PERGUNTA:
Observamos que os frequentadores do terreiro vem sempre pedir algo para si,
raro são os que vem doar, raríssimos os que atendem ao chamado da mediunidade
para serem ativos trabalhadores. Como a Umbanda se mantém?
PAI
TOMÉ:
Meus filhos amados, da nossa esfera de trabalho para a Terra, o terreiro é o
Espaço Sagrado onde se realiza a ligação vibratória entre os dois planos da
vida imortal. Os que nos procuram são como os viajantes exauridos que encontram
no caminho uma parada para descanso com fecundo poço d'água, no qual saciam a
sede imediata e enchem o cantil do bornal do espírito para continuarem a longa
caminhada. Contudo, lá fora na estrada da existência diária, são para com os
outros desertos áridos de individualismo, pela fixação mental do querer tudo
para si mesmos.
Reflitamos que é justo
pedir; entretanto, é preciso igualmente saber receber a água das dádivas
concedidas e redistribuí-las. Deus dá e é provedor sempre, igualmente a todos e
nada pede para Si. A própria natureza, moldada por Deus oferece-nos as mais
profundas lições neste sentido: a fonte recebe as águas e as espalhas em
regatos cristalinos; a árvore frutífera ganha o benefício da seiva e dá os
frutos curvando seus galhos para que os homens os alcancem; o mar forma as nuvens que fecundam a terra seca fazendo chover
pingos de vida, e as montanhas em suas formações rochosas amparam os vales
verdejantes. Somente os homens costumam receber e nada dar em troca.
Se a Umbanda dependesse tão somente das criaturas
de senso comum, que querem tudo da mediunidade para si próprias e quase nada realizam
de doação para os outros, muito menos como médiuns a favor da Lei Divina e
desta para a faina sofredora da humanidade, de há muito tempo o "poço" que mitiga a sede das almas teria
secado. A Umbanda se mantém pela
abundância inesgotável da Fonte Divina da Criação, provinda do amoroso Deus
Criador.
Psicografia médium Norberto Peixoto.