Mas como a civilização é o
"meio" e não o "fim" para o homem lograr a sua ascese
espiritual, ele deve governar e não ser governado pelos valores medíocres do
mundo material, os quais Jesus classificou de "tesouros que as traças
comem e a ferrugem rói". Justifica-se que o espírito ainda sofra a coação
das coisas e dos objetos atraentes da vida física, enquanto ele ainda ignora a
sua realidade espiritual eterna. Mas depois que descobre ou identifica a sua
natureza sublime e imortal, que se apercebe da latência do "reino
divino" em si mesmo, deve proceder a sua libertação desimantando-se
conscientemente das algemas gravitacionais da morfologia terrena. O homem que
ainda persiste no culto primário e ilusório do mundo de César, contraria
completamente a sua natureza autêntica e elevada do espírito imortal. Assim
como a luz ilumina a lâmpada, mas não adere a sua forma transitória, o espírito
deve iluminar as configurações físicas do mundo onde precisa ativar a sua
conscientização, mas sem perder a sua autonomia sideral pela escravização das
formas.
Ramatís - O Evangelho À Luz do Cosmo