"Infelizmente, nem todos os médiuns chegam ao templo umbandista imbuídos do ideal de doação, esquecendo-se de suas mazelas, ressentimentos e pequenas lamurias do dia a dia. Em verdade, o que é mais importante para nós, amigos benfeitores, é que os nossos aparelhos esqueçam-se e elevem os pensamentos ao Pai, entregando-se com amor nas tarefas mediúnicas. Se todos conseguissem isto por algumas horas, uma vez por semana, facilitariam enormemente os nossos labores espirituais."
Pergunta
- O que acontece no momento da consulta espiritual com o médium “incorporado”
num guia?
PAI VELHO – Não vamos
nos fixar na mecânica da incorporação para tentarmos nos fazer entender aos
filhos da Terra. Muitos outros abalizados autores já explicaram detalhadamente
a importância do médium estar bem preparado, com seus chacras equilibrados e
alinhados para vibrarem na mesma freqüência vibratória das entidades do lado de
cá.
Primeiramente é
fundamental desmistificarmos o que seja “incorporação”, pois nos é triste
vermos medianeiros despreparados omitindo sua consciência e dissimulando para
os consulentes, dizendo que são inconscientes. Em verdade, não reencarnam mais
médiuns totalmente inconscientes e prepondera no mediunismo umbandista nos dias
atuais a chamada “incorporação” pela irradiação intuitiva. O aparelho mediúnico
sente as vibrações, percebe os seus guias, mas fica plenamente desperto e consciente do que se passa pela sua mente.
Daí a importância do estudo, que dará a educação e o autoconhecimento
necessários para que os sensitivos sejam bons receptores dos guias emissores do
plano espiritual.
Então, mais
objetivamente respondendo à vossa pergunta: no momento das consultas
espirituais o templo umbandista está repleto de espíritos trabalhadores e
desencarnados que serão atendidos. O ponto central de todos os trabalhos
realizados são os médiuns com os seus protetores. Usinas vivas fornecedoras de
ectoplasma, aglutinam-se em torno desses medianeiros os técnicos astrais que
vão manipular os fluídos necessários aos socorros programados. Dependendo das
especificidades de cada consulente, movimentamos as energias afins, por linha
vibratória – orixá – correspondente à necessidade do atendido. Ao mesmo tempo,
cada guia atende numa determinada função, havendo uma enorme movimentação de
falanges e legiões que se deslocam aonde for necessário, tanto no plano físico
quanto nos estratos etereoastrais, para realizarem as tarefas a que estão
destinadas e autorizadas.
Nada é feito sem um
comando hierárquico e ordens de serviços criteriosas, de conformidade com o
merecimento e livre-arbítrio de todos os envolvidos. A instância superior que
dita e detalha a amplitude do que será feito tem recursos de análise
criteriosos que tornam impossível haver equívocos ou erros, mesmo quando há penetração
na corrente mediúnica por invigilância dos próprios médiuns.
Dizia Jesus “Quem
não renuncia a si mesmo, toma a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo”.
Infelizmente, nem todos os médiuns chegam ao templo umbandista imbuídos do
ideal de doação, esquecendo-se de suas mazelas, ressentimentos e pequenas
lamurias do dia a dia. Em verdade, o que é mais importante para nós, amigos
benfeitores, é que os nossos aparelhos esqueçam-se e elevem os pensamentos ao
Pai, entregando-se com amor nas tarefas mediúnicas. Se todos conseguissem isto
por algumas horas, uma vez por semana, facilitariam enormemente os nossos
labores espirituais.
Do livro "Aos Pés do Preto Velho" - Ramatís e Pai Tomé