“Umbanda
deriva fundamentalmente do culto
religioso da velha África. Os seus princípios doutrinários são realmente frutos
do folclore, dos provérbios, aforismos, canções e tradições do africano.” Ramatís - página 162 do livro a Missão
do Espiritismo – capitulo sobre a Umbanda – 7° Edição / Ed. Do Conhecimento.
Prezados irmãos planetários,
Fechamos o ano vivenciando um rito de
fundamento e de louvação ao Orixá Obaluaê, revivendo a tradição
ancestral da lenda/mito(*) de quando este Orixá, não convidado para uma festa de todos os demais Orixás, ficando a espreita na entrada do salão festivo, foi chamado por Iansã e ao entrar, um forte vento levantou suas palhas da costa e suas chagas estouraram se transformando em pipocas. Assim, ele participou da festa
sendo um dos mais lindos Orixás. Simbolicamente, o Espaço Sagrado que é o Grupo de
Umbanda Triângulo da Fraternidade é de toda a sua comunidade, indistintamente,
não importando as chagas que cada um traga consigo.
Numa harmoniosa sessão de pretos(as)
velhos(as) com mais de 200 pessoas atendidas, exercitamos o Evangelho do Cristo, auxiliando e sendo
auxiliados, levantando os caídos e sendo levantados, assim como Lázaro, sob o
forte influxo verbal do Divino Mestre, levantou e andou. Esta passagem do Evangelho de Jesus demonstra galhardamente o que é e o que faz a força vibratória – axé –
do Orixá Obaluaê.
Seguindo orientações dos tutores astrais de
minha mediunidade e do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade,
continuaremos ritualizando e vivenciando esta Umbanda de todos nós na sua origem fundamental, bebendo nas tradições nagôs iorubanas, na ancestral
sabedoria africana dos antigos Babalaôs e de Orunmila Ifá.
Para maiores esclarecimentos a este
respeito, sugiro que assistam os seguintes vídeos:
- Ramatís e o preconceito com a origem africana da Umbanda
- Ramatís e os Babalaôs africanos
- Ramatís e o preconceito com a origem africana da Umbanda
- Ramatís e os Babalaôs africanos
Ainda neste rito, oferendamos saudando
ao Orixá Xangô, regente de 2014, e quando oferendamos não é com o objetivo de
agradar para conseguirmos benesses, mas sim incondicionalmente agradecermos a
dádiva da vida, do discernimento e da clareza mental que devemos pautar nossas
condutas sob a regência deste aspecto ou qualidade divina da criação que é o Orixá Xangô.
Ao tomarmos um banho de pipocas, “purificamos”
nossas auras como que caroços endurecidos dentro de nós mesmos – medos,
recalques, traumas, inseguranças... – estourassem e viessem para a fora num
processo catártico extremamente salutar para o
nosso equilíbrio psicofísico.
Que a justiça divina de Xangô nos ampare
sempre.
Muita paz, saúde força e união.
Norberto Peixoto.
Nota (*):
Obaluaê tem as feridas transformadas em pipoca por Iansã
Obaluaê tem as feridas transformadas em pipoca por Iansã
Chegando
de viagem a aldeia onde nascera, Obaluaê viu que estava acontecendo uma festa
com a presença de todos os orixas.
Obaluaê
não podia estar na festa, devido a sua medonha aparência.
Então
ficou espreitando pelas frestas do terreiro.
Ogum
ao perceber a angustia do orixa, cobriu-o com uma roupa de palha que ocultava
sua cabeça e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.
Apesar
de envergonhado Obaluaê entrou, mas ninguem se aproximava dele.
Iansã
tudo acompanhava com o rabo do olho.
Ela
compreendia a triste situaçao de Obaluaê e dele se compadecia.
Iansã
esperou que ele estivesse bem no centro do barracão.
O
xirê estava animado.
Os
orixas dançavam alegremente com suas equedes.
Iansã
chegou então bem perto dele e soprou sua roupas de mariô, levantando as palhas
que cobria sua pestilência.
Nesse
momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o alto,
transformadas numa chuva de pipoca, que se espalharam brancas pelo barracão.
Obaluaê,
o deus das doenças, transformou-se num jovem, num jovem belo encantador.
Obaluaê
e Iansã Igbale tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos
espiritos, partilhando o poder unico de abrir e interromper as demandas dos
mortos sobre os humanos.