A Umbanda não é uma religião de
conversão e sim de encontro consigo mesmo, pelo simples fato que o Eu Crístico,
simbolizado nas forças divinas dos Orixás, está dentro de cada um de nós e
fazendo parte da nossa ancestralidade e DNA espiritual, conectado com os
elementos da natureza, numa simbiose perfeita, que quando adequadamente harmonizada
no psiquismo do médium absorve e emana paz, alegria, saúde e compreensão.
O dirigente umbandista tem que ser
criterioso em afirmar os Orixás Regentes do sensitivo em questão, investigando
profundamente através das vivências internas no terreiro, amparando-se na sua
mediunidade que deve dar-lhe segura cobertura espiritual e, aos que adotam o
sagrado método oracular da ancestral Sabedoria de Ifá, amparar-se na comunicação
com seus tabuleiros.
Na dúvida, não engane ou se deixe
enganar com a vontade e desejo dos médiuns ansiosos e deslumbrados por serem
consagrados, fazendo afirmações inverídicas e apressando as iniciações só para agradá-los,
ou o que é nefasto ao meu ver, ganhar dinheiro com a inocência útil destes
indivíduos imaturos, cobrando consagrações extemporâneas que são placebos, pois
ritual aplicado necessariamente não é iniciação espiritual internalizada, assim
como a semente plantada não se transforma em flor sem o justo tempo e zelo exigidos ao jardineiro fiel.
Os pré-requisitos que o dirigente
umbandista precisa observar para aplicar um ritual de iniciação, em verdade não
iniciamos ninguém e cada um inicia a si mesmo, são os seguintes: bom caráter,
paciência com os irmãos de corrente, sentimento de pertença à comunidade, a bondade e amor incondicional, o
comprometimento com a caridade, o respeito, o ser verdadeiro e não “mascarado”
dissimulando e omitindo seus reais interesses, o ser justo e sincero. Nunca devemos
apressar o ciclo mínimo de sete anos para despertar esses valores tão
necessários e importantes para a formação de um verdadeiro médium “Filho de Pemba”.
Um dos maiores fatores que deve nortear
um dirigente umbandista para o cumprimento da finalização de um ciclo de sete
anos de iniciação na Umbanda, no caso específico do Grupo de Umbanda Triângulo
da Fraternidade que tem forte ênfase na religiosidade com os Orixás, é a
humildade, observada claramente em quem nasceu para servir e não para ser
servido; o termômetro que revela este fato é perceber no iniciando que em
nenhum momento da sua trajetória o tempo necessário seja visto como um fardo,
demostrando e compreendendo que a paciência é o elo maior da sua maturidade
espiritual, numa “imitação” perfeita dos ciclos da natureza que nunca tem
pressa, entendendo que nada acontece com um “abrir e fechar de olhos”.
É grande ilusão banalizarmos apressando os ciclos mínimos de tempo para a natureza psíquica mediúnica amadurecer, pagando para que iniciadores venais e antiéticos agilizem ritualmente o “nascimento” dos Orixás no iniciando mesmo sem o mesmo ter condição, assim como uma muda de carvalho não se torna árvore frondosa em meros 365 dias. Impossível solidificar-se numa cabeça – Ori - meramente pelo ritual raso apressadamente aplicado o que requer tempo para enraizamento espiritual profundo no ser, assim como os abacates verdes não caem dos galhos.
É grande ilusão banalizarmos apressando os ciclos mínimos de tempo para a natureza psíquica mediúnica amadurecer, pagando para que iniciadores venais e antiéticos agilizem ritualmente o “nascimento” dos Orixás no iniciando mesmo sem o mesmo ter condição, assim como uma muda de carvalho não se torna árvore frondosa em meros 365 dias. Impossível solidificar-se numa cabeça – Ori - meramente pelo ritual raso apressadamente aplicado o que requer tempo para enraizamento espiritual profundo no ser, assim como os abacates verdes não caem dos galhos.
Muita paz, saúde, força e
união,
NORBERTO PEIXOTO.