Quando o
médium tem realmente consciência de ser um espírito endividado, em processo de
retificação espiritual ou resgate cármico, ele nunca espera qualquer pagamento
ou compensação pelos seus serviços mediúnicos. Embora claudiquem os seus
interesses no seio da família e deve ele prestar socorro aos infelizes que lhe
batem à porta, rejubila-se sempre pelo feliz ensejo de sua redenção espiritual,
certo de que não se trata de alguma injustiça de Deus, mas de que é a Lei que
exige prestação de serviços maiores devido às suas negligências pretéritas.
Muitos médiuns sofrem,
posteriormente, as mais dolorosas decepções no Além, quando verificam ter
confundido o ensejo mediúnico de sua renovação espiritual na Terra com o
desempenho de missão excelsa e incomum, que ainda lhes permita boa posição
financeira. Examinando-se o cortejo de compromissos cármicos de
responsabilidade humana, quantos serviços mediúnicos ainda terão de prestar à
Humanidade os espíritos daqueles vândalos que saquearam e destruíram lares
pacíficos, trucidaram criaturas indefesas e cumpriram com satisfação as ordens
sanguinolentas de Gêngis Khan, Átila, César, Aníbal, Napoleão, Alexandre,
Tamerlão, Nero, Torquemada, Tibério ou Catarina de Médicis?
Evidentemente, a tarefa sacrificial
e gratuita em favor dos seres desgraçados e enfermos pode facultar a esses
espíritos muito endividados o ensejo de se recuperarem das tropelias homicidas
praticadas no passado. Mas quando tais espíritos, em função mediúnica na Terra,
mercadejam e conspurcam a sua mediunidade redentora no interesse vil do lucro
fácil, terminam por assumir novos compromissos graves sob a lei implacável do
resgate do "último ceitil".
Ramatís - Mediunidade de Cura.