"Embora a nossa singela argumentação não possa realçar, ainda mais, a beleza fulgurante e eterna do Evangelho do Cristo-Jesus, insistimos, no entanto, em relembrar à humanidade aflita e insensata, que ela será destruída pelos seus próprios engenhos mortíferos e pela eclosão indisciplinada de forças desintegradoras da vida humana, caso prossiga desdenhando a rota salvadora: "O Evangelho".
Entregando-vos estas
despretensiosas páginas de comunicações transcendentais, Ramatís não pretende
acrescentar algo de novo ao sublime e inigualável conteúdo do Evangelho, que é
capaz de transformar o homem em anjo, e foi plasmado ao vivo pelo estoicismo,
sacrifício e fidelidade do Cristo-Jesus. Jamais alguém poderia efetuar qualquer
correção ou adicionar, com êxito, alguma interpolação pessoal ou histórica no
munificente e imodificável Evangelho, aliás, o verdadeiro Código de Ascensão e
Evolução Espiritual. Conforme diz o próprio Ramatís: "Uma vírgula extraída
ou inserida nesse compêndio de quimismo divino, ensinado ao vivo por Jesus,
seria o mesmo que tirar fora de prumo a parede da catedral secular".
Mas
existe uma grande diferença em acrescentar algo ao que disse Jesus, há dois mil
anos, no seu Evangelho, e o estudo sincero e mesmo apaixonante das razões que
nos levam a saber por que Jesus disse tão elevada mensagem. Há ensejos para uma
nova auscultação espiritual mais profunda dessa elucidação divina ao terrícola,
inclusive a ilação mais esotérica dos motivos que foram ocultos na época, mas
atualmente podem ser esclarecidos... O homem moderno encontra-se mais
capacitado para ativar e movimentar o seu raciocínio sobre maior área da Vida
Imortal e, assim, possibilitado para uma apreciação mais íntima e perspicaz dos
excelsos ensinos de Jesus.
Além
da mensagem espiritual sublime, que sob a vestimenta poética das parábolas e
dos conceitos evangélicos transcendentais, expõe diretrizes morais para o
espírito encarnado, ainda oculta-se uma realidade científica do Universo
sintetizada no microcosmo da obra humana. O terrícola, apesar do seu primarismo
e ignorância tradicional sobre o Espírito Imortal, já se mostra mais sensível e
arguto para se aperceber das bases criativas e científicas da Vida. É capaz de
compreender que o sublime e indestrutível edifício do Evangelho é a miniatura
das próprias leis que regem o Cosmo.
Embora
a nossa singela argumentação não possa realçar, ainda mais, a beleza fulgurante
e eterna do Evangelho do Cristo-Jesus, insistimos, no entanto, em relembrar à
humanidade aflita e insensata, que ela será destruída pelos seus próprios
engenhos mortíferos e pela eclosão indisciplinada de forças desintegradoras da
vida humana, caso prossiga desdenhando a rota salvadora: "O
Evangelho".
As
parábolas, os conceitos e as normas dele são autênticas condensações das
próprias leis cósmicas do Universo. Jesus, muito além de avançado psicólogo
sideral, instrutor moral e mestre espiritual de vossa humanidade, é também
considerado o mais alto índice de conhecimento e experiência científica
atualmente no governo do vosso orbe. Sob a singela poesia e o encanto comovente
de suas parábolas, palpita o "microesquema" das leis e dos princípios
fundamentais do Cosmo, tanto quanto a energia elétrica de alta voltagem forneci
da pela usina gradua-se, sensivelmente, para ajustar-se à lâmpada que ilumina
singelo aposento. Há um ritmo, uma dinâmica e cadência incomum na exposição
evangélica, que revelam aos espíritos argutos essa miniatura da própria
legislação criativa cósmica. As mesmas leis que regem o imensurável metabolismo
do Universo estão genialmente sintetizadas nos conceitos e nas parábolas
inesquecíveis de Jesus, assim como a contextura gigantesca do carvalho
miniaturiza-se potencialmente na pequenez da bolota em crescimento.
Através
das palavras ternas e esperançosas do Cristo-Jesus flui a força do próprio
Verbo da Criação. Assim, o Evangelho não é um tratado rígido de virtudes
salvacionistas, nem apenas manual cívico de conduta espiritual; antes de tudo,
é o compêndio das leis do aperfeiçoamento para a Vida Imortal e a metamorfose
do homem ao anjo.
O
Evangelho, como o próprio nome indica, é o "Caminho" que reconduz a
criatura à intimidade do Criador, e a integra na vivência autêntica das leis
que são a manifestação da "Verdade". Ela se conscientiza cada vez
mais pela paulatina angelização no eterno metabolismo para a Vida Imortal. À
medida que o homem dilata a consciência, pela sua incessante penetração mais
profunda na vida oculta espiritual, adquire melhor noção de existir e pode
abranger maior porção de Deus. É um acontecimento real, porque a Divindade
vibra na intimidade da criatura humana. Desde os tempos imemoriais, os magos,
iniciados e sacerdotes esotéricos apregoam incessantemente os preceitos de que
o "macrocosmo" está no "microcosmo", e "o que está em
cima está embaixo", paralelamente ao conceito do Gênesis, que diz: "O
homem foi feito à imagem de Deus".
Por
analogia, assim como um átomo em incessante expansão poderia desenvolver os
seus elementos constituintes até se tornarem semelhantes aos astros de uma
constelação astronômica, o homem, "criado à imagem de Deus", também
usufrui da graça de poder expandir-se e sintonizar-se à maior área do Criador.
Sob a indefectível beleza mística e moral do Evangelho, oculta-se, então, o
cientificismo irrevogável das leis maiores do Universo e, por esse motivo,
justifica-se o conceito esotérico de que "o reino de Deus está no próprio
homem". A pulsação divina atua incessantemente na consciência espiritual
do homem, desperta-lhe os fundamentos criativos da individualidade sem
desvincular-se de Deus, e depois o liberta do jugo educativo da matéria para
integrá-lo definitivamente na paz e ventura eterna.
Oxalá
o leitor compreenda que, nesta singela comunicação através de um medianeiro
humano, Ramatis só pretende servir e advertir que vale a pena o homem viver
integrado nos ensinamentos do Cristo-Jesus, porque tais preceitos de moral
sideral ainda são a miniatura do metabolismo do próprio Criador do Universo.
Curitiba, 8 de março de 1974
Navarana
Prefácio EVANGELHO À LUZ DO COSMO - Ed. do Conhecimento.