Irmão planetário,
Nos ajude a divulgar o texto de Pai Valdo.
Pedimos que repasse para a sua rede social, blog, site...
Os tempos são outros, não estamos mais na época da inquisição, embora resquícios atávicos permaneçam.
Muita paz,
Norberto Peixoto.
* * *
Tendo recebido de uma grande amiga o vídeo abaixo da fala do Divaldo sobre a Umbanda, Pretos Velhos e Caboclos que, infelizmente, leva aos corações simples a confusão, a dúvida e o questionamento diante de realidade da religião e do amor, fiz um texto tentando esclarecer, o qual repasso aos meus irmãos de coração simples e aberto à universalidade do amor de Deus. Jesus nos abençoe a todos com sua paz e alegria.
Texto resposta fraterna e amiga:
Apenas uma
reflexão...
Embora admiremos
e respeitemos a gama de conhecimentos e estudos de médiuns como Divaldo Franco,
tanto que lemos, estudamos e recomendamos aos nossos médiuns e frequentadores
os livros por ele psicografados, com mensagens e ensinamentos de amados
Espíritos, também sábios, com grande ascensão evolutiva, mas que sabemos não
perfeitos ou donos da verdade, crença que nos levaria ao fanatismo ou
endeusamento de espíritos e médiuns que não são deuses, apenas irmãos, uns que
já ultrapassaram as portas do túmulo com uma certa gama de esclarecimento e
evolução, outros sendo condutores e intérpretes de suas mensagens para o plano
físico. Não podemos, contudo, como nesse caso e em outros deixar de acusar o
profundo desconhecimento desses grandes médiuns a respeito da doutrina Umbandista,
especialmente no que se trata da trilogia das formas fluídicas. Ora, um Preto
Velho, um Caboclo, uma Criança, ao incorporarem em seus médiuns, não significa
tratar-se de um espírito que foi ou ainda se considera um negro escravo ou
índio ignorante, como afirma Divaldo, tratando-se apenas de uma roupagem
perispiritual por esses espíritos assumidas, no ato da incorporação, como uma
mensagem visual, ritualística, litúrgica, numa religião brasileira, que fala
aos humildes e simples de coração.
O Caboclo
passa a mensagem de segurança, doutrina e simplicidade, o Preto Velho a de
humildade e sabedoria, a Criança a de pureza de coração e alegria de viver sob
a Lei Divina.
A Religião
de Umbanda é uma religião brasileira e, como tal, procura não ficar apenas
arraigada ao pensamento, mística e comportamentos mental e emocional eivados da
cultura europeia com ocorre ainda no Movimento Espírita Kardecista. A Umbanda é
uma religião brasileira que foi definida pelo seu implantador na crosta como “a
manifestação do espírito para a caridade”. Ora,
essa caridade é revestida pelo clamor em relação ao acolhimento do pobre e
deserdado, portanto dos excluídos da sociedade.
Quando um
espírito de escol, voltando-se para o Movimento Umbandista vem, junto a seu
médium, trabalhar assumindo uma roupagem perispiritual de Caboclo (simplicidade
e doutrina), Preto Velho (Humildade e Sabedoria) ou Criança (Pureza de Coração
e Alegria de Viver sob a Lei de Deus), além da mensagem simples e evangélica de
simplicidade, humildade e pureza, conclama aos cristãos para abrirem seus
corações para a inclusão dos grupos sociais brasileiros largados ao abandono e
descaso.
Vejamos que
o Caboclo Índio vem nos falar do indígena, verdadeiros habitantes e donos
destas terras brasileiras hoje relegados ao abandono e chamados de
“ignorantes”, sem a mínima misericórdia ou respeito a sua cultura e suas
crenças. O Caboclo Boiadeiro nos vem chamar a atenção para a inclusão do homem
do campo e dos pampas. O Caboclo Marujo busca incluir o pescador e marinheiro à
comunidade cristã. Por fim os Caboclos Baianos vêm falar da inclusão dos
nordestinos, especialmente aqueles que deixando suas terras vêm tentar a vida
em cidades grandes. São nossos porteiros, lavadores de carros, etc...
Os Pretos
Velhos, além da mensagem de humildade e sabedoria (velho, ancião, experiente
pela estrada e poeira do tempo), vem ainda nos falar da inclusão do negro e do
velho ainda banidos de uma sociedade que guarda na sua essência, ainda, a
sombra maléfica do preconceito e do racismo.
A Criança,
cuja mensagem evangélica da confiança em Deus e busca da pureza de coração nos
remete, também, à inclusão da criança abandonada nas ruas, especialmente as
crianças negras e indígenas, cujas oportunidades de educação e crescimento são
boicotadas em prol das classes dominantes.
Sem falar na
lembrança aos brasileiros espíritas cristãos quanto ao Carma coletivo, dívidas
essas ainda hoje contraídas ao montão por todos nós, em relação à descriminação
em relação ao negro e ao idoso, pobre e abandonado; ao indígena que até
hoje é banido e destruído, quando foram os verdadeiros donos e habitantes
primevos das terras brasileiras, ao sertanejo, ao pescador e
marujo, ao nordestino imigrante para as capitais em busca de crescimento
material e dignidade de vida; e às crianças que vivem ao abandono nas ruas, ou
sendo vitimas de abusos de toda ordem. É um grito de alerta quanto às
injustiças sociais que são, na verdade, o reflexo manifesto da falta de
espiritualidade evangélica e crescimento evolutivo das consciências.
Não, querido
Divaldo, esses espíritos que trabalham na Umbanda não são espíritos egressos de
encarnações ainda voltadas a ignorância e a patamares evolutivos atrasados. São
espírito de escol, quiçá de seu conhecimento, que acobertados pelo manto da
humildade e verdadeira caridade se voltam ao Movimento Umbandista para falar,
na língua do povo, do pobre, do sofredor e abandonado, da grandeza do amor de
Deus e da libertação que o Evangelho vivido pode nos trazer. Eles vêm socorrer
e orientar. O Caboclo das Sete Encruzilhadas, implantador da Umbanda no Brasil,
Espírito que em encarnações passada foi o insigne Padre português Gabriel
Malagrida, dizia que a“Umbanda deveria ser como a iconografia de Nossa
Senhora da Piedade que, acolhe em seu regaço, o pobre mutilado, sofredor, abandonado”. Isso nos faz
lembrar de Jesus enviando seus discípulos ao mundo e dizendo:“Por onde
andares anunciai o Rei no de Deus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos,
purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça
dai!” (Mt. 10:7-8).
É, caro
irmãozinho Divaldo, é necessária uma dosagem grande de humildade e acolhimento
da grandeza de Deus e reconhecimento consciente da nossa pequenez para entender
isto, e todos nós somos meros aprendizes desta humildade que nos torna crianças
diante do amor e grandeza de Deus. O Mestre ainda diz, orando ao Pai: “... Eu te
bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos
sábios e entendidos e as revelastes aos pequenos”. (Mt. 11:25).
Os Guias de
Umbanda sempre nos alertam que “É Jesus quem cura, é Jesus quem consola, é
Jesus que orienta. Nós, guias e médiuns, somos meros instrumentos de Sua
misericórdia.”
É importante
sabermos que a Umbanda é uma religião séria, com sua doutrina profundamente
cristã, pois o Evangelho é o ar que se respira na Umbanda; é espírita,
pois a Codificação Kardequiana é a base, o chão sobre o qual se apoia sua
doutrina universalista. Lembremo-nos que assim como Jesus não fundou nenhuma
religião, mas como Filho de Deus, Tutor do nosso Planeta, encarnou para nos dar
a mensagem do amor do Pai e ensinar o caminho de ascensão espiritual (Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida), portanto a sua mensagem não é propriedade de
ninguém ou de nenhum grupo religioso, mas tem caráter de universalidade, também
Allan Kardec não fundou religião institucional nenhuma, ele, como afirma em
Obras Póstumas, apenas codificou as mensagens dos espíritos em prol do avanço
intelectual, científico e espiritual da humanidade. O que vemos é repetir-se o
mesmo filme tantas vezes passado na história da humanidade, onde religiões e
seus adeptos, Mestres, considerados donos da verdade, afirmando e conduzindo as
pessoas pelos caminhos atávicos de suas vidas pregressas ainda não devidamente
superadas.
A Umbanda é
um Movimento Religioso que foi fundado, como todas as outras religiões, com o
fim de ajudar os encarnados e desencarnados a subirem a escada do progresso.
Ela não se acredita única nem a verdadeira, mas apenas mais uma a oferecer às
pessoas caminho de paz e evolução. A Umbanda não crê que alguma religião salve
ninguém, ela acredita que a religiosidade, ou seja, a vivência religiosa, essa
sim liberta e salva. Se encontramos umbandistas e templos ditos umbandistas
usando mal o seu nome, trabalhando com esse nome sagrado chafurdados na
ignorância, na magia negra, na superstição e na crendice infantil, não quer
dizer que ela, a Umbanda, seja religião de ignorantes e feiticeiros. Não, assim
como Jesus não tem culpa de todas as asneiras, ignorâncias e dores que em seu
nome os humanos já realizaram e realizam, também a Umbanda não tem culpa de
todas as perversões e infantilidades que realizam em seu nome. A Umbanda não é
um grupo de pessoas girando em torno do nada ou de preceitos vazios,
fantasiosos e ignorantes.
Quando o magnânimo
espírito do Padre Gabriel Malagrida, sob a roupagem perispiritual do Caboclo
das Sete Encruzilhadas, iniciou o Movimento Umbandista no Brasil, em 1908, ele
foi claro ao afirmar: “Estou fundando uma nova religião brasileira, cuja
base é o Evangelho e o Mentor Maior, o Cristo” “Não matar, não cobrar, vestir o
branco, evangelizar e utilizar as energias da natureza para o bem”.
Tenho
certeza que nosso caro Divaldo desconhece todas essas coisas, do contrário não
falaria como falou, desrespeitando, a meu ver, uma religião amada e praticada
por tantos brasileiros, através da qual os Espíritos Esclarecidos e Iluminados
vêm, na sua inconfundível e necessária HUMILDADE, consolar os tristes,
orientar os perdidos no caminhos, tratar os doentes do espírito. Desse tipo de
ataque, fruto do desconhecimento, já estamos cansados, sejamos Umbandistas ou
Kardecistas, de sofrer por parte dos nossos irmão pentecostais. No caso
atual só muda a alcunha recebida pelos abnegados benfeitores espirituais: de
demônios para espíritos ignorantes.
Como sempre
afirmam os Mentores da Umbanda, ao desencarnarmos todos nós teremos grandes e
gratas surpresas, pois veremos como o Preto Velho ou o Caboclo que pisa na
Cabana simples e cristã da Umbanda, não passam dos mesmos espíritos que se
apresentam nas cultas e radiosas mesas dos Centros Kardecistas. Trata-se apenas
de uma roupagem perispiritual, pois, como afirma Divaldo acertadamente, o
espírito desencarnado não possui mais corpo físico e forma definida, pois o
perispírito é formado de matéria plasmável e fluídica. O Doutor, a Madre, o
Mestre ou os respeitáveis espíritos que foram poetas, cientistas e etc..., são
os mesmos pretos velhos e caboclos da umbanda, todos nos gritando e chamando a
nossa atenção para a necessária humildade, simplicidade e verdadeira sabedoria,
pois esses títulos e seus cargos e funções na encarnação pretérita nada são,
pois o valor está no interior, na simplicidade, na humildade, no amor sem
ostentação e trombetas, pois “o reino de Deus está dentro de vós”, e
somente quando trabalharmos o Reino de Deus dentro de nós poderemos compreender
e saborear a mensagem de Jesus.
Foi Ele que
orou em ação de graças ao Pai, dizendo “Te dou graças Pai, Senhor do céu e
da Terra, pois escondestes essas coisas aos sábios e grandes deste mundo, e a
revelastes aos pequeninos e humildes”.
A Umbanda,
como dizia o seu fundador, deve ser como uma Casa que abriga, consola, dando
sombra e guarida aos caminhantes na romagem encarnatória. Essa Casa tem
como chão, base e segurança intelectual esclarecedora a Codificação
Kardequiana, que como já o disse acima, não é propriedade do respeitável
Movimento Espírita; tem como paredes acolhedoras os ensinamentos e
conhecimentos fornecidos pela cultura brasileira fundada no ameríndio, afro e
oriental; e tem como telhado que cobre, dá sombra e frescor o cristianismo
preconizado no Evangelho Redentor.
Isto é a
Umbanda, repetindo o que disse o Mestre: “Quem tem olhos de ver que veja,
pois existem muitos que têm olhos, mas não enxergam”.
É tão
diferente essa referência de Divaldo à Umbanda daquelas dada por Chico Xavier
ao ser perguntado sobre a mesma. Como ele trouxe consolo, clareza e segurança
de caminhada aos adeptos do movimento umbandista, chamando-a de religião
respeitável e chamando a atenção para a necessidade de mais e mais
evangelização.
Não sei quem
disse ao nosso querido Divaldo que a Umbanda existe para resolver problemas
materiais? A função da Umbanda é evangelizar. Como diz um insigne Mentor
Espiritual da Umbanda, o Caboclo Ventania de Aruanda: “A função
principal da Umbanda Espírita Cristã é iluminar corações e resgatar almas”. Se ela ajuda
energeticamente nessas soluções é apenas no sentido de consolar e abrir
caminhos para a reforma intima do irmão carente e necessitado de ajuda, não
para se postar como quebra galho de ninguém, ou instrumento utilitarista e
mistificador “substituindo os adivinhos e feiticeiros”, pois tudo, como dizem
os Caboclos e Pretos Velhos, está na dependência do programa Cármico ou do
merecimento das pessoas. Mas, a essência, a verdadeira solução e cura dos
males do espírito e do físico está sempre na “Evangelhoterapia”, ou seja, na
terapia da vivência evangélica pela mudança de valores e comportamento.
Quanto
a ser ela resolvedora de problemas que o espiritismo não pode resolver,
que me parece o ofendeu profundamente, já ouvi sobre isso, mas saído de dentro
dos próprios Centros Kardecistas, o que é pura ilusão, pois o que se faz lá, se
faz cá, o que está lá é o mesmo que está cá, podem mudar as formas, mas o que
são as formas diante do espírito e da misericórdia de Deus. Será sempre o uso e
aplicação dos fluidos, manipulados e retirados dos próprios médiuns ou da
natureza para refazimento dos caminhantes na estrada da evolução. A realidade é
a mesma, seja da umbanda ou do espiritismo kardecista, o que muda é a janela
pela qual se olha esta mesma realidade consoladora.
Caro Divaldo
e irmãos do movimento kardecista, como vocês, nós também bebemos na fonte de
esclarecimentos dos Espíritos da Codificação da Doutrina Espírita e, portanto,
sabemos como, e sabem e nos ensinam os Caboclos e Pretos Velhos aquilo que
preconiza o Espírito de Verdade no Livro dos Médiuns capítulo 27, item 303: “Os
espíritos vêm vos instruir e vos guiar no caminho do bem, e não no das
honrarias e da fortuna, ou para servir às vossas paixões mesquinhas. Se não
lhes pedisse jamais nada de fútil ou que esteja fora das suas atribuições, não
se daria nenhuma presa aos Espíritos enganadores; de onde deveis concluir que
aquele que é mistificado não tem senão o que merece. O papel dos Espíritos não
é o vos esclarecer sobre as coisas desse mundo, mas o de vos guiar com
segurança no que vos pode ser útil para o outro. Quando vos
falam das coisas desse mundo, é porque julgam necessários, mas não a vosso
pedido. Se vedes nos Espíritos os substitutos dos
adivinhos e dos feiticeiros, então é que sereis enganados.” (grifo nosso)
Não se deve
confundir a Umbanda com mistificadores, mercadores de soluções materiais, que,
às vezes, em seu nome, praticam atos e rituais que nada têm a ver com a
Umbanda, mesmo que usando o seu nome, da mesma forma que não podemos confundir
o Movimento Espírita Kardecista com tantos fantasiosos e pretensos médiuns que
usam o seu nome para apregoar crendices e tirarem proveitos financeiros e
políticos.
Todas as
religiões têm o mesmo fim, religar o homem a Deus, a criatura ao seu Criador,
sua fonte e finalidade. Por isso todas elas, se vivenciadas com honestidade e
verdade, são uteis e boas. Religião nenhuma tem a verdade, ou são únicas, são
apenas instrumentos nas mãos do operário para construir a sua evolução. E cada
espírito, encarnado ou não, tem o direito, pela sua afinidade, de trabalhar sua
religação com o Pai por meio de uma dessas formas de vivências religiosas. Diz
um amigo espiritual que “para cada pé tem um sapato que lhe cabe”.
Na verdade,
como Umbandista Espírita Cristão, fico triste com esse depoimento do caro irmão
Divaldo, mas também compreendo, por tratar-se de desinformação e natural
imperfeição que ainda é nota preponderante em todos nós. Continuamos, tenha
certeza, Divaldo, a estudar as obras kardequianas, a estudar as mensagens e
ensinamentos desses grandes irmãos benfeitores que, através da sua mediunidade,
nos trazem a riqueza do saber, principalmente Joanna de Angelis e Manoel
Filomeno, que no nosso Centro “de Umbanda”, são autores recomendados e quase
obrigatórios para os médiuns da Desobsessão e Psicofonia e Tratamentos
Espirituais, bem como para o público em geral, pois tenho certeza que eles têm
outra visão, apesar da normal dificuldade na recepção mediúnica. A
mediunidade supõe a natureza, nos ensina
Kardec.
Lembro
apenas que para nós umbandistas a “Umbanda é paz e amor. Um mundo cheio de Luz.
É força que nos dá vida, E à grandeza nos conduz”.