Orixás
são emanações vibracionais de Deus, Olòdúmarè (o Preexistente, Incriado Eterno
), isto é, são manifestações ou raios divinos diferentes do Criador
indiferenciado.
Sabemos
que não é possível um Orixá - Irradiação Divina - se manifestar numa forma
humana, e os Orixás Humanizados são meramente símbolos significantes, válidos
para apoiarmos nossas mentes na Terceira Dimensão.
Raciocinemos
que existiram personalidades históricas que foram divinizadas pelos povos ao
longo das vidas terrenas em agradecimento pelo seus feitos, legado e
importância social, religiosa, comunitária e humanista. A exemplo disso, temos
Xangô, rei de Oyo, ancestral humano divinizado.
O
ato de adorar seres divinos, advindo de Deus, ou aqueles que foram importantes
dentro de um determinado contexto social e histórico como mencionamos, marcando
uma época particularizada em prol de uma coletividade humana, é nada mais do
que prestar gratidão a tudo aquilo que esses homens e mulheres sagrados fizeram
por nós ou nos deixaram em forma de conhecimentos e valores em nosso
inconsciente coletivo.
Exemplos,
os iorubás adoram a Obatala por esse ter criado a raça humana; os cristãos
louvam a Jesus Cristo em gratidão por esse ter morrido pelos seus na cruz e
pela grande lição de moral que deixou para toda a humanidade (o amor ao
próximo). Os muçulmanos agradecem todos os dias pela benção de estarem vivos,
pelo dia e pela noite, a Ala-Deus e a Maomé, o profeta. No Hinduísmo temos uma
série de heróis divinizados em uma rica cosmogonia sagrada...Os espíritas
adoram Bezerra de Menezes, o médico dos pobres, Emanuel o grande mentor de
Chico, e o próprio Chico Xavier é louvado como um ser “santo”.
Dessa
forma, é correto afirmar que o ato de adoração, seja para qual divindade for, é
antes de tudo, uma prova de gratidão, de lembrança daquilo que um dia foi feito
por nós e para nós.
Na
Umbanda que praticamos no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, oramos,
cantamos, tocamos tambores ( atabaques), dançamos e louvamos os Orixás como uma
forma de agradecimento A Deus pela vida que nos foi dada, pela saúde, pela
abundância de pensar, de se movimentar, pelo ar que infla nossos pulmões, pelo
coração que bate em nosso peito, enfim, pela vida e misericórdia do Alto, pelo
fato de sermos médiuns e de exercitamos a nossa livre vontade para nos
reunirmos em comunidade religiosa, irmanados e envolvidos pelos Guias
Espirituais, nossos Anjos Guardiões, através dos estados alterados de consciência - transes rituais.
O segredo da louvação com gratidão é não barganharmos com os “deuses” ou espíritos, não pedimos, e sim agradecermos sempre. Aquilo que nos é dado já está em nosso Plano de Vida, o lado de lá sabe o que precisamos, fruto de nosso merecimento e comportamento nesse mundo físico e metafísico entre as reencarnações sucessivas. Isto é o que os nagôs chamam de caráter (ìwà), pois esse é quem em verdade determina a felicidade do homem neste mundo e do espírito no Orum ( Plano Espiritual).
Paz,
saúde, força e união,
NORBERTO
PEIXOTO.