Todas as
tradições fidedignas dão vital importância à sangha – comunidade. A pertença a
uma coletividade é indispensável para o amadurecimento emocional, conexão
espiritual e expansão da consciência. Este valor é central na Religião
Tradicional Yorubá, origem dos Orixás. Para o Nagô, não é concebível o
empoderamento solitário com os Orixás, sem fazer parte de um grupo, dado que na
sua cosmovisão os Orixás se qualificam em nós quando nos qualificamos neles
pelo esforço em favor da comunidade, do outro, quebrando a casca do ego. O um é
o todo e o todo é um; existe uma reciprocidade direta. Hoje vivemos a era da
espiritualidade ou religiosidade do “meu umbigo”, onde a desconstrução da
pertença aumenta o individualismo vigente, solitários que tecnicamente acham que
sabem tudo dos Orixás, mas tem grandes dificuldades de vivência comunal, com os
outros em um mesmo espaço sagrado.
Compreendamos
que nem todo simpatizante da Umbanda é um adepto, mas todo adepto é um
simpatizante. Ser adepto exige fazer parte de uma sangha, comunidade, terreiro,
centro, templo, ilê, barracão, roça... Nesta era temos muitos simpatizantes on
line, virtuais, que colam e repassam valores umbandistas, “feitos” e “formados”
à distância, mas não retêm neles estes valores, pois falta-lhes o fundamental,
a pertença. Nunca estiveram inteiramente se doando numa comunidade – o ego
sempre foi mais forte, exigente e preponderante em suas mentes e corações.
Meu
agradecimento a todos os adeptos sinceros,
Norberto
Peixoto
Grupo de
Umbanda Triângulo da Fraternidade.