PERGUNTA: - Poderíeis explicar-nos mais algumas fases desse expurgo de fluidos psíquicos, que aderem ao perispírito depois dos descontroles do espírito?
RAMATÍS: - Embora a tradição católica tenha
criado a idéia de um inferno incompatível com a bondade de Deus, mais tarde os
próprios autores dessa lenda religiosa amenizaram a punição infernal, criando
um purgatório, ou seja, uma estação de fogo expiatório, entre o céu e o
inferno. Conforme explicam os dogmas católicos, os pecadores lançados no inferno
jamais se livrarão do fogo eterno, enquanto os condenados às chamas do
purgatório são mais felizes, pois gozam de "sursis" concedido por
Jesus, depois dos insistentes pedidos e apelos de Nossa Senhora, ou então, se
libertam mediante o número de missas rezadas na Terra pelos sacerdotes
católicos. Enquanto não há nenhuma possibilidade de fuga ou de perdão para o
pecador condenado ao fogaréu infernal, as almas do purgatório terminam
alcançando o céu assim que cumprirem as penalidades de suas sentenças ou se
beneficiarem pela recomendação oficial do Clero do mundo terreno.
Embora a mente fantasiosa dos
sacerdotes ou líderes católicos considere o inferno e o purgatório locais
adrede preparados para as almas dos homens expiarem os seus pecados do mundo, ambos
os casos simbolizam as situações e os efeitos que o homem vive em si mesmo
depois de pecar, ante a necessidade de expelir para a carne os resíduos
psíquicos venenosos, que acumulou no seu perispírito.
Nessa vertência cruciante de venenos
para a matéria, que os hindus chamam a "queima do carma", a dor atroz
escalda a carne e a febre ardente incendeia o sangue, criando na mente humana a
idéia do purgatório ou do inferno, cujo fogo corresponde ao estado de
comburência psíquica durante a purificação perispiritual. Em conseqüência, o
espírito já vive na Terra o seu purgatório, cujo fogo pungente queima-lhe a
carne no alastramento da doença, seja o câncer, a morféia, a tuberculose ou o
"pênfigo selvagem" provenientes da drenação incessante dos tóxicos
nocivos à estrutura da sua personalidade espiritual.
No entanto, há certa equivalência na
concepção do purgatório católico, pois, na realidade, o homem que não consegue
eliminar toda a carga fluídica deletéria do seu perispírito através do corpo
físico, as vezes precisa aceitar o recurso extremo de purgar o saldo pernicioso
nos charcos ou pântanos saneadores. de absorvência drástica, que existem no
Além-túmulo.
Do livro MEDIUNIDADE DE CURA.