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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A natureza dos espíritos comunicantes

      Os médiuns eficientemente desenvolvi­dos podem vos informar como variam as sensações psíqui­cas provocadas sobre eles pelas diferentes naturezas dos espíritos comunicantes que, em extensa gama vibratória, atuam com fluidos que vão desde a impressão de extrema gelidez até o calor sufocante, quando se trata de infelizes delinquentes, e suaves e balsamizantes, quando se manifes­tam entidades amorosas. Os dois extremos se contrastam fortemente; de um lado, os desencarnados se sobrecarregam com odores repulsivos e sulfídricos e, em contraposição, as almas elevadas manifestam o fragrante aroma vivo da pri­mavera espiritual.

Mas é conveniente não generalizardes o que vos digo pois, entre as trevas e a luz fulgurante, o mau odor e o per­fume sutil, a cor trevosa e os matizes resplandecentes, ainda é muito extensa a escala que gradua todos os tipos de almas. Os espíritos terrícolas, em sua maioria, ainda são portado­res de auras possuindo os coloridos intermediários mais diversos, pois situam-se entre os extremos que vos enuncia­mos, isto é, nem se revelam suficientemente diabólicos, com cores extremamente degradantes, nem bastante angélicos com os matizes celestiais.
Em geral, suas auras são impregnadas de expressões heterogéneas de todas as cores, temperaturas, odores, mag­netismo e variações de luz e sombra. Os diversos sentimen­tos e a multiplicidade de pensamentos, que instantaneamen­te se entrecruzam nos seus perispíritos, semeiam-nas de todos os matizes acidentais, que então se destacam sobre a aura fundamental e o temperamento psíquico já predomi­nante em sua jornada evolutiva. Daí o motivo por que os desencarnados, através do seu perispírito, reproduzem no mecanismo endócrino e no sistema nervoso sensibilíssimo do médium as próprias características de temperatura, odores e sensações psíquicas, que causam prazer ou repulsa.
Como o perispírito é portador dessa variedade de ele­mentos, que tanto o identificam como entidade superior, delicada e bela, ou como uma veste da alma inferior, envol­ta em suas emanações repulsivas, a tradição bíblica descre­ve o inferno como um lugar de temperatura extrema, cha­mejante, e povoado por demónios que exalam o odor repug­nante do enxofre.
No entanto, em sentido oposto, o céu é descrito como um panorama resplandecente de luz, impregnado de perfu­mes, melodias e cores belíssimas, que se casam às auras for­mosas e refulgentes dos anjos.
Em verdade, os espíritos do bem são revestidos de luz intensa, cores translúcidas e límpidas, cujos fluidos são odo­rantes, balsâmicos e curadores, despertando júbilo e ternu­ra a sua presença. Entretanto, as entidades malfeitores des­regradas e sofredoras encontram-se imersas em halos som­brios, revestidos de cores sujas e odores repugnantes, cuja temperatura é extremamente gélida ou então opressiva e sufocante, pois o seu magnetismo só se alimenta do entre­choque das paixões ínfimas e animalizadas.

Ramatís - A Sobrevivência do Espírito
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