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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Formas de apresentação dos espíritos - parte 1

Estudo sistematizado: vídeo 6

   Dentro do contexto sócio-cultural brasileiro, a Umbanda se utiliza de roupagens simbólicas para a manifestação de espíritos, que chamamos de entidades, com a finalidade de propiciar a evolução de todos pelo exercício da caridade.
Estes espíritos que se manifestam se sintonizam e se enfeixam dentro do movimento umbandista no astral, se utilizando destas formas de acordo com a necessidade do consulente e do trabalho que se realiza.
Estas três formas simbólicas nos transmitem a mensagem criança (felicidade), do adulto (coragem) e do ancião (sabedoria).
A incorporação de um preto-velho se dá pelo chacra básico de seu médium, envergando-o. A mensagem que esta manifestação transmite é de humildade, tanto para o espírito que ali se expressa quanto para o seu médium. Muitas destas entidades que se utilizam desta forma simbólica para fazer a caridade não foram necessariamente   negros em eras remotas, e sim homens  brancos  conhecedores da magia e alquimia,  que agora se utilizam desta aparência simbólica - preto(a) velho(a) - com a responsabilidade de guiar, auxiliar e utilizar destes conhecimentos para o bem de uma comunidade. Muitos  se perderam no orgulho e na ganância e, hoje, tem a oportunidade de redimir os erros do passado pela caridade na Umbanda. 

A manifestação curvada é a expressão de humildade destes grandes espíritos, que preferem trabalhar estando "abaixo" de todos, e esta mensagem também é válida para o seu médium. A prática desta virtude e o altruísmo é o caminho para o crescimento espiritual.
Normalmente chegamos num terreiro de Umbanda cansados de percorrer diversos templos, consultórios ou outros lugares, sem encontrar o que mais precisamos: a solução para as nossas demandas ou um alívio espiritual. É então na figura de um preto-velho que encontramos o bálsamo para as nossas feridas.
Ignoramos a personalidade-médium e vemos sentado num banquinho um velhinho negro, alquebrado pela idade e pela vida, usando às vezes um chapéu de palha, outras um pano enrolado na cabeça, com um galho de arruda pendurado atrás da orelha, apoiado numa bengala, fumando um cachimbo ou um charuto ou, então, comendo uma rapadura.
Com seu jeito manso de falar, o pretinho ou a pretinha nos dão as orientações necessárias para o momento de crise que passamos. O modo errado de pronunciar as palavras, mas com muita sabedoria, deixa ricos ou pobres, cultos ou ignorantes à vontade para falar de seus pensamentos mais íntimos.
Para tudo os Pretos-Velhos têm uma palavra de conforto e de amor.
Com as baforadas do charuto ou com a arruda, vão aos poucos aliviando nosso coração, levando-nos muitas vezes às lágrimas. E, aos poucos, sem percebermos, vai retirando dos nossos corpos etérico/astral as amarras, os miasmas, as formas-pensamentos, desfazendo as magias negativas, desligando amorosamente os obsessores e sofredores, e encaminhando estes espíritos doentes aos nossos amigos exus.
Na sua simplicidade, planta as sementes das leis divinas em nosso ser, tais como: a reencarnação, a livre escolha, a lei de retorno e a urgência de transformação moral. Enfim, nos ensina que a responsabilidade de nossas vidas cabe a cada um nós
Muitas vezes sabe que o filho-de-fé cairá diversas vezes na mesma situação que o levou ao terreiro; se queixará das mesmas dores. Com paciência aconselhará, sabendo que somos crianças dando os primeiros passos. Por isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas com um passe de mágica. Entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo. Tenha fé e acredite em você.

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