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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Para ser um bom médium devo estudar?



“Discerni tudo e ficai com o que é bom” (1 Ts 5:21)
Paulo de Tarso

Várias ordens religiosas e monásticas recomendam que seus membros reservem algum tempo, todos os dias, para o estudo. Essa prática parece criar novos condicionamentos, proporcionando uma profunda satisfação aos que se dedicam regularmente à leitura. Muitos instrutores sugerem que os buscadores espirituais leiam antes de dormir pelo menos uma ou duas páginas de um livro de cabeceira, para criar uma vibração apropriada. Essa vibração é capaz de estabelecer a tônica das experiências da alma durante o sono, quando esta deixa para trás sua pesada vestimenta de carne e pode voar mais alto em seu envoltório astro-mental. ( importante recomendação a todos os médiuns* )

 Está implícito que no “Caminho da Perfeição” o homem deve desenvolver ao máximo todo o seu potencial. É sabido que o potencial da mente humana é bastante subtilizado. Os cientistas estimam que o homem comum usa menos de 10% da capacidade de seu cérebro, a contraparte material da mente. Portanto, o exercício intelectual inerente ao estudo contribui para o progressivo desenvolvimento da mente, tanto concreta como abstrata. Esse desenvolvimento será extremamente útil, mais tarde, quando o contato interior for estabelecido, capacitando o indivíduo a interpretar as instruções simbólicas que vier a receber. ( notadamente dos espíritos comunicantes pelos mecanismos da mediunidade* )

 O estudo também pode favorecer o desenvolvimento da intuição. Muitos estudiosos já tiveram a experiência de insights intuitivos durante o estudo dos assuntos em que estavam profundamente empenhados. Essas percepções são bastante comuns a cientistas, pesquisadores, filósofos e mesmos poetas e artistas, sendo o resultado do mergulho profundo nas questões a que se dedicam, pois quando a mente está totalmente concentrada, num determinado momento consegue ser transcendida alcançando-se, assim, o plano intuitivo da verdade pura.

O estudo é especialmente útil para o desenvolvimento da mente quando é efetuado com espírito crítico. O estudioso deve procurar pensar com o autor, submetendo os argumentos à lógica. Mais importante ainda é analisar as premissas sobre as quais a tese está fundamentada. Quando esses critérios de análise crítica são seguidos, o estudante estará invariavelmente desenvolvendo sua capacidade cerebral e mental com o estudo. Ademais, estará passando o material estudado pelo crivo da razão, podendo, assim, encampar e assumir como seu aquilo que passar no teste. Nas recomendações de Paulo encontramos: “Discerni tudo e ficai com o que é bom” (1 Ts 5:21). Esse era, também, o procedimento recomendado pelo Buda para todos os que lessem as escrituras sagradas e ouvissem seus ensinamentos.

Fonte: OS ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ
            Raul Branco

            * grifo nosso


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