"Em verdade Deus não estabelece nenhum sistema punitivo aos cidadãos em evolução. Todas as dores e sofrimentos humanos, individuais e coletivos, regem-se pela mais absoluta justiça, por mais desagradáveis e trágicas que possam ser as colheitas de cada alma."
"A harmonia cósmica se rege pelo dedo de Deus – é como um violino que está sempre afinado, e a as distorções sonoras na orquestra são imediatamente corrigidas. O aforismo popular “quem com ferro fere com ferro será ferido” é perfeita alegoria para descrever o encadeamento cármico na vida das criaturas: quem separou casais, terá que viver separado, quem abandonou será abandonado, quem roubou será roubado, enfim, quem semeou ventos colherá tempestades. A funcionalidade da lei de causa e efeito ajusta perfeitamente o fato causador ao efeito gerado, em todas as localidades do Cosmo."
"No entanto, o amparo e o amor nunca se ausentam do Alto, como bem descrito na parábola da ovelha perdida, em que Jesus declara que é vontade do Pai que não se perca nenhum de seus pequeninos, referindo-se aos que ficarem para trás, perdidos do reto caminho a seguir rumo ao infinito oceano do seu reino. Assim, o Mestre deixa claro que o Deus que ele proclama é um Deus de amor, que preconiza a necessidade de perdão para a remissão dos pecados, sendo inconcebível a imposição de punições e castigos eternos aos seus filhos. A parábola mostra o amor infinito do Pai para com as almas perdidas e transviadas, que não ficarão desgarradas nos labirintos das paixões inferiores. Ainda que seja imperioso para a retificação do espírito renascer na Terra manco, sem um braço, cego, mesmo debilóide, por causa de seus atos pretéritos, ele não ficará sem salvação como a ovelha perdida da parábola, eis que o determinismo das reencarnações sucessivas conduzirá a sua embarcação nos mares revoltos da materialidade, ancorando-a inexoravelmente no porto seguro da eterna bonança espiritual." |