É assim que a pesquisa tão sublime e cheia de fé, do cientista japonês, Masaru Emoto, tem conquistado adeptos pelo mundo na mesma velocidade em que recebe críticas, especialmente pela internet.
Um dos sítios na rede mundial de computadores a questionar a descoberta sobre os cristais de água congelada chama o estudo de “pseudociência” e acrescenta: “Segundo ele e os seus seguidores, a energia humana vibracional, os pensamentos, as palavras, as ideias, e a música, afetam a estrutura molecular da água. (...)
Escrever ou falar para a água uma palavra maravilhosa, doce ou terna produz um cristal bonito. Ah, mas isso depende do idioma. E a água reconhece os idiomas. Como ela faz isso? Boa pergunta.”
Longe da fé cega, que busca encontrar na ciência confirmações para os próprios dogmas e crenças, a pergunta que fazemos é: pode a ciência provar que pensamentos e sentimentos não afetam a realidade física? Ou mais: é preciso provar? A influência da energia na matéria já não está clara como o fundo branco que recebe essas palavras (que são nada mais que realizações de pensamentos)? Não são as ideias futuros projetos que virarão prédios, aviões, igrejas ou bombas atômicas? Não parte do mundo imaterial a inspiração que virará obra de arte? O insight que nos levará a ousar e experimentar, desafiando mesmo a própria ciência? Como então duvidar que sentimentos e pensamentos possam afetar a realidade física?
O mestre iluminado Jorge Adoum, considerado bodhisattwa (termo oriental que recebeu sua alma divina) de Adonai (um dos gênios planetários do raio da medicina), escreveu: “Toda manifestação visível é a realização de uma ideia invisível. Disto se deduz que, na Natureza, existe uma hierarquia de seres psíquicos que se assemelham à que se encontra no homem, em forma de diversos tipos celulares, os quais vão desde a célula óssea, epidérmica e muscular, até à nervosa.
Por isto, pode-se dizer que cada célula está composta de elementos vivos, inteligentes e diversos. Estes seres psíquicos que habitam na região das energias físico-químicas são chamados elementais ou espíritos dos elementos, e foram eles que modelaram “a substância dos céus e da terra” tal qual diz a Bíblia.
Por esse princípio, Jorge Adoum explica como materializamos ideias e também levanta outra questão importante: a de que nosso corpo não é composto apenas de 70% de água, mas também de 70% do elemental da água, do princípio inteligente da água. “Os elementais são os que se movem nas camadas inferiores do Plano Astral (a quarta dimensão, correspondente ao mundo dos sonhos, onde recebemos a influência de energias mais sutis que as do plano físico), em relação imediata com o corpo físico.
Estes elementais obedecem, por carinho ou por medo, ao homem, da mesma forma que o fazem os animais domésticos, ou melhor ainda: tal como o soldado obedece ao seu general. O exorcismo os domina e as orações os atraem”, diz Adoum. “O mago e o sacerdote, pelas evocações, acumulam o magnetismo universal, no qual pululam os elementais, chamados Anjos pelas religiões, e os utilizam para o bem dos fiéis e do mundo”.
Eis o princípio da cura pela fé. Ciência x Fé: O que é a ciência? E o que é a fé? Como o cientista vê a cura pela fé, e como aquele que tem fé vê a ciência, com seus sucessos e fracassos? O cientista diz: “ninguém provou até hoje que a energia da palavra e do pensamento é capaz de transformar a estrutura da água”. Mas quem é ninguém? É aquele que publica um artigo em uma revista científica reconhecida internacionalmente? É aquele que pretende colocar toda a grandeza do universo infinito dentro de conceitos limitados pelos próprios conceitos da ciência? Ninguém é aquele que só vê o que as lentes do microscópio podem mostrar? Será que ninguém percebeu que a fé não nega a ciência, mas apenas não limita a ciência à falta de fé?
Será que ninguém viu ainda que a toda doença, causa ou efeito do mundo físico, corresponde uma doença, causa ou efeito do mundo sutil das energias, do pensamento e do sentimento? “Vós sois os arautos da nova Religião futura, que será uma nova face da antiga Religião da Verdade. Assim, também, sereis arautos da Medicina Universal, que trata a Alma e o corpo ao mesmo tempo de maneira científica e mental”, diz Jorge Adoum em seu livro “O Batismo da Dor”.
O mestre ensinou em sua obra que o corpo contém em si toda a história do universo, registrada na memória de cada uma de suas células. Desta forma, dentro e fora de nós, há em tudo ciência e religião unidos numa sabedoria capaz de curar inteligentemente com recursos externos e internos: “A cada classe de indivíduo, é necessário curar segundo seu tipo. Há almas que necessitam de oração como poder curativo, e outras devem buscar a Natureza”, escreveu Adoum.
É desta forma que o mago utiliza a fé para curar. E a fé passa a ser uma ciência que a ciência ainda não pôde compreender. Em cada prece. Em cada meditação. Em cada respiração, somos a ciência viva, criada e mantida pelo amor divino. Nas palavras do mestre: “Pelo amor, o homem aspira átomos-anjos afins a seu sentir e pensar”. O que os mestres escreveram com o próprio sangue há décadas, séculos ou milênios de distância de nossa ciência atual, ainda reflete o que novos estudos descobrem a cada dia: um poder de cura comum, guardado na consciência do mundo desde a sua criação: a fé. Quem compreende, através da fé, que o Incriável cria a todo momento, sabe que respirar é orar, e que a misericórdia está também no poder concedido à alma humana de utilizar as forças da Natureza para curar e ser curado.
Se a ciência da razão evoluir poderá, quem sabe, medir com precisão o campo magnético de nossas vibrações e de nossa energia. Mas não poderá jamais mensurar a causa e o efeito de tais vibrações, porque elas são quânticas, e não quantitativas. Elas são conscientes, e não genéticas. Não podem ser clonadas nem alteradas, e vão continuar existindo em uma região que está fora do mapa do DNA, e dentro do coração.
CÍNTIA MARSCHNER
JORNALISTA
JORNALISTA