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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Das ervas utilizadas e das iniciações junto à Natureza realizadas na Umbanda. Afinal, o que é um "amaci"?


PERGUNTA - Quanto à sensibilização e educação do médium encarnado, não são suficientes a moral e o Evangelho do Cristo interiorizado para a percepção mediúnica com as entidades Guias e Protetores?
RAMATÍS - Sem dúvida o Evangelho do Cristo é plano de viagem seguro para o navegador no mar revolto da mediunidade durante a vida carnal, conduzindo-o a portos serenos no decurso da longa e tempestuosa travessia do ciclo reencarnatório.
    Há que se considerar que a sensibilização do espírito e sua educação para o amor incondicional requerem que se submeta o ego inferior à razão fortificada pela moral crística, sendo que o maior desafio não é o conhecimento e sim a interiorização dos conteúdos evangélicos no modo de ser do espírito imortal.
     Como a prática mediúnica na Umbanda envolve sutis energias no campo da magia dos quatro elementos planetários - ar, terra, fogo e água - expande-se sua mecânica para fronteiras além da moral e do Evangelho, pois requer comprometimento de vidas passadas e sintonia entre consciências, uma corpórea, e várias outras extracorpóreas. Os chacras de todos os corpos sutis devem vibrar e estar alinhados de tal maneira que mantenham o fluxo energético harmônico em todo o complexo físico-etérico, astral e mental, na mesma faixa de sintonia dos espíritos comunicantes, que se ligarão nesses núcleos durante o desacoplamento dos corpos, em especial o astral, para a comunicação mediúnica. Levando em conta o compromisso socorrista e a necessidade premente de higienização das zonas abissais do planeta, os médiuns umbandistas atuam com mais desenvoltura no Umbral inferior, ao mesmo tempo que se lhes impõe enorme exigência de elasticidade mediúnica para atuarem em várias freqüências, em grandes e baixas amplitudes de ondas eletromagnéticas, desde o preto velho que os influencia numa faixa mental até as catarses que liberam a quota de energia necessária para os socorros nas faixas que o trabalho socorrista requer. Sendo assim, é comum os aparelhos que servem ao lado de cá se ressentirem energeticamente de tempo em tempo, o que justifica os "amacis" e assentamentos vibratórios realizados com ervas previamente maceradas, com certa regularidade, para a perfeita renovação sintônica com os Guias e Protetores. É como se fosse providenciada uma intensificação das ondas de um rádio emissor utilizado no envio de relatos para a estação receptora, a fim de melhorar a qualidade retransmissora do canal de comunicação com o lado de cá.

PERGUNTA - Qual o porquê das ervas utilizadas e das iniciações junto à Natureza realizadas na Umbanda? Afinal, o que é um "amaci"?
RAMATÍS - As ervas utilizadas e as iniciações junto aos locais vibrados da Natureza da Terra têm por finalidade a renovação energética, o alinhamento dos chacras e a adequação do fluxo vibratório destes, nos diversos corpos sutis, aos chacras dos Guias e Protetores de cada médium, que também os possuem, tanto no corpo astral quanto nos seus corpos mentais.
     Evidencie-se que há uma espécie de junção nestes vórtices vibratórios, entre dimensões de freqüências diferentes, o que requer imenso rebaixamentos das entidades comunicantes, exigindo da parte dos encarnados elevação moral e harmonia como maneira de aumentar o tônus vibratório a ponto dos chacras se "encaixarem".
      Os chamados "amacis" nada mais são do que o uso de ervas, em que princípios astralmagnéticos que as influenciam e que as ligam vibratoriamente com as energias dos quatro elementos planetários, do ar, da terra, do fogo e da água, são adotados para a complementação energética dos médiuns. Não são quaisquer ervas, usadas aleatoriamente. Quando assim ocorre, prepondera somente a boa vontade dos diretores e a auto-sugestão do médium, como uma espécie de placebo medicamentoso. Efetivamente, os princípios químicos em regência vibratória astrológica afim não são liberados adequadamente, tornando-se inócuos nestes casos os "amacis". É fundamental que as ervas estejam alinhadas vibratoriamente com a astrologia e com os Orixás que influenciam os médiuns, para o efeito de se fortalecer a ligadura através dos chacras durante as manifestações dos Guias e Protetores. Claro está que a ancestralidade e a própria sensibilização do corpo astral do médium pelos técnicos siderais antes de reencarnar são fundamentais para o sucesso das lides medianímicas no seio da Umbanda, que vai além do intercâmbio meramente mental, só pelo pensamento. 

Do Livro: “Jardim dos Orixás” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento

Provérbio africano sobre a fofoca.


Sobre incorporação de consulentes.


      Muitas pessoas que tem consciência de sua mediunidade, mas fogem dela, seja pelo motivo que for, costumam mesmo assim, ir ao centro espírita ou ao templo de umbanda para "receber" passe.
Chegando lá, por condicionamento mental ou por outros motivos, passa a ter certos comportamentos, que acreditam ser incorporação de algum espírito. Se no centro espírita, acreditam ser obsessor, se no templo de Umbanda, geralmente a pessoa diz ser seu "guia".
      Nossa opinião a respeito disso e nosso conselho é: 
     - Procura instruir-se amigo. Procura estudar sobre a espiritualidade, mediunidade e suas manifestações e sobretudo, corre atrás de se auto conhecer e sobretudo, fazer sua reforma íntima. Isso gera equilíbrio e pessoa equilibrada, mesmo sendo médium, não vai "incorporar" só porque entrou num ambiente espiritualista.
       Se já sabe que possui mediunidade e não está estudando nem trabalhando,lhe pergunto: - Se você possui uma ferramenta ( pois mediunidade é ferramenta de trabalho) e não a usa para auxiliar aos necessitados, porque então vem ao centro buscar caridade para você, dos outros médiuns que aceitaram auxiliar? Não seria egoísmo?
       Você assumiu esse compromisso antes de reencarnar, por misericórdia divina, junto aos seus guias e protetores para juntos realizarem a "caridade". Então meu irmão, "usar" seus guias só para se "limpar" e "descarregar" suas próprias energias lá no centro e depois seguir para sua casa mais leve,continuando a vida do mesmo jeitinho da semana anterior, até juntar mais carga e na semana seguinte vir e repetir tudo outra vez, é pedir para hora ou outra, destrambelhar psiquica e emocionalmente. Além de ser um atestado de extremo egoismo. Afinal, será que os guias estão com você como faxineiros à sua disposição? 
      Sem contar que o fato de saber que tem mediunidade, muitas vezes só por sentir a energia ao entrar no ambiente espiritualista, confunde com incorporação. Pois poderá sentir alguns arrepios e sensações normais, uma vez que ali a energia é mais sutil que a sua, ocorrendo algo parecido com um choque anafilático na transformação, causando sintomas orgânicos. Mas sem ter qualquer interferência de espíritos.
       Então meu irmão. Mediunidade é coisa séria para gente séria e rima com caridade. Evite desenvolver o gosto pelo fenômeno. Tenha uma fé sólida, coerente e racional. Estude, pesquise, se instrua, se oriente e se disponha ao trabalho, que necessariamente não precisa ser mediúnico. Necessitados e trabalho não faltam. Faltam trabalhadores disponíveis. Pense nisso!


       Leni W.Saviscki - dirigente do TUVA- Erechim- RS.

A Sabedoria das parábolas - A Figueira que Secou.

Fascinação e engambelo, o que parece ser não é.



( este texto faz parte do livro "Mediunidade & Sacerdócio" - no prelo pela Editora do Conhecimento )

         Impressiona a quantidade de pessoas em processos de obsessão na atualidade. Parece-me que quanto mais conhecimentos temos das coisas espirituais, mais falha-nos a simplicidade e a fé pelo ego intelectual inflado, o que acaba sendo uma porta escancarada para os malfeitores do além.
     Dias destes comentava-me uma confrade espírita que estava cansada, que todos os centros que conhecia estavam atulhados de gente, fazendo com que os médiuns trabalhadores se encontrassem exaustos diante de tantos desequilibrados, ansiosos, depressivos, lamurientos, chorosos,..., pedindo ajuda diariamente.
     Afinal, o que está havendo?  
     Os amigos espirituais informam-nos que há uma intensificação das obsessões, uma espécie de levante umbralino, um motim, como se houvesse uma revolta contra o capitão do navio. As almas não estão aceitando o destino da embarcação e se tornam violentas.
        O próprio estilo de vida dos encarnados da crosta, agitados, ambiciosos, de falsas aparências, com uma avalanche de informações diárias de todos os meios, muita oferta de facilidades pelo salvacionismo mediúnico religioso vigente, distorce as leis de causa e efeito e o equilíbrio entre as duas esferas vibratórias de vida.
             Há que considerarmos igualmente que se intensificam as remoções para outros orbes de espíritos que não podem mais ficar na psicosfera da Terra e ao mesmo tempo implementam-se barreiras magnéticas que os impedem de encarnar aqui. Naturalmente isto gera um desespero nos aglomerados espirituais do umbral inferior que se sustentam das emanações mentais e fluídicas dos encarnados. Daí a intensificação das obsessões, intencionando habitarem junto à superfície dos encarnados e daqui não saírem. E haja centro espírita com passe e água fluídica, terreiro de umbanda com banho de sal grosso e arruda, igrejas neopentescontais com sessões de descarrego, e trabalhinhos de amarração da última hora como vemos oferecidos nos anúncios de postes e pelas panfleteiras dos cruzamentos urbanos. Para aliviar o desespero de todo este povo a oferta é a mais variada, desde para os mais pacienciosos que se dispõem a assistir uma série de palestras até aos mais afoitos e apressados que querem resultado em sete dias, doa a quem doer o que só agrava o nó do novelo das obsessões na atualidade.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Comentando a obra HISTÓRIA DA UMBANDA NO BRASIL - Diamantino Fernandes Trindade.

   
"Após a leitura deste livro, poder-se-á afirmar, sem medo de errar, que a Umbanda tem história registrada."  
Diamantino F. Trindade.




         Na minha opinião, o que mais me marcou nesta espetacular obra: o detalhamento do advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas, os aspectos políticos, sociais e econômicos impactantes no contexto de época da fundação da Umbanda; os fatos históricos resgatados da fundação das 8 Tendas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas e o registro relevante da Tenda São Jorge, autorizada pelo Caboclo, a ter sessão pública de Exu e atabaque; o impacto da literatura de W.W da Matta e Silva no meio umbandista; e finalmente o resgate histórico do Exu Sete da Lira, que incorporava em Mãe Cacilda nos anos 70 do século passado e chegou a atender até 30.000 consulentes em suas Engiras Públicas de Umbanda.
NORBERTO PEIXOTO.


 


SINOPSE DA OBRA: 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Um estudo sobre os Orixás na Umbanda - parte 2.


   
    O planeta em que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do equilíbrio entre as energias da natureza. A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo energético entre os elementos que constituem estes mundos e entre cada um dos seres vivos que habitam estes orbes.
     Um dado característico do exercício da religião de Umbanda é o uso, como fonte de trabalho, destas energias, ou faixas vibratórias. Vivendo na Terra, o homem convive com leis desde sua origem e evolução, que mantêm a vitalidade, a criação e a transformação do planeta, dados essenciais à vida como a vemos desenvolver-se a cada segundo. Sem essa harmonia energética o orbe entraria no caos.
     A essa faixa vibratória de alta força energética chamamos orixás, usando um vocábulo de origem Yorubana, que tem como significado "dono da cabeça", mostra assim a relação existente entre o mundo e o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam. Nossos corpos têm, em sua constituição, todos os elementos naturais em diferentes proporções.
     Na Umbanda os Orixás são tidos como os maiores responsáveis pelo equilíbrio da natureza. São conhecidos em outras partes do mundo, e dentro de outras vertentes religiosas como "Ministros" ou "Devas", energias de alta vibração evolutiva que cooperam diretamente com Deus, fazendo com que Suas Leis sejam cumpridas constantemente.

Conduta para o amaci*


- Vovó Maria Conga - "Meus filhos. Aproxima-se o momento de realização do amaci, que como todos sabem é oportunidade sagrada de reencontro com os guias dentro da faixa vibratória do orixá regente de cada um. Saudemos nanã, orixá que nos sustenta na magia desde a fundação desta choupana. Que seu axé – força - se faça presente em cada um dos presentes. Nanã, mãe grandiosa da magia dos orixás, vibratoriamente reside nas águas paradas dos fundos dos lagos e em todas as nascentes aquosas planetárias. Simbolicamente representa as águas primordiais que Deus criou e usou na terra, formando à lama, o barro para moldar os corpos e abrigar neles os espíritos que habitam o planetinha azul, assim como o sopro enche um balão. Que as águas sem movimento do fundo dos lagos acalmem as agitadas mentes de vocês e fixe-as na estabilidade da criação. Deus cria incansavelmente e está sempre junto de suas criações. Antes de mergulharem no fundo do lago límpido do espírito, deixem na beira, no encontro das marolas com a areia, ali onde as folhas secas que caíram das árvores formando uma pasta lodosa e putrefata, fazendo-se húmus nutriente para as flores e ervas ribeirinhas, as negatividades de cada um de vocês, aquilo que mais os incomoda para que a força transformadora da natureza, ao tornar as folhas secas em potente adubo, ao mesmo tempo purifique e nutra os corpos e chacras dos filhos para o encontro sagrado que acontecerá em breve durante o amaci. Todavia, qualquer energia da natureza se torna estéril e sem efeito se não acompanhada da conduta moral elevada e dos atos contínuos na busca da manutenção do estado elevado da alma. Vigiem mas não fiquem “só” na vigilância, igual ao pássaro que tem asas e não voa. Tenham atitudes e ações diárias compatíveis com o que receberão durante os próximos dias libertando-se da gaiola que os prende a si mesmos. É na consciência de cada um que reside à perenidade do espírito. Salve todos os pretos, pretas, tios, tias, vovôs e vovós da nossa umbanda amada. Salve a magia africana ancestral e o nosso senhor Jesus Cristo."

* Nota - amaci: muito resumidamente, podemos dizer que é um banho de ervas maceradas que é feito na cabeça do médium para fortalecimento do seu tônus mediúnico. Se Jesus foi batizado por João Batista, à beira do Rio Jordão, para que a sua coroa mediúnica vibrasse em toda a sua potencialidade com o Cristo Cósmico, quem somos nós para dispensar o amaci, que também é um tipo de batismo na umbanda.


"A todos que olham, a todos que estão aqui, 
Muita atenção hoje é noite de amaci. 
Filhos de fé respeitai o pano branco, 
Babalaô, preparou seu banho Santo. 
Filhos de fé, respeitai pemba e congá, 
Dentro da Lei, vem saudar teu Orixá. 
Saravá Ogum, 
Tenho a cabeça lavada, 
Fiz meu batismo na Umbanda, 
Hei de louvar os meus Guias..."

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Uma experiência com Nanã - Orixá.

     

          Tive uma experiência marcante com o Orixá Nanã. Quando da fundação da Choupana do Caboclo Pery (hoje a denominação social, estatutária, é Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade), ainda na casinha de madeira alugada - não tínhamos na época a atual sede própria. Antes de fazermos o primeiro rito interno de firmeza do congá reunindo todos os demais médiuns, tínhamos acabado de realizar, com auxílio somente de mais três médiuns, a consagração da tronqueira de Exu – campo de força de proteção onde se apoiam do Astral as entidades guardiãs do terreiro -, e ao chegar a minha residência caí imediatamente em transe profundo, inconsciente no corpo físico, mas consciente em desdobramento astral. Vi-me em Corpo Astral num barracão enorme de madeira. Tinha uma pequena cerca que separava o terreiro propriamente dito da assistência e de um outro espaço onde ficava a curimba - atabaques. O local onde as pessoas ficavam tinha vários bancos feitos de tábuas e atrás uma espécie de arquibancada de três a quatro lances.  Eu estava em pé no meio do terreiro, de chão batido, quando se abre uma porta na frente e começa a entrar um séquito de espíritos africanos paramentados como Orixás, todos nagôs, com suas vestimentas típicas, cores e adornos peculiares. Eles vieram ao meu encontro dançando, um a um, e formaram uma roda a minha volta. Por último entra Nanã, impecável em sua vestimenta ritual azul-claro, feito tipo uma seda bordada em detalhes roxos, ficando sentada aos fundos numa caldeira de encosto alto com o seu ibiri - instrumento ritual - na mão. Ficou evidente a ascendência de Nanã sobre os demais orixás - espíritos presentes. Houve uma comunicação em pensamento na minha tela mental, sobre meu compromisso com a forma africana de culto e louvação aos Orixás na Umbanda, em conformidade com sérios compromissos ancestrais, confirmado pelo encontro astral: Nanã, sentada no espaldar alto, de semblante austero e suave sendo saldada pelos demais Orixás. Em reverência respeitosa a saldei. Voltei do transe sonambúlico, "acordando" no corpo físico com a convicção de que Nanã foi  a “fundação” do terreiro, como se este Orixá fosse, e é,  os alicerces e fundações da comunidade umbandista,   uma casa de caridade construída e Oxossi, o regente do congá, é o telhado e as paredes. Fiquei três dias em casa prostrado em uma sonolência gostosa. Levantava, comia e voltava a dormir. Ao terminar estes três dias as energias benfazejas que estavam pulsando tinham sido absorvidas pelo meu duplo etéreo, fazendo parte da minha estrutura energética. Senti-me mais forte e confiante para os embates vibratórios que se avizinhavam, naturais quando da fundação de um terreiro. Embora já tivesse sido consagrado por Pai Roger Feraudy, oportunidade que Pai Tomé me confirmou e passou as Ordens e Direitos de Trabalho sob a Lei de Umbanda, oportunamente, já com a responsabilidade do sacerdócio a frente de um congá, encontrei Mãe Iansã Ayporê Pery, que ajudou-me a consolidar-me como dirigente, em rito propiciatório de consagração sacerdotal, como já relatei em outro texto.

Paz e luz,
Norberto Peixoto.

NOTA: não tínhamos curimba quando da fundação e só fomos ter a partir do terceiro ano, já instalados na sede própria. Na ocasião da experiência relatada, escutei perfeitamente os cânticos com os atabaques tocando, o que já era comum, pois por diversas vezes anteriormente, dando passe enxergava e ouvia os tamboreiros tocando e cantando no Astral, embora na parte física do terreiro não tivéssemos nada parecido.  


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A "iniciação" de Jesus.


          A Umbanda vivência o Evangelho de Jesus em sua essência através da manifestação do amor e da caridade prestada pela orientação dos guias e protetores que recebem a irradiação dos orixás.

          Encontramos no terreiro da verdadeira umbanda entidades que trabalham com humildade, de forma serena, caritativa e gratuita; espíritos bondosos que não fazem distinção de raça, cor ou religião, e acolhem todos que buscam amparo e auxílio espiritual, conforto para dores, aflições e desequilíbrios das mais variadas ordens.

       A Umbanda convida o homem a se transformar. Assim sendo, o consulente recebe esclarecimento sobre sua real condição de espírito imortal, ou seja, é levado a entender que é o único responsável pelas próprias escolhas, e que deve procurar progredir na escala evolutiva da vida, superando a si mesmo. Mas para transformar-se é preciso estar pronto para compreender as energias que serão manipuladas, porque elas trabalham com o ritmo interno. Ouvir a intuição é, portanto, ouvir a si próprio; é saber utilizar os recursos necessários que estão disponíveis para efetuar a mudança do estado de consciência.

         Por isso, transformar significa reverter o apego em desapego, as faltas em fartura, a ingratidão e o ressentimento em perdão. É não revidar o mal, mas sempre praticar o bem. Dar sem esperar reconhecimento ou gratidão. A beleza da vida está justamente na "individualidade", no ser único, criado por Deus para amar. E este ser único está ligado à coletividade pelos laços do coração e da evolução, a fim de aprender a compartilhar, respeitar, educar e ser feliz.

        Somos o somatório dos nossos atos de ontem: por ter cometido inúmeros excessos, estamos conhecendo a escassez, ou melhor, sempre atuamos à margem, não conseguindo nos equilibrar no caminho reto, pois o processo de evolução é lento, não dá saltos, respeita o livre arbítrio, o grau de consciência e o merecimento de cada um.

        A Umbanda pratica o Jesus consolador, e, silenciosamente, vai evangelizando pelo Brasil afora, levando Suas máximas: "A água mais límpida é a que corre no centro do rio, pois as margens sempre contêm impurezas". "Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o amanhã cuidará de si mesmo", pois Ele nos envia o Seu amor incondicional, que não impõe condições, porque não julga, não cobra, apenas Se doa e espera pelo nosso despertar para as verdades espirituais, para o homem de bem que existe dentro de cada um de nós.  

        Quando Jesus se aproximou de João Batista, que, com os joelhos encobertos pela água do Rio Jordão, mais uma vez falava do Messias, ao olharem-se um ao outro, uma força poderosa instalou-se sobre todos os circunstantes. Jesus então aproximou-se de João Batista, e este ajoelhou-se aos pés do cordeiro de Cristo. Mansamente Ele o levantou e agachou-se sinalizando para que João o batizasse. Nesse instante único, vibraram intensamente sobre Jesus, no centro do seu chacra coronário, o Cristo Cósmico e todos os Orixás. Foi preciso que o Messias fosse "iniciado" por um mestre do amor na Terra, para que se completasse Sua união com o Pai, e ambos fossem um. Esse é um dos quadros históricos mais expressivos e simbólicos que avalizam os amacis na Umbanda.

Ramatís - Mediunidade e Sacerdócio.
Editora do Conhecimento.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

MEDIUNISMO DE UMBANDA - SERVIÇO COMPROMETIDO NO ESPAÇO.

    "O melhor processo para desenvolver o médium que prefere atuar sob o paraninfo da doutrina espírita ainda é aquele que Allan Kardec indicou no "Livro dos Médiuns". No entanto, quem por simpatia, índole espiritual, temperamento psicológico ou serviço comprometido no Espaço escolhe o mediunismo de Umbanda, sem dúvida deverá seguir os métodos prescritos pelos "pais de cabeça", submeter-se à técnica dos "caboclos desenvolvedores" e enquadrar-se sob os preceitos ritualisticos das linhas de Ogum, Xangô, Ori do Oriente, Oxóssi, Oxalá,Yemanjá..."

RAMATÍS - MEDIUNISMO.

Consagração sacerdotal de Norberto Peixoto - Preito de Gratidão à Mãe Iassan Ayporê Pery.

      "O melhor processo para desenvolver o médium que prefere atuar sob o paraninfo da doutrina espírita ainda é aquele que Allan Kardec indicou no "Livro dos Médiuns". No entanto, quem por simpatia, índole espiritual, temperamento psicológico ou serviço comprometido no Espaço escolhe o mediunismo de Umbanda, sem dúvida deverá seguir os métodos prescritos pelos "pais de cabeça", submeter-se à técnica dos "caboclos desenvolvedores" e enquadrar-se sob os preceitos ritualisticos das linhas de Ogum, Xangô, Ori do Oriente, Oxóssi, Oxalá,Yemanjá..."  
RAMATÍS - MEDIUNISMO.
       
          Este mês de setembro fez 9 anos da minha consagração sacerdotal realizada no Centro Espiritualista Caboclo Pery, que ocorreu em setembro de 2005, conduzido pela mão amorosa e firme de Mãe Iassan Ayporê Pery. O CECP localizava-se na época em Itaipu, na cidade de Niterói-RJ.

        Registro meu preito de eterna gratidão a Mãe Iassan, por ter cruzado meus caminhos com os seus, num momento de fragilidade, pois estava a menos de 01 ano com casa aberta. Já tinha sido amparado pelo meu primeiro Mestre de Iniciação na Umbanda, Pai Roger Feraudy, do qual recebi as ordens e direitos de trabalho, direto de Pai Tomé em rito pedido pela veneranda entidade, mediunizada na sensibilidade cristalina de Pai Roger.

      Há que se registrar que na ocasião Pai Tomé disse-me que eu fundaria um terreiro, que era o meu “destino” traçado para esta vida, e que as ordens de trabalho que me transmitia pelos sinais de pemba riscados em minha cabeça eram de direito adquirido e para me resguardar magísticamente, dando seguimento a compromissos assumidos antes de reencarnar. Orientou-me ainda Pai Tomé, que eu não precisaria seguir o método ritualístico da Umbanda Esotérica pois "meus" Mentores Astrais me orientariam a respeito, me exigindo somente o juramento que eu manteria o compromisso de praticar uma Umbanda com Jesus e seus ensinamentos, independente da forma de acomodação rito-litúrgica no mediunismo de terreiro que viesse adotar, pois a Umbanda é uma só, fundada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, isenta de divisionismos pelas facções humanas atuantes no meio da religião, que existiam na época ou se cristalizariam no futuro.

       Na eminência de fundar um terreiro, tendo já decorridos mais de 14 anos de trabalho intenso caritativo mediúnico, de passes e aconselhamentos espirituais, neste tempo percebendo a Umbanda em diversos ângulos de interpretação, e após o passamento de Pai Roger Feraudy para Aruanda, encontrei Mãe Iassan Ayporê Pery, espírito amigo que me amparou e me orientou com sua mediunidade e com a arte divinatória – búzios –, confirmando meu compromisso com os Mentores Astrais, com os Orixás e com a Umbanda, culminando com a consecução do rito de consagração sacerdotal, ao qual dou publicidade de algumas imagens, marcantes e simbólicas. 

      Obrigado Mãe Iassan Ayporê Pery por ter botado a mão na minha cabeça, pois cada vez que revejo estas imagens lembro-me que sou médium consciente e cheio de defeitos, que não sou nenhum ser especial, eleito ou com "missão divina" para ser consagrado diretamente pelos espíritos do Astral, sem o braço e as mãos de um Sacerdote ou Mestre de Iniciação na Terra a me conduzir.  
                                      






domingo, 14 de setembro de 2014

O preparo é no terreiro e no tempo - o maior diploma é o axé dos Mentores Astrais!!!

O Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade apoia o estudo em todas as plataformas disponíveis. 
Todavia, compartilha da ideia que somente o pertencimento as comunidades terreiros oportuniza o devido preparo, seguro e firme, se associado ao tempo adequado requerido ao amadurecimento consciencial e mediúnico. Nos Caminhos de Aruanda, conduzidos pela Divina Luz da Umbanda, nada acontece num estalar de dedos, da noite para o dia, muito menos se adquire algo que não se tem de merecimento.

       
"Os dirigentes umbandistas têm que se prepararem condignamente, para que acolham em seus Terreiros todas as pessoas portadoras de faculdades mediúnicas, e as auxiliarem em seus desenvolvimentos, preparando-as para que futuramente se tornem, também elas, os seus futuros dirigentes. Dirigente se forma com anos de trabalho ativo, iniciático e doutrinário dentro de um Terreiro Umbandista, e não tão somente por querer, e menos ainda através de cursos e literaturas. Aceitamos sim, “cursos especializados” que visam aperfeiçoar e capacitar os já reconhecidos dirigentes pela espiritualidade nos aspectos exteriores e magísticos. Os dirigentes têm, primeiramente, por obrigação, tornarem-se evangelizados e evangelizadores."

Pai Juruá.
Templo da Estrela Azul.
Casa de Caridade Umbandista.
Fundado em 1937.

MÉDIUNS IMATUROS!!!


Você é um deles?

        O cúmulo do medo da responsabilidade com a mediunidade, fruto da IMATURIDADE, é achar que assumindo a tarefa mediúnica sua vida andará para trás, que os obsessores te atacarão, que os desafetos magos te pegarão, coisa e tal...Mero desculpismo, por IMATURIDADE.  
       Muitos desistem do compromisso com a sua mediunidade, achando que terão mais conforto, mais facilidades na vida. Outros acham ainda que é muito "sacrifício", e não querem abrir mão das festas sociais, das férias prolongadas no verão, das viagens nos feriadões...Enfim, dão mais valia ao mundo de César, pois são "césares" em miniatura. Aí chega o dia que nosso carcomido corpo físico retorna em putrefação ao mundo de César e não levamos nada da matéria para o lado de lá. Em espírito prestaremos conta do mandado de médiuns que recebemos, por vezes imploramos, antes de reencarnar.

Quanta ilusão!!!

REFLEXÃO VÁLIDA PARA TODOS OS MÉDIUNS!!!
Norberto Peixoto.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Na Umbanda e nas filosofias iniciáticas sérias, a valência da iniciação vêm da auto-iniciação.

     
     
     
        Nem toda iniciação conduz a uma auto-iniciação, pois ritual aplicado não significa necessariamente realização interna no iniciando, sendo que o inverso é verdadeiro; toda auto-iniciação conduz a uma iniciação. Todos nós, seres humanos e médiuns comuns, que não somos eleitos nem missionários divinos, precisamos em determinados momentos de nossa caminhada religiosa mediúnica de um Mestre(a) de Iniciação na Umbanda, seja que nome se dê a este orientador: dirigente, sacerdote, zelador, pai ou mãe no santo; assim como Jesus (iniciando) precisou de João Batista (iniciador) a beira do Rio Jordão para lavar (ungir) sua cabeça (iniciação) e Nele aflorar toda sua potencialidade psíquica para recepcionar e ter valência adequada como canal do Cristo Cósmico.  
       
     Se Jesus, o Mestre dos mestres precisou ser iniciado num rito, como podem certos "eleitos" serem consagrados diretamente pelo "Astral Superior" e ainda se fazerem grandes e melhores que os demais, divulgando este advento, exaltando a eles mesmos???

REFLITAMOS!!!

Saravá fraternal,
NORBERTO PEIXOTO. 


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Imagens marcantes OXALÁ NOS UNIU - AMACI:

      O ritual de Amaci vivenciado no Templo de Umbanda Caboclo Pena Branca, em Taubaté - SP, no último fim de semana, solidificou o senso comum de pertencimento a uma egrégora; OXALÁ NOS UNIU. Profundos laços de fraternidade se estreitaram entre os diversos terreiros presentes, baseados na consciência de fazermos parte de uma mesma família espiritual, de uma mesma raiz ancestral. 







NOTA: fotos capturadas no facebook do Templo de Umbanda Vozes de Aruanda - Erechim /RS.

OXALÁ NOS UNIU - AMACI.

       OXALÁ NOS UNIU - AMACI no TEMPLO DE UMBANDA CABOCLO PENA BRANCA, de Taubaté SP - realizado em 07/09/2014. Juntos somos mais fortes, fazendo uma Umbanda unida na sua função primordial que é a caridade. 
       Nossa gratidão à Mãe Márcia e irmãos de sua corrente, a Mãe Leni, do TUVA de Erechim RS, e aos demais dirigentes e filhos presentes, pela amorosa acolhida e momentos inigualáveis de fraternidade vivenciados em família espiritual:








Nota:
Fotos capturadas no facebook do Templo de Umbanda Vozes de Aruanda.

Um clássico da Umbanda Esotérica.

((( frete grátis para todo o Brasil )))

Roger Feraudy, consagrado autor de uma dezena de obras de sucesso - mais de 50 anos de prática umbandista - é uma das vozes mais abalizadas do Movimento de Umbanda no Brasil.

Obra de referência para todos os estudiosos e praticantes da religião umbandista.


Sinopse: "Umbanda, essa Desconhecida" tornou-se, ao longo de duas décadas, uma obra básica de referência para os estudiosos da Umbanda, e retorna agora revista e ampliada.
O sábio mestre oriental Babajiananda (Pai Tomé) desvendou aqui, pela primeira vez, as desconhecidas origens ancestrais do culto AUM-PRAM, da velha Atlântida, e seu ressurgimento no Brasil, por determinação dos Dirigentes Planetários - fundado, em 1908, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas.
De forma clara e didática, são revistos conceitos fundamentais ainda pouco compreendidos da temática umbandista: que são, na verdade, os Orixás, e o que significam seus nomes originais? Como operam as Linhas de Umbanda? Quem são os seus médiuns? O que é um babá, um babalorixá? O que é magia? Afinal, o que são Exus? Qual é a estrutura oculta das falanges de Umbanda? Traz orientações sobre as práticas, como oferendas e despachos, pontos cantados e riscados, guias, banhos de ervas, a estruturação de um centro, criação de um gongá, obrigações, desenvolvimento e iniciações dos médiuns etc.
O extraordinário diferencial desta obra é a desmistificação dos pretensos "mistérios", das práticas descabidas e dos comportamentos mediúnicos e crenças inconsistentes, subproduto da desinformação.
Embasada nos milenares conhecimentos esotéricos, mas temperada pela simplicidade amorável dos terreiros, dela surge uma Umbanda luminosa, baluarte da Espiritualidade Maior planetária.  

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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Por que tiramos os sapatos para entrar no terreiro



                      Nós, umbandistas, consideramos o terreiro e o congá, lugares imantados, Sagrados, onde foram fixadas certas forças ou vibrações positivas, que devem  estar sempre limpos de fluidos negativos e onde conservamos os pontos riscados destas mesmas forças ou ordens superiores dos Orixás, mesmo porque certos preceitos são procedidos neles para movimentação e renovação permanente do Axé - força mantenedora da corrente mediúnica.
          Tudo isto objetivando "facilitarmos" a descida vibratória dos Guias espirituais e haver o intercâmbio em uma egrégora elevada, propiciatória para a ligação fluídica com os médiuns.
            Assim, é de obrigação de todos tirar o calçado, visto este objeto ser "anti-higiênico",  pois se pisa com ele em tudo, às vezes em detritos e putrefações, ainda por estarmos em ligação com certas encruzilhadas de rua que passamos, sabendo-se que estes locais profanos são escoadouro natural das vibrações negativas ou ondas mentais coletivas eletromagnéticas, densas e altamente materializadas, muitas vezes alimentadas pelos nefastos despachos que alimentam os planos inferiores do astral.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Livro MEDIUNIDADE DE TERREIRO - entrega gratuita:

A Livraria do Triângulo entrega este lançamento gratuitamente em todo o Brasil.

Confira em:




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A Umbanda é de muitas caras e cores, sons e odores.



“Assim, foi delineada a doutrina que se conhece por Umbanda, despida de preconceitos racistas pela sua origem africana, no sentido de agrupar em suas atividades escravos, senhores, pretos, brancos, nativos, exilados, imigrantes descendentes e todos os povos do mundo, sediados em solo brasileiro"

                         Ramatís                        
"A Missão do Espiritismo"

                                     * * *
"A compreensão da origem cósmica da umbanda, do seu esoterismo e gênese, fortalecerá a convergência de todas as doutrinas na Terra, expressadas nas escolas orientais e ocidentais. Mudam os nomes, permanecem por ora os preconceitos, mas a essência divina é uma só, independente de como os homens a denominam em sua estreita religiosidade. Tudo se transforma no Cosmo e nada é definitivo. Cada vez mais os rituais externos se voltam para o interno. Por sua vez os filhos da fé umbandista, interiorizando-se, descobrem aos poucos o Deus vivo dentro de cada um, levando-os inexoravelmente a concluírem que Ele em tudo está e tudo é. Esse estado de consciência, de todos no Um  e o um no Todo, acalma as consciências, fazendo-as concluírem que só se dando as mãos no amor é possível se libertarem da prisão das reencarnações sucessivas."

"Ao mesmo tempo, do Alto, provindo do triângulo fluídico que  sustenta a umbanda se condensam os  raios cósmicos, ditos Orixás, aspectos do Incriado, espargindo Suas vibrações divinas sobre todos os terreiros, se manifestando nos médiuns através das suas entidades estruturais e, ininterruptamente, abrigando no plano oculto todas as formas de que os espíritos se utilizam para se comunicar no meio denso pela mediunidade. Os Orixás propiciam a manifestação do Incriado nos planos concretos, das formas,  interpenetrando e se fazendo sentir através dos corpos sutis e chacras dos cidadãos, condição indispensável à evolução da coletividade espiritual retida no Planeta Azul."

 Ramatís 
 "A Missão da Umbanda"
                                    

sábado, 6 de setembro de 2014

Refletindo a dor física e a dor da alma.

POR QUE LOUVAMOS OS ORIXÁS NA UMBANDA PRATICADA NO TRIÂNGULO DA FRATERNIDADE?

     

               Orixás são emanações vibracionais de Deus, Olòdúmarè (o Preexistente, Incriado Eterno ), isto é, são manifestações ou raios divinos diferentes do Criador indiferenciado.
         Sabemos que não é possível um Orixá - Irradiação Divina - se manifestar numa forma humana, e os Orixás Humanizados são meramente símbolos significantes, válidos para apoiarmos nossas mentes na Terceira Dimensão.
        Raciocinemos que existiram personalidades históricas que foram divinizadas pelos povos ao longo das vidas terrenas em agradecimento pelo seus feitos, legado e importância social, religiosa, comunitária e humanista. A exemplo disso, temos Xangô, rei de Oyo, ancestral humano divinizado.
         O ato de adorar seres divinos, advindo de Deus, ou aqueles que foram importantes dentro de um determinado contexto social e histórico como mencionamos, marcando uma época particularizada em prol de uma coletividade humana, é nada mais do que prestar gratidão a tudo aquilo que esses homens e mulheres sagrados fizeram por nós ou nos deixaram em forma de conhecimentos e valores em nosso inconsciente coletivo.
         Exemplos, os iorubás adoram a Obatala por esse ter criado a raça humana; os cristãos louvam a Jesus Cristo em gratidão por esse ter morrido pelos seus na cruz e pela grande lição de moral que deixou para toda a humanidade (o amor ao próximo). Os muçulmanos agradecem todos os dias pela benção de estarem vivos, pelo dia e pela noite, a Ala-Deus e a Maomé, o profeta. No Hinduísmo temos uma série de heróis divinizados em uma rica cosmogonia sagrada...Os espíritas adoram Bezerra de Menezes, o médico dos pobres, Emanuel o grande mentor de Chico, e o próprio Chico Xavier é louvado como um ser “santo”.
          Dessa forma, é correto afirmar que o ato de adoração, seja para qual divindade for, é antes de tudo, uma prova de gratidão, de lembrança daquilo que um dia foi feito por nós e para nós.
          Na Umbanda que praticamos no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, oramos, cantamos, tocamos tambores ( atabaques), dançamos e louvamos os Orixás como uma forma de agradecimento A Deus pela vida que nos foi dada, pela saúde, pela abundância de pensar, de se movimentar, pelo ar que infla nossos pulmões, pelo coração que bate em nosso peito, enfim, pela vida e misericórdia do Alto, pelo fato de sermos médiuns e de exercitamos a nossa livre vontade para nos reunirmos em comunidade religiosa, irmanados e envolvidos pelos Guias Espirituais, nossos Anjos Guardiões, através dos estados alterados de consciência - transes rituais. 

     

           O segredo da louvação com gratidão é não barganharmos com os “deuses” ou espíritos, não pedimos, e sim agradecermos sempre. Aquilo que nos é dado já está em nosso Plano de Vida, o lado de lá sabe o que precisamos, fruto de nosso merecimento e comportamento nesse mundo físico e metafísico entre as reencarnações sucessivas. Isto é o que os nagôs chamam de caráter (ìwà), pois esse é quem em verdade determina a felicidade do homem neste mundo e do espírito no Orum ( Plano Espiritual).

    Paz, saúde, força e união,

    NORBERTO PEIXOTO.
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