PERGUNTA: — Qual é o vínculo ou elo entre os conceitos de "pedi e recebereis" e "buscai e achareis"?
RAMATÍS: — Primeiramente, o homem deve saber o que quer e, depois, buscar o que deseja. No curso dessa ação, observa-se um processo num ritmo coerente e disciplinado; é um desdobramento de premissas, que convergem sensatamente para a conclusão lógica de "receber" ou "achar". Em tudo o que se sucede na vida, a ordem e o ritmo são partes ou seqüências de qualquer processo, em qualquer plano do mundo material ou do reino divino, a fim de se manter o equilíbrio e a harmonia do Cosmo.
Malgrado algumas conceituações negativas, no próprio mundo físico predomina uma disciplina, que se pode configurar como um "ritual". Não se trata de formalismo ou apego às cerimônias religiosas, mas, tão-somente a ordem ou sucessão regular de cada coisa ativada, ou atuando no seu tempo e na sua freqüência. Mesmo na criação do mundo, percebe-se o rito, ou uma ordem que impera por etapas sucessivas e gradativas, pois Deus só criou as aves e os animais após ter criado o Céu e a Terra, e deu a vida ao homem depois de povoar o mundo com os seres inferiores. Assim, há um rito ou uma ordem, pois deve ser de entendimento sensato que, primeiro, há de se "pedir", para depois "buscar". É um ritual simples e indispensável que o homem, primeiramente, tire os sapatos para, depois, conseguir tirar as meias. A simples operação de tirar as meias exige, "ritualisticamente", a mobilização do primeiro ato, em que deve, antes, descalçar os sapatos, como a etapa ordenativa e sensata do processo. Ninguém duvida de que só um louco "busca" o que muito cogita e não "pede".
Ao pedir, o homem indica o que deseja e considera de melhor para si, e a Divindade, então, concede a permissão para ele conseguir a sua pretensão humana. Mas, ainda lhe fica o direito de escolher o "objeto" que deseja e fazer dele o uso que lhe convier. Portanto, entre "pedir" e "receber", "buscai e achareis", há um vínculo ou elo algo ritualístico, em que, pela disciplina da sucessão dos fatos, ninguém é sensato "buscando" o que não sabe, o que não pede e o que não deseja.
O Evangelho à Luz do Cosmo
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