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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A CORDA DO DESTINO – REFLEXÕES SOBRE A EXISTÊNCIA HUMANA.




A "Corda do Destino" - Reflexões Sobre a Existência Humana.

Uma tentativa de “olhar” pela Sabedoria de Ifá.
Por Norberto Peixoto.

Prezados irmãos planetários,

Proponho, nesse breve artigo, uma singela reflexão sobre a existência humana, dado que somos espíritos reencarnando sucessivamente na Terra, ou egos humanizados.

Nossas reflexões baseiam na imagem simbólica que acompanha este artigo. Observem que Deus – Oludumarè – está à frente de um mosaico, uma estrela de oito pontas. Oito é detentor de uma energia cíclica. Ele representa a mudança, as estações, o tempo, e o reino do infinito. Oito “fala” de equilíbrio e consistência. No sistema oracular de Ifá, base da visão espiritual da cosmogonia nagô, o número 8 corresponde ao ODÚ – signo ou destino – EJIOGBÉ, e é o primeiro na ordem de chegada de Ifá. Representa fogo sobre fogo, que indica dinamismo puro que impele a conquista dos objetivos de forma instintiva. No entorno da estrela de oito pontas, temos várias chamas simbolizando o Fogo Criador Divino. Seguindo a lógica de convergência e pensamento de síntese que nos move, encontramos em Jesus a afirmação: “Vim trazer fogo à terra”: desci do alto dos céus e, pelo mistério da Minha encarnação, manifestei-Me aos homens para acender no coração humano o fogo do amor divino. “E que quero se não que arda”! (Jo 19, 30).

Oludumarè nos estende a CORDA DO DESTINO, que é o ODÚ ou signo OBARA MEJI, o sétimo na ordem de chegada de Ifá, e significa grande proteção espiritual em todos os níveis, no sentido que nada nos acontece que não seja justo em nossos caminhos rumo a espiritualização inexorável. A representação esotérica da CORDA, em que todos estão se agarrando até a arvore da vida, é referência ao poder que a DIVINDADE CRIADORA – DEUS – possui de tudo levantar, exprimindo força e a possibilidade de realização humana, em conformidade com o Plano de Vida – Destinos – de cada um.

Há que se observar que DESTINO não significa determinismo ao sofrimento, e que no seu “núcleo periférico”, está constantemente se reconstruindo na encarnação, fruto de nossos atos, pois somos causa geradora de reações que vivenciaremos. Existe sim um “núcleo duro”, que é a nossa missão de vida, nossas aptidões psíquicas mais profundas que serão postas a prova num plano de experiências terrenas previamente elaborado e aceito antes de reencarnarmos que não conseguimos alterar na presente vida. O nosso amadurecimento espiritual nos conduz a uma compreensão mais profunda de nosso destino, de nossos caminhos e quais os passos que temos que dar para estarmos em paz conosco mesmos, auferindo abundância e prosperidade na presente encarnação.

Existe uma ancestralidade que nos une, uma família espiritual, simbolizada na arvore, que no aforismo popular africano dizemos que uma comunidade espiritual é da mesma folha. Ou seja, temos um tronco que nos sustenta e vitaliza. Esta arvore nasce nas águas, do amor da Grande Mãe, Mãe de todos os ORIS – cabeças – Iemanjá.

Oxalá é o Grande Pai da Criação, Pai de todos os ORIS (cabeças), e Iemanjá é a Grande Mãe, ambos aspectos diferenciados, masculino e feminino, de um único Deus, irradiação cósmica que é provedora e mantenedora de todo o Cosmo e do nosso planeta humanizado, independente dos nossos precários sistemas religiosos terrenos, tão sectários, sentenciosos e puristas uns com os outros.

Podemos, e devemos, perceber a Criação ou Cosmogonia Divina por diversos ângulos de interpretação, num saudável e harmonioso processo de diálogo inter e intra-religioso, de convergência e síntese do saber.

Muita paz, saúde, força e união.
Norberto Peixoto.   
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