Não há desdouro nem desmentido no processo evolutivo da alma
imortal, quando, apesar do seu avanço intelectual e científico no mundo
terreno, precisarem envergar o traje humilde do
"preto-velho" ou do caboclo rústico, a fim de conseguir o seu
reajustamento espiritual combalido e tão prejudicado no pretérito. Em verdade,
trata-se apenas de um estágio ou espécie de descanso intelectual, em que o
espírito superexcitado por excessivo racionalismo efetua salutar decantação de
sua personalidade humana que fora muito envaidecida com as lantejoulas
brilhantes do cenário terreno!
Sem os louvores e o destaque que lhe nutriam a vaidade no passado, o
sábio, o estadista, o médico ou cientista então efetuam verdadeiro
"dreno" psíquico e o expurgo do tóxico intelectual produzido pelo
orgulho ou vaidade da velha personalidade humana. A inteligência, a capacidade
e a prepotência incomuns do passado atrofiam-se pela ausência de estímulos
pessoais e relevos decorativos no seio da Humanidade.
Eis por que não opomos dúvida, quanto à possibilidade de espíritos
cultos de sábios, cientistas ou médicos famosos virem a manifestarem-se nos terreiros de Umbanda ou mesmo junto às mesas
kardecistas sob o traje humilde do "preto-velho" ou da vestimenta
apagada do caboclo.
Ramatís –
Capítulo 12 do livro MEDIUNIDADE DE CURA