O desejo, que leva ao prazer, pode surgir em forma de necessidade violenta quando na expressão primitiva da natureza humana. Sem o controle da razão, desarticula a emoção e conduz ao desajuste comportamental. É voraz e tormentoso, sobretudo na área genésica, revelando-se na busca sexual para o gozo. Muitos médiuns caem nas garras poderosas de ferrenhos obssessores quando se deixam dominar pela busca desenfreada do intercurso sexual vivenciando paixões avassaladoras. Não é incomum relatos de sérios tormentos e conflitos na seara mediúnica desestruturando grupos. Toda vigilância é pouca neste vasto campo de comportamentos humanos movidos pelo calor da paixão, do desejo cego e assédio desenfreado.
Em esfera mais elevada, o desejo converte-se em sentimento graças à conquista de ideal que objetiva o bem comum e à propensão a realizações enobrecedoras frente a uma coletividade.
Em qualquer caso, o desejo necessita ser bem administrado, a fim de
tornar-se motivação de nosso crescimento psicológico e espiritual.
O prazer vivenciado quando o ser é consciente e responsável frente as Leis Divinas não é expressão reduzida de lascívia. É, também, dos ideais
ampliados que se alcançam, da beleza, das inefáveis alegrias do sentimento afetuoso, sem
posse, sem exigência, e principalmente sem a ilusória dependência carnal do outro, ou o que é pior, de si mesmo.
Muitos temem o prazer, por associá-lo ao pecado, daí nascendo certa
consciência de culpa. O prazer, porém, é força criadora, responsável pela
personalidade e mesmo pela esperança, e que faz parte da abundância e prosperidade do Criador.
Desejo e prazer tornam-se alavancas que promovem o ser integral, ou abismo que
o consomem dividido em remorso, culpa e baixa estima, advindo os transtornos psíquicos - recalques, fobias, traumas, remorsos,..., - e comportamentos inadequados no campo da afetividade criando-se os relacionamentos doentios.
Texto adaptado do original de autoria do espírito Joanna de Angelis.