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terça-feira, 17 de junho de 2014

A formação do "Filho de Pemba" no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade.

        
        A Umbanda não é uma religião de conversão e sim de encontro consigo mesmo, pelo simples fato que o Eu Crístico, simbolizado nas forças divinas dos Orixás, está dentro de cada um de nós e fazendo parte da nossa ancestralidade e DNA espiritual, conectado com os elementos da natureza, numa simbiose perfeita, que quando adequadamente harmonizada no psiquismo do médium absorve e emana paz, alegria, saúde e compreensão.

        O dirigente umbandista tem que ser criterioso em afirmar os Orixás Regentes do sensitivo em questão, investigando profundamente através das vivências internas no terreiro, amparando-se na sua mediunidade que deve dar-lhe segura cobertura espiritual e, aos que adotam o sagrado método oracular da ancestral Sabedoria de Ifá, amparar-se na comunicação com seus tabuleiros.

        Na dúvida, não engane ou se deixe enganar com a vontade e desejo dos médiuns ansiosos e deslumbrados por serem consagrados, fazendo afirmações inverídicas e apressando as iniciações só para agradá-los, ou o que é nefasto ao meu ver, ganhar dinheiro com a inocência útil destes indivíduos imaturos, cobrando consagrações extemporâneas que são placebos, pois ritual aplicado necessariamente não é iniciação espiritual internalizada, assim como a semente plantada não se transforma em flor sem o justo tempo e zelo exigidos ao jardineiro fiel.

       Os pré-requisitos que o dirigente umbandista precisa observar para aplicar um ritual de iniciação, em verdade não iniciamos ninguém e cada um inicia a si mesmo, são os seguintes: bom caráter, paciência com os irmãos de corrente, sentimento de pertença à comunidade, a bondade e amor incondicional, o comprometimento com a caridade, o respeito, o ser verdadeiro e não “mascarado” dissimulando e omitindo seus reais interesses, o ser justo e sincero. Nunca devemos apressar o ciclo mínimo de sete anos para despertar esses valores tão necessários e importantes para a formação de um verdadeiro médium “Filho de Pemba”.

        Um dos maiores fatores que deve nortear um dirigente umbandista para o cumprimento da finalização de um ciclo de sete anos de iniciação na Umbanda, no caso específico do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade que tem forte ênfase na religiosidade com os Orixás, é a humildade, observada claramente em quem nasceu para servir e não para ser servido; o termômetro que revela este fato é perceber no iniciando que em nenhum momento da sua trajetória o tempo necessário seja visto como um fardo, demostrando e compreendendo que a paciência é o elo maior da sua maturidade espiritual, numa “imitação” perfeita dos ciclos da natureza que nunca tem pressa, entendendo que nada acontece com um “abrir e fechar de olhos”. 

       É grande ilusão banalizarmos apressando os ciclos mínimos de tempo para a natureza psíquica mediúnica amadurecer, pagando para que iniciadores venais e antiéticos agilizem ritualmente o “nascimento” dos Orixás no iniciando mesmo sem o mesmo ter condição, assim como uma muda de carvalho não se torna árvore frondosa em meros 365 dias. Impossível solidificar-se numa cabeça – Ori - meramente pelo ritual raso apressadamente aplicado o que requer tempo para enraizamento  espiritual profundo no ser, assim como os abacates verdes não caem dos galhos.

     Muita paz, saúde, força e união,
     NORBERTO PEIXOTO.  
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