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domingo, 25 de janeiro de 2015

O SOM DA TROMBETA.



       Quem de nós já não escutou, em algum momento de nossas vidas, alguém nos dizer mais ou menos assim:
- sonhei com você, vou orar por ti,
- acho que você não está bem, vou colocar teu nome em minhas orações,
- vou orar por você, logo você estará bem,
- não sei o que fazer, só me resta orar por você.
     São emblemáticas estas palavras, pois demonstram forte senso de superioridade, pois àquele que se propõe a orar pelo outro se coloca em condição de movimentar forças divinas. Por outro lado, o fato de alardear a oração àquele que é objeto da mesma, reflete um ego exaltado, pois se o indivíduo, teoricamente necessitado de oração não pediu, o que oferece a viva voz implicitamente informa que ele tem poder de julgamento, sabendo o que o outro precisa em termos de sagrado ou assistência espiritual, mesmo não tendo sido solicitado neste sentido.
       Quando oramos, devemos entrar no quarto de nós mesmos, interiorizando nossas intenções, fechando a porta - não alardear a prece para outros saberem - e mantermos segredo, pois somente o Pai sabe realmente o que cada um de nós precisa. Quem ora pelo outro ruidosamente, já recebe de imediato a recompensa, que é a atenção ou o reconhecimento da pessoa a quem se ora. Numa perspectiva do psiquismo profundo, quem trombeteia a oração quer atenção, um impulso do ego personal, conforme ensinava Huberto Rohden.
      Reflitamos a respeito!!!

"Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.
Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras."

Mateus 6:5-7
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