PERGUNTA: - Não seria injusto sermos
enfeitiçados quando já nos empenhamos na renovação de nossa conduta moral e
cooperamos, também, na edificação de obras filantrópicas em favor do
esclarecimento espiritual alheio?
RAMATÍS: - As vicissitudes, dores e os
desenganos são tão peculiares na face da Terra, como o calor é um produto
natural do fogo! Sem dúvida, a diferença de sensibilidade espiritual faz certas
criaturas sofrerem mais do que as outras, embora todas estejam submetidas às
vicissitudes e padecimentos semelhantes. Enquanto a Terra é um orbe
desagradável e injusto para os mais sensíveis, constitui-se num ótimo viver
para as criaturas afinadas à violência, pilhagem, intriga, maldade, ao ciúme,
ódio e egoísmo! O mesmo pântano que exala o gás metano, onde o beija-flor
viveria um inferno, é um paraíso para a vida do sapo! As pessoas habituadas à
limpeza e higiene de suas residências bem-tratadas sentem-se aflitas no
ambiente sórdido das favelas.
O certo é que no cenário do mundo
terrícola viceja o crime, o roubo, o acidente, a exploração e a morte,
independentemente das virtudes e dos méritos dos espíritos encarnados! Os
homens terrenos ainda são como os doidos dos asilos, pois fazem uma porção de
coisas desatinadas e perigosas, contra eles próprios! Por isso, os espíritos
primários vivem melhor na Terra, assim como o animal selvagem também se ajusta
melhor na mata virgem! Em verdade, enquanto o príncipe rasga o seu delicado
traje de seda na sarça miúda, o aldeão imuniza-se com a roupa de couro entre os
espinheiros mais bravios!
Do livro Magia de Redenção.