RAMATÍS: - Porventura, tendem a extinguir-se, também, o ódio, o ciúme, a raiva, malícia, inveja, hipocrisia, maldade, luxúria, avareza, traição, violência, corrupção política e administrativa, prostituição, miséria, delinqüência juvenil, os vícios de entorpecentes, alcoólicos e o fumo; as guerras fratricidas, os genocídios, as aberrações sexuais, o comércio médico da dor e a indústria da cirurgia mutilante, o abandono de menores, o aborto organizado, os vendilhões da imprensa, as pilhagens dos "trustes", as traições conjugais, os matadouros sangrentos, as guerras cruentas e o carnivorismo famélico? Que é o feitiço senão um acontecimento proveniente de tudo isso?
Aliás, é uma derivação até salutar, porque, através dele, os seus autores expelem para fora, num ato positivo, as idéias malignas e os sentimentos subvertidos que lhes vicejam na alma, e assim fazem jus à expiação decorrente do seu enquadramento na Lei do Carma! O feitiço atormenta e prejudica, mas ainda é uma conseqüência irrisória, em face dos males que os homens semeiam cotidianamente sob a mistificação de "boas intenções"! Há homens que, eleitos para 'administrar os bens públicos, traem os votos assumidos e amealham inescrupulosamente para o seu clã familiar, negociando a confiança alheia em troca de moedas. Outros, agaloados de ricos uniformes, espécie de robôs obedientes, ordenam ou cumprem ordens para o massacre indistinto de mulheres, crianças, jovens e velhos, arrasando cidades, templos, escolas e vivendas, de modo ainda mais destruidor e eficiente, do que faziam o famigerado Davi da Bíblia, Átila, Gêngis-Khan ou Tamerlão, na chefia dos bárbaros! Tudo isso é bruxaria, pois prejudica o próximo, aleija-o e o mata sob o espírito vingativo da maldade humana!
Quem faz o seu feitiço particular ainda tem algum motivo justo ou provocação alheia para assim proceder; mas, que se deve dizer da vastidão do feitiço pátrio, que, em vez de sapos e bonecos de cera, exige homens sadios para o corte sangrento nos matadouros das guerras? E os homens fesceninos, que arrastam milhares de jovens para as pocilgas da prostituição; que esperam meninos e meninas às portas dos colégios para viciá-los nos entorpecentes? E dos religiosos que consagram canhões, submarinos e armas destruidoras, benzendo-os em nome de Deus; ou os cientistas, que se consomem nos laboratórios do mundo a fim de descobrir armas eficientes para destruir milhões de criaturas, de uma só vez?
Do livro Magia de Redenção