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domingo, 15 de abril de 2012

A rota salvadora


                   "Embora a nossa singela argumentação não possa realçar, ainda mais, a beleza fulgurante e eterna do Evangelho do Cristo-Jesus, insistimos, no entanto, em relembrar à humanidade aflita e insensata, que ela será destruída pelos seus próprios engenhos mortíferos e pela eclosão indisciplinada de forças desintegradoras da vida humana, caso prossiga desdenhando a rota salvadora: "O Evangelho".


            Entregando-vos estas despretensiosas páginas de comunicações transcendentais, Ramatís não pretende acrescentar algo de novo ao sublime e inigualável conteúdo do Evangelho, que é capaz de transformar o homem em anjo, e foi plasmado ao vivo pelo estoicismo, sacrifício e fidelidade do Cristo-Jesus. Jamais alguém poderia efetuar qualquer correção ou adicionar, com êxito, alguma interpolação pessoal ou histórica no munificente e imodificável Evangelho, aliás, o verdadeiro Código de Ascensão e Evolução Espiritual. Conforme diz o próprio Ramatís: "Uma vírgula extraída ou inserida nesse compêndio de quimismo divino, ensinado ao vivo por Jesus, seria o mesmo que tirar fora de prumo a parede da catedral secular".
             Mas existe uma grande diferença em acrescentar algo ao que disse Jesus, há dois mil anos, no seu Evangelho, e o estudo sincero e mesmo apaixonante das razões que nos levam a saber por que Jesus disse tão elevada mensagem. Há ensejos para uma nova auscultação espiritual mais profunda dessa elucidação divina ao terrícola, inclusive a ilação mais esotérica dos motivos que foram ocultos na época, mas atualmente podem ser esclarecidos... O homem moderno encontra-se mais capacitado para ativar e movimentar o seu raciocínio sobre maior área da Vida Imortal e, assim, possibilitado para uma apreciação mais íntima e perspicaz dos excelsos ensinos de Jesus.
             Além da mensagem espiritual sublime, que sob a vestimenta poética das parábolas e dos conceitos evangélicos transcendentais, expõe diretrizes morais para o espírito encarnado, ainda oculta-se uma realidade científica do Universo sintetizada no microcosmo da obra humana. O terrícola, apesar do seu primarismo e ignorância tradicional sobre o Espírito Imortal, já se mostra mais sensível e arguto para se aperceber das bases criativas e científicas da Vida. É capaz de compreender que o sublime e indestrutível edifício do Evangelho é a miniatura das próprias leis que regem o Cosmo.
             Embora a nossa singela argumentação não possa realçar, ainda mais, a beleza fulgurante e eterna do Evangelho do Cristo-Jesus, insistimos, no entanto, em relembrar à humanidade aflita e insensata, que ela será destruída pelos seus próprios engenhos mortíferos e pela eclosão indisciplinada de forças desintegradoras da vida humana, caso prossiga desdenhando a rota salvadora: "O Evangelho".
             As parábolas, os conceitos e as normas dele são autênticas condensações das próprias leis cósmicas do Universo. Jesus, muito além de avançado psicólogo sideral, instrutor moral e mestre espiritual de vossa humanidade, é também considerado o mais alto índice de conhecimento e experiência científica atualmente no governo do vosso orbe. Sob a singela poesia e o encanto comovente de suas parábolas, palpita o "microesquema" das leis e dos princípios fundamentais do Cosmo, tanto quanto a energia elétrica de alta voltagem forneci da pela usina gradua-se, sensivelmente, para ajustar-se à lâmpada que ilumina singelo aposento. Há um ritmo, uma dinâmica e cadência incomum na exposição evangélica, que revelam aos espíritos argutos essa miniatura da própria legislação criativa cósmica. As mesmas leis que regem o imensurável metabolismo do Universo estão genialmente sintetizadas nos conceitos e nas parábolas inesquecíveis de Jesus, assim como a contextura gigantesca do carvalho miniaturiza-se potencialmente na pequenez da bolota em crescimento.
             Através das palavras ternas e esperançosas do Cristo-Jesus flui a força do próprio Verbo da Criação. Assim, o Evangelho não é um tratado rígido de virtudes salvacionistas, nem apenas manual cívico de conduta espiritual; antes de tudo, é o compêndio das leis do aperfeiçoamento para a Vida Imortal e a metamorfose do homem ao anjo.
             O Evangelho, como o próprio nome indica, é o "Caminho" que reconduz a criatura à intimidade do Criador, e a integra na vivência autêntica das leis que são a manifestação da "Verdade". Ela se conscientiza cada vez mais pela paulatina angelização no eterno metabolismo para a Vida Imortal. À medida que o homem dilata a consciência, pela sua incessante penetração mais profunda na vida oculta espiritual, adquire melhor noção de existir e pode abranger maior porção de Deus. É um acontecimento real, porque a Divindade vibra na intimidade da criatura humana. Desde os tempos imemoriais, os magos, iniciados e sacerdotes esotéricos apregoam incessantemente os preceitos de que o "macrocosmo" está no "microcosmo", e "o que está em cima está embaixo", paralelamente ao conceito do Gênesis, que diz: "O homem foi feito à imagem de Deus".
             Por analogia, assim como um átomo em incessante expansão poderia desenvolver os seus elementos constituintes até se tornarem semelhantes aos astros de uma constelação astronômica, o homem, "criado à imagem de Deus", também usufrui da graça de poder expandir-se e sintonizar-se à maior área do Criador. Sob a indefectível beleza mística e moral do Evangelho, oculta-se, então, o cientificismo irrevogável das leis maiores do Universo e, por esse motivo, justifica-se o conceito esotérico de que "o reino de Deus está no próprio homem". A pulsação divina atua incessantemente na consciência espiritual do homem, desperta-lhe os fundamentos criativos da individualidade sem desvincular-se de Deus, e depois o liberta do jugo educativo da matéria para integrá-lo definitivamente na paz e ventura eterna.
             Oxalá o leitor compreenda que, nesta singela comunicação através de um medianeiro humano, Ramatis só pretende servir e advertir que vale a pena o homem viver integrado nos ensinamentos do Cristo-Jesus, porque tais preceitos de moral sideral ainda são a miniatura do metabolismo do próprio Criador do Universo.
  
Curitiba, 8 de março de 1974


Navarana


Prefácio EVANGELHO À LUZ DO COSMO - Ed. do Conhecimento.
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