiuns
verdadeiramente assistidos pelo Astral Superior.
Devido às dificuldades
impostas pelo próprio médium, muitas vezes os Mentores não podem movimentar
todo potencial energético de que dispõem, pois o médium com seus condutores
alterados, oferecendo resistência à passagem de correntes, poderia ter sua
constituição ameaçada em sua integridade. Este é um dos motivos pelos quais
raros médiuns são qualificados como médiuns-magistas - e apômetras -, tendo
suas ações restritas a certas movimentações leves da magia etéreo-física, sem
as chamadas Ordens e Direitos de atuação neste âmbito. A condição de suportar
todo o “embate” de energias envolvidas na magia, que fazem do médium um mago e
sacerdote, é aquisição de vidas passadas, um “dom, que cursos ou ritos não
podem oferecer. Isto é importante ficar claro, pois hoje a democratização
destes cursos e consagrações, que são oferecidos a qualquer um indistintamente,
passa a impressão que magia no mediunismo é algo simples e fácil, bastando
fazer o curso com ciclano ou beltrano e ser consagrado para adquirir-se certos
“poderes” que são uma ilusão.
Reflitamos que após ter
iniciado suas atividades como médiuns, a maioria dos indivíduos tem ainda seus
canais energéticos com certos estreitamentos locais, certas “deformidades”, que
correspondem às imperfeições mentais e astrais que vibram do subconsciente
gerados por atos em outras vidas (ressonâncias de vidas passadas), armazenados
na memória astral e que influenciaram na organização etéreo-física do presente
corpo astral. Através dos ritos de adestramento mediúnico, da doutrina e até da
atividade prática que exige tempo, as vezes muito tempo e paciência, os
mentores em contato mediúnico desfazem certos bloqueios energéticos e, por
consequência, desativam na memória astral inconsciente do médium os conteúdos
que originaram estes bloqueios. Esta sutil e programada interferência sobre a
memória perene (registros de vidas passadas) do médium é feita à medida que o
mesmo vai adquirindo condições, através do aprendizado com os mentores e com o
Mestre encarnado que o orienta, de resolver estes dilemas conscienciais e
seguir avante na jornada evolutiva espiritual.
Dissemos que conforme a
ligação entre o médium e o mentor que lhe assiste vai se estreitando, se há o
empenho do médium na observância das maneiras de manter o mediunismo no tempo,
os "nós" e "deformações" dos condutos energéticos vão se
dissolvendo lentamente e os conflitos conscienciais que os geraram também vão
sendo equacionados. Esta fluência maior de energias permite uma ampliação da
atuação do Mentor sobre aquele médium, nas consultas e trabalhos. De fato,
quanto mais sintonizado estiver o discípulo, mais há o deslocamento da atuação
mediúnica que passa do campo etéreo-físico e astral para o campo mento-astral.
Entretanto, embora outras formas de comunicação mediúnica possam ser
utilizadas, estes médiuns e seus Mentores não devem se esquece da mecânica de
incorporação, tão necessária na atualidade às grandes massas, pelas provas
inegáveis da vida do espírito.
Em função do tipo de atuação
mediúnica e da vibratória da entidade, há certa predominância de uma das
variantes do Prana. Estas energias significam fonte de vida para todos os seres
e provêm mais diretamente do Sol, embora soframos influências de todos os
astros e sítios da natureza, recompondo-se em seu espectro de variantes (as
cinco acima citadas ou dez se considerados seus aspectos negativos) após a
entrada na atmosfera terrestre. O Poder Volitivo dos Orixás Ancestrais com Exu
– Agente Mágico Universal - é o responsável pelas variações do Prana e pela
manutenção da vida no planeta, nos reinos mineral, vegetal e animal que são a
base de sustentação da vida e dos processos de encarne e desencarne do Reino
Hominal.
A Ciência da Movimentação de
Forças Sutis de acordo com os Ciclos e Ritmos do Universo, sob a Lei Suprema,
faz parte da Doutrina de Umbanda, ensinada pelos seus Guias Astralizados que
muitas vezes se apresentam nos terreiros como simples Caboclos e Pretos-Velhos.
Assim o fazem no intuito de demonstrar que precisamos de fortaleza moral e de
atividade efetiva em nossa vida espiritual para estarmos em harmonia com as
correntes cósmica da evolução que levam da Matéria ao Espírito, da Morte à Vida
Eterna, da Ilusão à Realidade, mas, acima de tudo, de muita humildade, amor e
propósito em servir desinteressadamente, o que nos parece, infelizmente, estar
faltando hoje em dia, no afã de conseguirmos poderes, sermos magos, sacerdotes
e consagrados, tudo muito rapidamente.