O planeta em que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do equilíbrio entre as energias da natureza. A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo energético entre os elementos que constituem estes mundos e entre cada um dos seres vivos que habitam estes orbes.
Um dado característico do exercício da
religião de Umbanda é o uso, como fonte de trabalho, destas energias, ou faixas
vibratórias. Vivendo na Terra, o homem convive com leis desde sua origem e
evolução, que mantêm a vitalidade, a criação e a transformação do planeta,
dados essenciais à vida como a vemos desenvolver-se a cada segundo. Sem essa
harmonia energética o orbe entraria no caos.
A essa faixa vibratória de alta força
energética chamamos orixás, usando um vocábulo de origem Yorubana, que tem como
significado "dono da cabeça", mostra assim a relação existente entre
o mundo e o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam. Nossos
corpos têm, em sua constituição, todos os elementos naturais em diferentes
proporções.
Na Umbanda os Orixás são tidos como os
maiores responsáveis pelo equilíbrio da natureza. São conhecidos em outras
partes do mundo, e dentro de outras vertentes religiosas como
"Ministros" ou "Devas", energias de alta vibração evolutiva
que cooperam diretamente com Deus, fazendo com que Suas Leis sejam cumpridas
constantemente.
Para deixar claro, quando se fala em sete
linhas da umbanda refere-se aos sete padrões de vibrações diferentes que a
umbanda trabalha. A umbanda movimenta-se com uma faixa de vibratória que é
subdividida em sete. A essas faixas energéticas damos o nome de orixás.
Não existe um espírito chamado Xangô, mas
um grupo de espíritos trabalhando numa determinada faixa energética chamada de
Xangô. Da mesma forma, Yemanjá não é um espírito, mas sim uma faixa vibratória
onde vários espíritos se agrupam por afinidades e trabalham numa função
específica que comporta a vibração de Yemanjá.
O tema Orixás é muito complexo, pois faz
parte do contexto histórico/cultural de várias religiões onde cada uma tem suas
interpretações, ritos de louvação e fundamentos. Trabalhamos com os
ensinamentos da Umbanda, vocábulo sagrado de origem Abanheenga, língua falada
pelos integrantes do tronco tupy, ou raça vermelha, primeira civilização a se
desenvolver no planeta. Este termo, diferente do que muitos pensam não foi
trazido da África, mas sim revelado a milhões de anos por seres muito elevados
da Confraria dos Espíritos Ancestrais, que hoje se utilizam da mediunidade de
encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua
manifestação. São três os radicais que formam a palavra Umbanda: Aum (A
divindade suprema), Ban (Conjunto ou sistema) e Dan (Regra ou lei), formando
assim a palavra Aumbandan que tem como significado “O conjunto das leis
divinas”. A união destes princípios dá origem aos quatro pilares fundamentais
do conhecimento humano ditos como ciência, filosofia, arte e religião.
Dividem-se as faixas vibratórias em sete
principais:
1 - Oxalá
Também chamado de Orixalá.
Ori = Luz, reflexo; Xa=Senhor,fogo;Lá=Deus,divino. Assim a tradução de Oxalá é
A luz do Senhor Deus.
Essa linha representa o
princípio, o incriado, o reflexo de Deus, o verbo solar. É a luz refletida que
coordena as demais vibrações. As entidades manifestadas nesta linha são calmas,
se expressam calmamente e sempre com elevação.
2 - Yemanjá (onde entram todas
as vibrações de mães: Oxum, Yansã e Nanã Buruque)
Ye= Mãe, princípio
gerante; Man= o mar, a água, lei das almas; Yá= Matriz, maternidade. Isto quer
dizer, que o significado de Yemanjá é: A senhora da vida.
É também conhecida como
Povo d’Água. Yemanjá significa a energia geradora, a divina mãe do universo, o
eterno feminino, a divina mãe na umbanda. As entidades desta linha gostam de
trabalhar fixando vibrações de maneira serena. Também propiciam as limpezas
áuricas e ambientais.
3 - Xangô
Xa=Senhor, dirigente;
Angô= Raio, alma. Portanto, Xangô é igual a: O Senhor dirigente das Almas.
É o orixá que coordena
toda a lei kármica, é o dirigente das almas, o Senhor da balança universal.
Resumindo, Xangô é o orixá da justiça.
4 – Ogum
Og= Glória, salvação; Aum=Fogo
guerreiro. Por fim, a tradução para Ogum é: O guerreiro cósmico pacificador, o
fogo da glória.
A vibração de Ogum é o
fogo da salvação ou da glória, o mediador de choques conseqüentes do karma. É a
linha das demandas da fé, das aflições, das lutas e batalhas da vida. É a
divindade que, no sentido místico, protege os guerreiros. Os caboclos de ogum
gostam de andar de um lado pro outro e falam de maneira forte.
5 – Oxóssi
Ox=Ação ou movimento;
O=Círculo; Ssi=viventes da terra. Portanto, Oxóssi é: A potência que doutrina,
o catequizador de almas.
Está vibração significa
ação envolvente ou circular dos viventes da Terra, ou seja, o caçador de almas,
que atende na doutrina e na catequese. As entidades desta falange falam de
maneira serena e seus passes são calmos, assim como seus conselhos e trabalhos.
6 - Yori (crianças)
Yo=Potência, ordem,
princípio; Ri=reinar, iluminado; Ori=luz, esplendor. Portanto a tradução é:
Potência dos puros ou da pureza.
As entidades desta linha
são altamente evoluídas, externam pelos seus cavalos, maneiras e vozes infantis
de modo sereno, ás vezes um pouco vivas. Quando no plano de protetores, gostam
de sentar no chão e comer doces, mas sem desmandos.
7 - Yorimá (preto-velhos e
Obaluaê)
Yo=Potência, ordem,
princípio; Ri=reinar, iluminado;Má= Lei, regra. Isto quer dizer que a tradução
é: Princípio ou potencia real da lei.
Também chamada de linha
das almas, ela é composta dos primeiros espíritos que foram ordenados a
combater p mal em todas as suas manifestações. São os Orixás velhos,
verdadeiros magos que velando suas formas kármicas revestem-se em roupagens de
preto-velhos ensinado e praticando as verdadeiras ‘”mirongas”. Neles se estampa
a figura da sabedoria, filosofia, o mestrado da magia, em fundamentos e
ensinamentos. Geralmente gostam de trabalhar e consultar sentados, fumando
cachimbo, numa ação de fixação e eliminação de qualquer fluído astral negativo
através da fumaça.
As linhas de trabalho das
entidades na umbanda são compostas por espíritos já completamente ligados vibracionalmente
às energias dos Orixás (entidades alinhadas), que possuem como missão trazer e
fazer vibrar em nós os atributos das divindades.
Orixás e o africanismo
Você pode pensar, onde estão os outros
Orixás? Pois bem, os cultos afro-brasileiros são sistemas de crenças herdados
dos africanos, que foram trazidos como escravos para o Brasil a partir do
século XVI.
Muitos escravos praticavam suas crenças no
Brasil, e a tradição pedia que se tivesse um grande número de orixás em seus
cultos. Na casa Luz de Aruanda, apresenta-se os orixás em sete linhas
principais, entretanto a instituição mantém os trabalhos abertos para
manifestação de todas as linhas, não criando nenhum preconceito com outros
cultos e vertentes de trabalho. Apenas estamos apresentando outras linhas que
utilizam as forças dos orixás dentro de seus cultos. Assim em outras vertentes,
como o Candomblé e Nação, outros orixás surgem.
Veja alguns Orixás que são cultuados em
cultos afros:
Euá
Filha de Oxalá e Iemanjá é
uma deusa casta, que tem o poder de se tornar invisível e de penetrar nos
mistérios de Ifá (o deus da adivinhação). Seus domínios são as ilhas e
penínsulas, o céu estrelado, a chuva e a faixa branca do arco-íris. No
sincretismo religioso, está associada a Nossa Senhora das Neves.
Exu
É considerado um Orixá
entre os cultos afros. Filho primogênito de Oxalá e Iemanjá, Exu é aquele que
abre os caminhos. Por isso, é sempre o primeiro orixá a ser invocado nas
aberturas dos trabalhos, nas oferendas e na leitura do oráculo de búzios.também
conhecido como Bará. Simboliza a energia dinâmica, o impulso sexual, o fluido
vital. Esté também associado à comunicação, por ser o intermediador entre os
homens e os orixás.
Ifá
Deus da advinhação, Ifá é
o "dono" do jogo de búzios. Seu principal atributo é o conhecimento:
ele sabe o que espera cada divindade e cada ser humano, pois é o senhor dos
segredos do destino.
Logum
Filho de Oxóssi e Oxum,
tem os atributos da elegência, da beleza e da sedução. Durante seis meses do
ano, ele assume a forma masculina e caminha pelas matas, domínios de seu pai
caçador.Nos outros seis meses, assume forma feminina e parte para as águas
doces, que pertencem à sua mãe. É sempre representado como um adolescente, e
também é chamado de Logunedê ou Logun-Edé. No sincretismo religioso, está
associado a São Miguel Arcanjo e a Santo Expedito.
Obá
Filha de Oxalá e Iemanjá,
deusa guerreira das águas revoltas, Obá é uma sofredora. Conta a lenda que ela
era uma das esposas de Xangô, mas sofria por ver que o marido só tinha olhos
para a bela e ciumenta Oxum. Inocentemente, foi se aconselhar com a favorita do
esposo, e perguntou-lhe qual o segredo para conquistar o coração de Xangô.
Astuta, Oxum sugeriu que Obá cortasse a própria orelha e a servisse como um
quitute sangrento para o marido - diante desse gesto, ele ficaria louco de
paixão! No entanto, Oxum sabia muito bem que Xangô não tolerava ver sangue, e
depois que Obá seguiu o maquiavélico conselho, o deus guerreiro criou
verdadeira repulsa por ela! No sincretismo religioso, Obá está associada a
Santa Catarina, Santa Joana D´Arc e Santa Marta.
Olorum
Na Mitologia Yoruba, e no
Culto de Ifá é chamado Olódùmarè ou Olorun, nas religiões afro-brasileiras é
chamado de Olorum, é o Dono do Orun céu e Criador do Orun e do Aiye, o céu e a
terra. É associado fortemente com a cor branca, e controla tudo. É o Deus Pai
Criador de tudo e de todos.
Ossaim
Filho de Oxalá e Iemanjá,
este orixá, que também recebe o nome de Ossanha, tem como atributos a cura e a
magia. É o orixá das folhas, e portanto, das ervas medicinais. De acordo com os
mitos africanos, ele é muito respeitado por todos os outros deuses, pois até os
orixás dependem do poder das folhas para se revigorarem. As palavras que ativam
o poder curativo das plantas é um mistério dominado exclusivamente pelos
sacerdotes de Ossaim.
Oxumaré
Filho de Oxalá e Nanã, ele
é o arco-íris que liga o céu e a terra, a serpente que fecunda o solo e gera
riquezas. Feminino e masculino ao mesmo tempo, simboliza a interação das
energias. Além disso, é senhor da dualidade, do movimento, do girar incessante
da vida, da perpétua renovação. Em forma de serpente, Oxumaré morde a própria
cauda e assume uma forma circular que lhe permite manter em equilíbrio os
corpos celestes. No sincretismo religioso, está associado a São Bartolomeu.
Odé e Otim
Divindades da caça que
eles vivem nas florestas. Seus principais símbolos são o arco e flecha, chamado
OFÁ, e um rabo de boi chamado ERUEXIM. Em algumas lendas aparece como irmão de
Ogum e de Bará.
Vivem nas matas, caçando,
por isso, protege os caçadores em suas expedições. É casado com Otim formando
um casal inseparável, onde está um está o outro. Odé caça, mas fica com pena
dos bichos e dá para sua mulher Otim que devora tudo e por isso é gorda.
Sincretismo dos Orixás
Como já foi retratado na história da
Umbanda, vê-se que os negros escravizados sofreram intensamente mudanças muito
profundas de suas raízes, envolvendo principalmente seus fundamentos
religiosos.
A igreja católica
preocupada com a expansão dos seus domínios investiu para eliminar as
religiosidades negras e indígenas, que na época eram vistas como pagãs,
desvirtuadas do caminho sagrado de Cristo. Entretanto, esta imposição religiosa
fez com que os negros, e também os próprios jesuítas com intuito de facilitar a
conversão, associassem as imagens dos santos católicos aos orixás, por exemplo:
Ogum é o guerreiro que vence toda demanda, e São Jorge é visto como um santo
guerreiro que luta e sai vencedor sobre as adversidades, matando o dragão
mostra coragem e força. Outro exemplo é Oxalá, que é uma energia, isto quer
dizer que não é Deus nem Cristo, apenas sincretizado na figura de Jesus. Até
porque esta vibração coexistiu com a formação do mundo, portanto, Oxalá já era
antes que Jesus o fosse.
Foram, assim, associando santos que fornecessem
características semelhantes às forças dos Orixás. Esse foi o modo encontrado
para burlar a opressão religiosa sofrida naquela época, e assim continuar a
praticar e difundir o culto as forças da natureza, a esta associação deu-se o
nome de sincretismo religioso.
Aqui vai a lista de Orixás, os quais são
trabalhados na casa Luz de Aruanda, e Santos católicos correspondentes no
sincretismo:
Oxalá – Jesus Cristo
Yemanjá – Nossa Senhora
dos Navegantes, Virgem Maria e Nossa Senhora da Conceição
Oxum – Nossa Senhora
Aparecida e Nossa Senhora das Candeias
Yansan – Santa Bárbara
Nanã – Senhora Santana e
Santa Ana, mãe de Maria
Ogum – São Jorge
Xangô – São Jerônimo, São
Francisco de Assis, São João Batista e São Pedro
Oxóssi – São Sebastião
Yori – São Cosme e São
Damião
Yorimá (Obaluaiê) – São
lázaro e São Roque
Sítios vibracionais dos Orixás
Cada um dos orixás tem peculiaridades e
correspondências próprias na Terra: cor, som, mineral, planta regente,
elemento, signo zodiacal, essências, ervas, entre outras afinidades
astro-magnéticas que fundamentam a magia na Umbanda por linha vibratória.
Encontraremos nos sítios vibracionais dos
orixás sempre os três reinos: animal, vegetal e mineral. Sempre que possível
deve-se ir a um destes espaços, para através de práticas respiratórias e
meditativas absorver as energias vitais destes sítios, sendo que sempre que
estiver nestes locais deve-se respeitá-los, nunca agredindo, praticando atos de
vandalismo ou sujando tais ambientes, já que muitos seres astrais trabalham e
evoluem nestas localidades.
Os sítios vibracionais
principais são descritos a seguir:
Montanha: Sítio
Vibracional de Oxalá, o qual tem o poder de reger a vida e a morte, e ao mesmo
tempo em que é bondoso e tolerante, também pode tornar-se firme e severo. No
entanto, Oxalá prefere sempre seguir o caminho do amor. É o único orixá que se
encontra acima dele é Olorum (o céu e Deus, no Africanismo). Trazendo assim, a
força vital e serenidade do alto, havendo predominância dos elementos eólicos,
já que está no todo das montanhas.
Mar: Sítio vibracional de
Yemanjá. Tudo no mar é movimento. Seu incessante vai e vem é a própria pulsação
da vida, com sua expansão econtração, cheia e vazante, levando tudo o que é
negativo, transformando-o e devolvendo convertido em positivo. Seu próprio som
expressa essa possante e magnífica transformação. A praia é condensadora,
plasmadora, fertilizante e propiciatória. Faz um potente equilíbrio elétrico,
desimpregnado, descarregando excessos e promovendo o equilíbrio da energia
interna do indivíduo.
Rio e cachoeira: Na linha
das mães, corresponde ao sito vibracional de Oxum. Condutor, fluente, sem ser
condensador, faz as energias fluírem, e também vitaliza. É muito importante
numa purificação astro-física do indivíduo e na eliminação da energia interno
do indivíduo. Também encontramos como sítio vibracional de Oxum a cachoeira,
onde encontramos elementos coesivos das pedras (mineral) e água potencializada
na queda da cachoeira, que produzem ou conduzem várias formas de energia. Como
as águas fluem num só sentido, purificam, descarregam, vitalizam, equilibram e
fortalecem o indivíduo como um todo (no físico-etérico).
Ventos e tempestades:
Ainda na linha das Mães, achamos a guerreira Yansã. Ela comanda os ventose
tempestades levantando todo o mal e levando embora. A mudança é uma
característica forte deste orixá, já com seus ventos modifica toda a estrutura
que toca.
Lama e pântanos: Nanã
Buruque, outro orixá correspondente a linha das mães é a correspondente a este
sítio vibracional. Chamada de avó dos Orixás, Nanã Buruque tem como atributos a
fecundidade, a riqueza e o ciclo de morte e renascimento. Seu domínio é a lama,
mistura de terra e água que simboliza a origem da vida.
Mata: Corresponde ao sítio
vibracional de todosos caboclos da linha de Oxósse. A mata condensa prana
(energia vital), restabelece a fisiologia orgânica, principalmente a psíquica,
fortalece a aura, o campo astral, o eletromagnetismo, a saúde, o mediunismo,
plasmando forças sutis.
Caminhos: Todas as
estradas são guardadas por Ogum. Ele está em todos os caminhos, está ligado a
linha dos guardiões. Tem a coragem, a força e a impetuosidade como atributos.
Segundo os africanos, foi o criador do ferro e da metalurgia, tendo aberto
novas perspectivas (caminhos) para a civilização humana.
Pedreira: Sítio
vibracional relativo à Xangô, também chamado de Rei da pedreira. Reestrutura a
forma, regenera, fixa, condensa, plasma e dá resistência mental, astral e
física ao indivíduo.
Jardim: As crianças adoram
lugares amplos, com muitas flores coloridas onde podem esbanjar energia de
alegria e se conectar com Deus através da beleza do lugar e da inocência do
ser. Por este motivo os jardins foram escolhidos pela falange de Yori como
sítio vibracional da linha de trabalho.
Cemitério: Diferente do que
possam pensar o cemitério também é um lugar de mudança e tranqüilidade. O corpo
que ali se encontra, já foi recipiente para uma alma que agora busca novas
realizações de outra maneira no plano espiritual. Yorimá é também conhecida
como a linha das almas, trazendo a sabedoria da vida e da morte nas palavras de
ensinamentos que nos proporciona.
Influência dos Orixás no
ser humano
Nós, seres espirituais manifestando-se em
corpos físicos, somos influenciados pela ação dessas energias desde o momento
do nascimento. Quando nossa personalidade (a personagem desta existência)
começa a ser definida, uma das energias elementais predomina - e é a que vai
definir, de alguma forma, nosso "arquétipo".
Para um espírito encarnar são consultados
os futuros pais durante o sono, quanto à concordância em gerar um filho,
obedecendo-se à lei do livre arbítrio. Tendo o casal concordado, começa o
trabalho de plasmar a forma que esse espírito usará no veículo físico. Esta
tarefa é entregue aos poderosos Espíritos da Natureza, sendo que um deles
assume a responsabilidade dessa tarefa, fornecendo a essa forma as energias
necessárias para que o feto se desenvolva, para que haja vida. A partir desse
processo, o novo ser encarnado estará ligado diretamente àquela vibração original.
Os Elementais trabalham incessantemente
nesse período, cada um na sua respectiva área, partindo do embrião até formar
todas as camadas materiais do corpo humano, que são moldadas até nascer o novo
ser com o seu duplo etérico e corpo denso.
De acordo com nossas
necessidades evolutivas e carmas a serem cumpridos, a cada nova reencarnação,
somos responsáveis por diferentes corpos, e para cada um destes podemos contar
com o auxílio de um Espírito da Natureza, um Orixá protetor.
Após o nascimento, essa
força energética vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da
força do espírito sobre a forma material até que seja adquirida sua
personalidade por meio da Lei do livre Arbítrio.
A partir daí essa energia passa a atuar de
forma mais discreta, obedecendo a esta Lei, sustentando-lhe, contudo, a forma e
energia material pela contínua manutenção e transformação, no sentido de
manter-lhe a existência.
Orixás de Frente,
Ancestral e Adjunto
Orixá Ancestral é aquele que magnetizou o
ser assim que este foi gerado por Deus e o distinguiu com sua qualidade
original e natureza íntima, imutável e eterna. Também chamado de orixá de
nascimento.
Orixá de frente é aquele que rege a atual
encarnação do ser e o conduz numa
direção no qual o ser absorverá sua qualidade e a incorporará às suas
faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e crescimento interno
permanente, chamado também de orixá de trabalho, pois é o responsável pela
parte mediúnica do ser encarnado.
Orixá Adjunto é aquele que forma par com o
Orixá de frente, apassivando ou estimulando o ser, sempre visando ao seu
equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente. Entretanto, o ser humano
pode trabalhar em todas as linhas, dependendo das necessidades de evolução e
crescimento que este ser enfrenta diante de si. Isto quer dizer, trabalhamos
todas as forças da natureza dependendo de nossa dificuldade atual. Se for
fundamental manifestar a força e coragem na pessoa, ela trabalhará com a
energia de Ogum, que lhe trará toda esta carga energética de fortaleza, mesmo
que o Orixá de nascimento e o de frente sejam diferentes. É também chamado de
ajuntós.
A cada encarnação, há troca de regência,
ou seja, um novo Orixá será responsável pela condução do ser. E nessa troca, os
seres vão evoluindo e desenvolvendo faculdades relativas a todos os Orixás.
Podemos identificar a ancestralidade de
alguém observando o olhar, as feições, os traços, os gestos, a postura, entre
outras características, pois estes sinais são oriundos da natureza íntima do
ser, apassivada pela regência de encarnação, mas não anulada por ela. Já o
Orixá Adjunto pode ser identificado nos gestos e nas iniciativas das pessoas,
já que é por intermédio do emocional que ele atua.
Fonte:
http://luzdearuanda.com.br
Polígrafo de Estudos da
Ass. Uni. Luz de Aruanda.
Umbanda Pé no Chão,
Norberto Peixoto / Ramatís - Ed. do Conhecimento.