Jesus ensinou as reações mais afins à libertação espiritual, quando assim exclamava: “Se te tirarem a túnica, dá-lhe, também, a camisa”, “Ama o próximo como a ti mesmo”, “Faze aos outros o que queres que te façam” e “Se teu adversário obrigar-te a andar uma milha, vai mais uma com ele”. Assim esquematizou perfeitamente o desprendimento total e necessário das nossas concepções comuns e egoístas do mundo físico, demonstrando a conduta imprescindível para o espírito poder libertar-se do jugo fascinante, mas ilusório da matéria.
Não basta essa vivência
tão sacrificial e desprendida, mesmo que o homem doe tudo de si a outrem, caso
ele ainda não esteja possuído de tanta humildade, que possa perdoar a todos os
seus adversários e autores de sua própria infelicidade. Zombado, escarnecido,
caluniado e infamado pelas ingratidões de amigos mais estimados, dominados pelo
orgulho, vaidade, ciúme, ambições, inveja e avareza, ainda é preciso que o
iniciado na didática do Evangelho tenha consciência do benefício e do seu martírio
opondo à sua chancela límpida de ressentimento, de perdoar tanto quanto o
Cristo perdoou.
(Obra: Ramatís - O Evangelho a Luz
do Cosmo, 9ª, Edição, pagina 177.)