A
noite de segunda-feira que passou foi dedicada ao amaci, lavagem das cabeças com o sumo vegetal extraído de folhas propiciatórias para fortalecimento do tônus mediúnico
da corrente, depois de um ano de trabalhos ininterruptos na Casa de Caridade
Umbandista. Os preparativos rituais com as palavras invocatórias e de encantamento iniciaram na sexta feira anterior e desde então os
sintomas já se faziam sentir como sensação de cansaço, moleza no corpo,
tristeza indefinida e sensibilização do chacra cardíaco deixando tudo
sentimentalmente exagerado ao ponto de chorar sem motivo, com uma vaga
melancolia. O final de semana
transcorreu ainda com tais sensações presentes e algumas vezes acentuadas, o
sono foi profundo e intenso nestas noites e entremeado de paisagens com muito
verde, cheiro de mata, ervas frescas, raízes gigantescas e fortes de árvores
frondosas e repletas de frutos e flores. Movimento de folhas sendo maceradas na
mata, leve farfalhar com a brisa suave que trazia o aroma gostoso e purificador
da natureza para dentro do mundo onírico. Isto tudo nos faz refletir sobre o nosso comprometimento
com a causa que abraçamos junto com o grupo ao qual pertencemos e no papel que
desempenhamos na comunidade religiosa, família espiritual que adotamos para
evoluir em conjunto.
Ao chegar ao Templo para a cerimônia do amaci encontramos o mesmo preparado e higienizado, enfeitado e com perfume de ervas, aroma reconfortante e uma energia leve e revigorante, porque devidamente preparado com antecedência pelo Zelador Espiritual pelo Pai Pequeno e Mãe Pequena que já estavam a postos esperando pelos seus filhos, com zelo e carinho verdadeiros. Assim que todos chegaram se colocaram em prece e meditação, sentados no chão, devidamente recolhidos, ouvindo pontos de raiz, para facilitar a internalização do momento presente e melhor aproveitamento das energias que circulavam no ambiente.
Ao chegar ao Templo para a cerimônia do amaci encontramos o mesmo preparado e higienizado, enfeitado e com perfume de ervas, aroma reconfortante e uma energia leve e revigorante, porque devidamente preparado com antecedência pelo Zelador Espiritual pelo Pai Pequeno e Mãe Pequena que já estavam a postos esperando pelos seus filhos, com zelo e carinho verdadeiros. Assim que todos chegaram se colocaram em prece e meditação, sentados no chão, devidamente recolhidos, ouvindo pontos de raiz, para facilitar a internalização do momento presente e melhor aproveitamento das energias que circulavam no ambiente.
Após a ritualística de abertura dos
trabalhos teve início a cerimônia do amaci e os médiuns em fila respeitosamente
se colocaram para recebê-lo. Um a um
curvados em frente ao Pai e Mãe Pequenos, recebiam a mistura de ervas e a
sensação que tive foi de um choque que iniciou na base da nuca e percorreu a cervical
até o cóccix deixando-me completamente anestesiada, com um estranho formigamento, como se o fogo
serpentino entrasse em erupção, saindo pelo alto da cabeça através do coronário e tentasse
repentinamente descer pelo mesmo caminho, sem poder encaixar-se devidamente no
espaço agora pequeno, porque havia crescido e se expandido em demasia. Foi necessária
a ajuda dos cambonos para conseguir levantar e dar lugar ao médium posicionado
logo atrás na fila. Retirei-me lentamente, com passos vacilantes e pernas
amortecidas ainda pelo choque recebido. Respirando fundo e concentrada recolhi-me,
meditando sobre a graça de participar daquele ritual junto com os demais companheiros
de caminhada.
Encerrados
os trabalhos e retornando para suas casas todos estavam tranquilos, porém os
trabalhos continuaram noite adentro, com o amparo dos guias e mentores de cada
um. O grupo foi levado para um sítio energético correspondente a uma floresta
no astral de onde os espíritos da natureza juntamente com os amigos espirituais,
aplicavam recursos obtidos das seivas vegetais para revigorar e restaurar a
saúde e as forças de cada um. Todos receberam aquilo que estavam necessitando,
de acordo com o seu merecimento e as suas necessidades, ninguém ficou de fora,
apesar de alguns parecerem alheios ao momento que se passava, adormecidos e sem
compreender direito o momento presente.
Mas
cada um está numa fase especial de sua vivência e compreende ou assimila de
acordo com suas crenças e valores e mesmo assim, todos recebiam carinhosamente
a atenção dos amigos espirituais. Retornamos na madrugadinha, no momento em que
Ogum rompeu a alvorada e fomos reconduzidos a nossas casas e nossos leitos para
o descanso e o repouso merecido.
Este
momento único de vivenciarmos o amaci, só foi possível pela dedicação carinhosa
do Zelador Espiritual, que organizou o ritual disponibilizando os elementos
necessários e, sem dúvida, pelo amor e cobertura energética que os Guias
Astralizados da Egrégora do terreiro oferecem aos médiuns da corrente. Verdadeiramente
são Eles do lado de lá, que zelam os sítios da natureza e dos orixás, daí advindo a "manutenção" da saúde espiritual e física dos seus filhos
amados da Terra, seus “cavalos de santo”. Assim realiza-se adequadamente a redistribuição de axé, equilíbrio, fraternidade e harmonia na comunidade religiosa mediúnica.
Por amor, estes espíritos abnegados abdicam de estarem em outros planos vibratórios, beatíficos e sútis, para virem em auxílio aos filhos da Terra e fortalecer-nos.