Incorporação é um dos mais
de 60 tipos de mediunidade catalogados por Allan Kardec. É um dom sagrado que
nos permite relacionar com irmãos espirituais e assim aprendermos com suas
experiências de vida. Através da incorporação sentimos o comprometimento espiritual
de cada entidade e na entrega de nosso corpo para este encontro sagrado vamos
educando nosso caráter e desenvolvendo nossas virtudes. Portanto, incorporação
é um dom de SERVIÇO que envolve as partes médium e entidade. Este serviço sagrado tem a função de
despertar, inspirar, moldar a todos que buscam a verdade. Porém muitos médiuns,
buscam soluções, fórmulas imediatas para resolverem seus males.
Os médiuns, logo que chegam numa casa de
Umbanda querem incorporar, dar passagem às suas entidades, sem antes aprender a
servi-lás na função de cambono. Pensam que cambonar é atrasar o seu
desenvolvimento mediúnico. Deixam a ansiedade e imaginação serem os estímulos
de seus objetivos. Atravessam a mensagem verdadeira da entidade, sem ao menos
dar-lhes a chance de conhece-las. É Caboclo que não é flecheiro soltando
flecha, é Preto Velho que não usa a fumaça como elemento magístico mas seu
aparelho já providenciou o cachimbo, enfim, atropelam literalmente os momentos
que deveriam ser encontros sagrados por pura pressa. Consequentemente se a casa não corrigir estes
equivocados comportamentos, estes médiuns distanciarão do verdadeiro
compromisso. Serão médiuns vaidosos, arrogantes e usuários da religião. Não
estarão dispostos a estudos contínuos muito menos estar à serviço de suas
entidades. Pelo contrário, terão posses de suas entidades e tenderão a
trabalhar somente com aquela entidade que tem mais afinidade. Não darão
oportunidades a outras entidades alegando que “a entidade não deixa outros
chegarem”. E neste currículo desastroso acumularão mensagens e comportamentos
equivocados pois seu dom esta sendo corrompido pelo seu próprio ego. Enfim, desvirtuarão totalmente a doutrina da
Umbanda, pois serão cada vez mais individuais e interesseiros.
Mediunidade de
incorporação não é brincadeira. Nenhuma entidade comprometida com o bem levará
seu médium à exposição do ridículo e desvios morais. Entidades de Umbanda
trabalham sob a lei da caridade e evolução, com ordem, disciplina e ética.
Mãe Márcia Moreira – Templo
de Umbanda Caboclo Pena Branca – 15/07/2014.