Egoísmo é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Neste sentido, é o antônimo de altruísmo.
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações de um indivíduo beneficiam outro trazendo, algumas vezes, até mesmo algum tipo de prejuízo para o próprio. No sentido comum do termo, é muitas vezes percebida como sinônimo de solidariedade.
O Homem - Um Ser Egoísta – "O motor principal e fundamental no homem, bem como nos animais, é o egoísmo, ou seja, o impulso à existência e ao bem-estar. [...] Na verdade, tanto nos animais quanto nos seres humanos, o egoísmo chega a ser idêntico, pois em ambos une-se perfeitamente ao seu âmago e à sua essência". (Arthur Schopenhauer)
Para a formação do caráter do indivíduo concorrem muitosfatores. Destes, há os que se impõe no inconsciente como herança de vidas pregressas, fora de nosso controle, como resultado da evolução de nossa consciência em experiências passadas. Por este motivo se explicam as diferenças de caráter entre pessoas que formam sua personalidade no mesmo ambiente, expostas às mesmas condições materiais, emocionais e psicológicas.
Neste sentido, como disse Adésio Alves Machado, "tais experiências e vivências anteriores constituem-se em verdadeiro patrimônio espiritual impostergável, e do qual ele, Espírito, não deixará com facilidade de sofrer acirrada e poderosa influência, pelo fato de ser o inconsciente, justamente, a região do psiquismo onde se acham alojadas as vivências que na verdade normatizam, dirigem a vontade do Espírito, e nem tanto o consciente. Este passa apenas a obedecer, submisso, o que flui de lá de dentro do Espírito de forma autoritária, imperiosa. Foi isto, justamente, que levou Paulo a dizer, peremptoriamente: "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim; que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo". O mesmo vai acontecendo conosco, estudantes do Bem, mas que ainda não lançamos dentro do inconsciente a prática diária, a vivência normal desse Bem. Muitas vezes o consciente quer, mas o inconsciente, por ser bem mais forte, prepondera e deixamos de fazer o que gostaríamos. Paulo ainda diz que, "... com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem". Considerava-se, por isso mesmo, assim: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Mas nada se pode fazer conscientemente para alterar essa situação, esse fatalismo?
As melhores energias paternais e maternais devem ser desenvolvidas, no sentido de canalizar para seus descendentes diretos um modelo de educação que integre o reencarnante num digno padrão moral de vida. Ainda é, pois, o lar a melhor escola onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter.
Considera Emmanuel que as escolas podem renovar seus métodos pedagógicos de ensino visando melhor atender aos alunos, mas que é o lar a escola educativa por excelência, porque nele deve estar instalado o culto do Evangelho que se constitui numa fonte de renovação moral/espiritual, levando em consideração que surge a oportunidade de mostrar às crianças e jovens o único e inigualável modelo de vida - JESUS.
Mas, como escreveu Wlamir Slavec, "O que os pais transmitem aos filhos? Não são os pais que criam o Espírito de seu filho. Nem é verdade que os pais transmitam aos filhos parte de sua própria alma. Porque o corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. O que os pais fazem é fornecer aos filhos o invólucro que, quase sempre, tem uma semelhança física e de disposições orgânicas por causa da hereditariedade que rege a formação do corpo material. A essa vida animal que os pais transmitem aos filhos, uma nova alma, a do filho, vem se juntar trazendo a vida moral. Os pais jamais transmitem aos filhos a semelhança moral, porque se trata de espíritos diferentes.
As semelhanças morais que existem, às vezes, entre pais e filhos vêm do fato de serem eles espíritos simpáticos, atraídos pela afinidade de suas inclinações. Podem ser também resultado da educação, pois o espírito dos pais exerce, e muito, influência sobre os espíritos dos filhos, após o nascimento. Educar é missão dos pais.
As crianças não são almas recém-criadas por Deus. São espíritos com certa experiência e desenvolvimento, pois já viveram muitas vidas anteriormente. Trazem, como bagagem espiritual, as consequências de seus acertos e, também de seus erros... Quando passa pelo estágio da infância física, o Espírito está como que num repouso de atividade mais intensa do seu eu. E se torna mais acessível às impressões que recebe, porque o cérebro novo registrará novos informes e estímulos. Costuma apresentar-se mais dócil, porque se encontra dependente para com os seus responsáveis na vida terrena.
É, pois, a infância o momento ideal para a ação educativa, moralizante, que muito poderá ajudar o Espírito em seu progresso na nova reencarnação. E cabe ao espírito dos pais, em especial, a missão de desenvolver o dos filhos pela educação, procurando corrigir as tendências más que trazem e cultivar as boas qualidades que tem em potencial, como criatura de Deus...
Mas, como escreveu a psicóloga Sirley Bittu, Como Educar nos dias de hoje?
...A necessidade de colocar limites é sempre muito questionada, tanto pelos filhos como entre os novos e dedicados pais. Muitas pessoas viveram em sua própria educação a experiência de duros limites, constituídos em regras e proibições. Autoridade era misturada com Autoritarismo, a sabedoria da maturidade era confundida com verdade absoluta. Exigia-se da criança, do adolescente e mesmo dos adultos, total submissão e resignação; ser uma criança boazinha era sinônimo de atender as regras, jamais ser espontânea e nunca criar ou questionar algo; a liberdade em expressar suas ideias e pontos de vista confundia-se com enfrentamento e desrespeito aos mais velhos.
...Esse modelo de educação trouxe muitos problemas e resultou em muitos adultos inseguros e até mesmo revoltados. Neste quadro surgiu uma postura defendida pelos psicólogos e estudantes do comportamento humano que talvez não tenha sido suficientemente entendida. A proposta era possibilitar a livre expressão dos potenciais e da espontaneidade infantil, como até hoje defendemos. Respeitar a criança em seus desejos e necessidades esperadas para a idade, por exemplo, a curiosidade perante o novo, a inesgotável energia de vida, sua necessidade de brindar para entender o mundo e etc... Mas para alguns pais essa proposta foi confundida com a total permissividade, a educação do tudo pode, perdendo o entendimento da palavra não, do limite e do respeito.
Nascemos totalmente espontâneos e criativos e, com o decorrer do desenvolvimento, através da educação aprendemos como usar nossos potenciais adequadamente, ou seja, respeitando as regras para viver socialmente. É também neste processo que aprendemos a acreditar ou não nesses potenciais. Nossas atitudes e comportamentos são o tempo todo avaliados e confirmados ou não pelas pessoas com quem nos relacionamos e, principalmente, pelos nossos pais. É desta aprovação que surge a sensação de segurança interna que todos possuímos em maior ou menor quantidade, e também nossa autoestima. É claro que para os pais não é uma tarefa fácil, pois implica em ter uma noção clara do que é ser adequado, o que depende de sua maturidade emocional.
Há 40 anos questionar uma ordem paterna, por mais absurda que ela fosse, era praticamente um crime, castigável sem sombra de dúvida, com diversas formas de agressão tanto físicas como emocionais. Hoje em dia o questionamento já começa a ser entendido como algo positivo, pois ao trazer questionamentos novos a questões antigas aumentam-se as possibilidades de criar e descobrem-se novas formas de existir. O conhecimento deixa de ser percebido como uma conserva cultural e passa a ser percebido como algo dinâmico e em constante transformação e renovação.
Mas como oferecer liberdade sem tornar a sociedade um caos?
Introduzindo as noções de responsabilidade e respeito. Quando falamos em liberdade, falamos em respeito ao outro e em respeito a si mesmo, caso contrário estamos falando em invasão, e em desrespeito. Para convivermos em sociedade precisamos de algo que nos auxilie a lidar com as diferenças entre as pessoas, suas particularidades na sua forma de existir e de entender o mundo, pois apesar de sermos todos humanos, e similares em nossas necessidades, a forma de expressar nossos desejos difere de um para o outro, pois se relaciona ao grau de maturidade de cada um.
É como se todos nós usássemos óculos relacionais, onde as lentes são forjadas durante a aprendizagem emocional, por crenças, valores e pontos de vista. Isto se explica por termos potenciais inatos que são influenciados pelo meio social no qual nos desenvolvemos. Esta delicada alquimia é responsável pelos diferentes tipos de pessoas em que nos tornamos. Portanto, para vivermos socialmente necessitamos de alguns parâmetros, que se traduzem nas noções de ética, cidadania, gratidão e senso moral. Desta forma, quando pensamos em educar, precisamos checar dentro de nós como nos posicionamos em relação a isto e como esses parâmetros estão sendo exercitados nas relações que desenvolvemos.
A educação se constitui basicamente naquilo que dizemos, confrontados pelo que fazemos. Ou seja, se pregamos o respeito mútuo e a honestidade, mas no dia-a-dia, valorizamos o esperto, aquele que sempre se dá bem, estamos sendo incoerentes e certamente essa incoerência fará parte de nosso rol de ensinamentos, seja de forma consciente ou inconsciente. (resumindo: se educa dando o exemplo)
O catalisador necessário ao processo de educação é o amor. Este gera a segurança interna, a confiança e a respeitabilidade, ingredientes indispensáveis para que a relação de intimidade necessária num processo de educação possa se estabelecer. Educar implica em intimidade, e você só ensina algo se é autorizado pelo outro, com esta autorização que se dá pela confiança que nasce nas relações onde o amor e a amizade são as palavras de ordem.
Muitos pais se referem frequentemente às dificuldades em colocar limites, confusos entre cercear demais ou de menos. Esta dificuldade nasce de uma forma de entender o amor muitas vezes equivocada, onde se confunde limite com abandono e desamor, e consequentemente amar torna-se sinônimo de total permissividade, com a antítese do nada pode passando a ser o pode-se tudo.
Colocar limites é ensinar que existe a frustração, que apesar de desagradável, faz parte do mudo real, ao vivo e a cores. O limite nos ajuda a perceber quem somos; o respeito nos ensina que temos limites e aumenta nossa consciência pessoal; e a responsabilidade nos ensina que tudo tem seu preço, pois estamos sempre em relações de troca, colhendo aquilo que semeamos. Oferecendo amor certamente colheremos alegria e felicidade. Para exercer o papel de educador, precisamos reavaliar o entendimento do "não", para esta importante palavra não se transformar numa forma de tirania e sim uma forma de proteção, exercício do amor e respeito a quem amamos.
"A Educação se constrói numa tensão permanente entre os desejos do homem natural individual e o desenvolvimento da natureza humana universal. A educação produzirá a universalidade a partir das particularidades e da mesma forma a particularidade a partir da universalidade."