“Digo-te que dali não sairás enquanto não tiveres pago até o último ceitil!” Jesus.
Podemos e temos o direito e o livre-arbítrio de fazer o que bem entendermos, o que quisermos de nossas vidas, porém nossas atitudes doentias que causarem prejuízos seja a nós ou a terceiros, retardando o processo evolutivo, será debitada em nossa contabilidade divina e tudo que for acrescentado a nossa conta cármica deverá ser posto em ação em encarnações futuras para que devolvamos o equilíbrio onde provocamos desarmonia.
Podemos e temos o direito e o livre-arbítrio de fazer o que bem entendermos, o que quisermos de nossas vidas, porém nossas atitudes doentias que causarem prejuízos seja a nós ou a terceiros, retardando o processo evolutivo, será debitada em nossa contabilidade divina e tudo que for acrescentado a nossa conta cármica deverá ser posto em ação em encarnações futuras para que devolvamos o equilíbrio onde provocamos desarmonia.
Esta
história aconteceu num passado distante. Tão distante que se perdeu nas eras.
Porque está situada nos primórdios das civilizações. Quando as cidades mais organizadas
e com alguns recursos eram poucas e distantes umas das outras. Quando a maioria
das pessoas vivia em tribos e aldeias, formavam clãs e as cidades eram um
amontoado de casebres ao redor de um poço, onde buscavam água para consumo.
Numa pequena aldeia morava Mebahel,
que significa a luz do meu farol, nome de origem turca. Sua família era de
pequenos comerciantes e viviam numa grande tribo, onde tiravam os alimentos da
terra e o que não produziam trocavam com os vizinhos. Vida simples de pessoas
humildes, pois tinham somente o necessário para viver. Entretanto na carência de que eram cercados,
uma luz brilhava, qual farol a indicar a esperança e a fé que nunca se punha,
porque a luz provinha de Mebahel, filha única do casal de anciões, que havia
perdido inúmeros filhos. Muitas vezes o curandeiro da tribo, conseguia salvar
alguém das garras da morte, mais por interferência divina do que por suas
habilidades curadoras.
A pequena Mebahel sobrevivera e
os pais agradeciam diariamente a Deus pela filha abençoada que alegrava seus
dias. A vida passava lentamente e o pai, viajava para vender ou trocar suas
parcas mercadorias, complementando assim a renda da família. A mãe e a garota vendiam
lírios quando iam até a fonte que era um lugar de encontro das pessoas que buscavam
água e faziam trocas entre si. Mebahel cresceu
e a suavidade de sua beleza perfumada encantava a todos. Era doce, alegre,
protegida e querida por todos. Amava as flores e suas prediletas eram os
lírios, pela brancura imaculada de suas pétalas e suave aroma. Era conhecida
como a garota das flores.
Na semana que completaria 14
anos o pai ainda não voltara de sua viagem e a mãe adoentada não pode
comparecer a fonte para vender flores. Mebahel foi com a tia e ao chegarem se
distrairam com as trocas de mantimentos, momento em que a garota ficou só.
Naquele instante um grupo, passou a galope, levantando poeira e direcionando as
montarias para as pessoas que se encontravam no local. Eram salteadores,
aproveitadores de toda ordem que ameaçavam as pequenas aldeias. A tia ouviu o
tropel e virou-se para ver o que era entrando em pânico. Eles vinham na direção
de Mebahel e não daria tempo de tirá-la dali. Na confusão que se estabeleceu
não divisava mais a sobrinha e correu, mesmo sabendo que não chegaria a tempo.
Era cada um por si. Todos foram surpreendidos pela horda que se aproximava
velozmente. Chegaram onde estava Mebahel destruindo tudo. A tia gritou, mas a
voz não saiu. Faltaram forças. Quando a garota se deu conta do que acontecia já
estava cercada pelos brutamontes, um deles veio em sua direção espalhando as
flores que ela carregava e derrubando-a na terra seca. Mas ao lançar a montaria
sobre ela num golpe mortal, caiu estrondosamente, ficando com os pés presos no
estribo e sendo arrastado para longe aos gritos, pois estava sendo esfolado e
pisoteado pelos outros animais. Mebahel levou tamanho susto que empalideceu,
ficando mais branca que os lírios e levantando a cabeça lentamente, viu junto a
si um homem. Altivo, com uma túnica de linho creme, que lhe cobria da cabeça
aos pés. O capuz não permitia ver seu rosto. Entretanto a energia que emanava
dele era tão forte que ela ficou paralisada olhando aquela figura a sua frente.
O homem do capuz estendeu a mão para ela, levantando-a com suavidade. Colocou
um buquê de lírios em suas mãos, e a outra pousou em seu ombro, num gesto de
carinho e proteção. Um choque percorreu o corpo de ambos. Uma eletricidade que
somada surtiu o efeito de um raio e naquele instante o tempo não tinha pressa
de andar. Ficaram assim abandonados naquela magia. Até que alguém o chamou e
ele puxou Mebahel tomando-a nos braços, montou em seu cavalo, desaparecendo na multidão.
Mebahel fora raptada pelo líder
do grupo de salteadores que ficara impressionado por sua beleza suave. E que
tomado de amores por ela a tornou sua mulher. Assim ela por estar também presa
pelo magnetismo do raptor, entregou-se a ele, com todo ardor de que era capaz.
Sofria longe da família porque amava os pais. Porém afastada deles não soube
que morreram de desgosto.. Entretanto a saudade da família era amenizada pelos
braços ardorosos, pelo amor selvagem do homem que a violentara. Dos filhos que geraram
apenas um sobreviveu ante a vida andarilha e rude que levavam, pois eram
nômades e dificilmente ficavam muito tempo em algum lugar. Viviam de saques,
festas nos acampamentos e sem pouso fixo. Sujeitos a todo tipo de intempérie.
Até que um dia seu homem saiu para um assalto com o grupo sob seu comando e não
voltou. Mebahel ficou abandonada com o filho e por falta total de recursos
morreram ambos de fome e doentes. Nunca soube o que acontecera com o
companheiro e a tristeza e a solidão minaram a sua saúde já frágil pelas
vicissitudes a que foi submetida após ser raptada.
O que ela não sabia era que esta
encarnação era consequência de outra vida em que abandonara o marido, fugindo
com um homem de mais posses pelo qual se apaixonara, relegando os pais a mais
absoluta miséria. E como na época eram corriqueiras as vinganças, o esposo
abandonado assassinou o casal em uma emboscada.
Assim agindo, colocaram em ação a lei do A cada um Segundo suas Obras,
de Ação e Reação, que determina o carma pessoal e grupal. E em nova encarnação foram reunidos pela
sabedoria e justiça divina que a todos dá novas oportunidades. Eis que o homem
que a raptara era o amante de outrora e o ex-marido seu filho na atual
encarnação. Foi separada dos pais para valorizar a família que desprezara. Como
por ações levianas e intempestivas destruiu o lar que havia formado aprendeu a
duras penas, através do abandono e da perda do filho a valorizar os
compromissos assumidos.
Podemos e temos o direito e o
livre-arbítrio de fazer o que bem entendermos, o que quisermos de nossas vidas,
porém nossas atitudes doentias que causarem prejuízos seja a nós ou a
terceiros, retardando o processo evolutivo, será debitada em nossa
contabilidade divina e tudo que for acrescentado a nossa conta cármica deverá
ser posto em ação em encarnações futuras para que devolvamos o equilíbrio onde
provocamos desarmonia. E aprendamos, sentindo em nós a dor que causamos aos
outros.
O amor, somente o amor, em sua
acepção mais ampla, vivenciado através do evangelho de Jesus, nos traz o
esclarecimento necessário, ensinando com simplicidade o caminho que devemos
percorrer para melhorar nossos egos duros e calcetas que distorcem os fatos a
nosso favor, numa tentativa patética de manter nosso jeito de ser egoísta e
prepotente. Os ensinamentos de Jesus são tão singelos, tão simples, que
encontramos dificuldade em segui-los. Porque gostamos da pompa e dos subterfúgios
que nos favorecem. É hora de amadurecer nossas consciências e começar mesmo que
a passos miúdos a subir a escada do conhecimento que nos liberta de nós mesmos.
Lizete
Iria - médium do Triângulo.