Não seria Umbanda a incorporação; sem o brado do caboclo na
mata lançando sua flecha certeira para caçar (arquétipo mítico de
Oxossi), a batida no peito com o machado de madeira (arquétipo
mítico de Xangô), o gestual das caboclas fazendo sua magia como se tomassem banho embaixo da queda de água na cachoeira (arquétipo mítico de Oxum), o “chilrear” choroso das caboclas do mar (arquétipo de Iemanjá), o andar curvado na dança da preta velha como se carregasse uma criança no colo (arquétipo mítico de Nanã), o braço em riste com semblante sério “imitando” a posse de uma espada em mãos num campo de batalha ( arquétipo mítico de Ogum), o linguajar pausado e amoroso do preto velho (arquétipo mítico de Oxalá), o andar ligeiro de um lado para outro de caboclo e caboclas balançando os braços (arquétipo mítico de Iansã)...
Não nos damos conta, mas a Umbanda está repleta de atavismos benéficos que irrompem em seus médiuns, uma saudável hereditariedade ancestral repleta de características psicológicas, intelectuais e comportamentais que nos remetem inexoravelmente à sabedoria nagô, dos Orixás vindos da África, centralidade de nossa abordagem nesta obra, um roteiro de estudo a todos os interessados em desvelar esta origem ainda tão preconceituada, infelizmente por uma expressiva parte “de dentro” da própria Umbanda que se considera melhor e mais evoluída que as demais.
- do livro OS ORIXÁS E OS CICLOS DA VIDA
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