Este
"ponto cantado" manifesta-se sob um admirável e atraente aforismo,
capaz de oferecer algumas proveitosas ilações filosóficas a respeito do
espírito. A laranja simboliza o fruto da terra, que nasce, cresce e morre,
assim corno as ilusões do mundo material! Ademais, o ponto alude aos que passam
pela carne em existência fácil, as coisas à mão, adquiridas sem grande esforço,
pois as primeiras estrofes são nítidas a respeito: "Apanha laranja do
chão, quem quiser." A laranja já caiu, é fácil apanhá-la, sem o esforço,
sequer, de arrancá-la da árvore; está à mercê do primeiro que chegar! É o
símbolo da sorte ou da facilidade para as criaturas que já gozam de todas as
satisfações e conforto do mundo; mas é um bem provisório que "apanha quem
quiser". No entanto, "Come maná lá no céu, quem puder", expressa
a perfeita antítese de "apanhar laranja do chão", pois é o bem
eterno, conforme se deduz da vida espiritual! "Quem puder"
libertar-se do mundo material e governar o seu espírito, também fará jus ao
alimento superior, que é "o maná do céu", o qual Deus mandou em forma
de chuva aos israelitas, no deserto, quando estavam esfomeados. É o perfeito
simbolismo de duas formas de nutrição: a do corpo e a do espírito!
RAMATÍS - A
MISSÃO DO ESPIRITISMO - CAPÍTULO UMBANDA.