O devoto ainda centrado em sua personalidade e apegado às coisas do mundo tende a voltar-se para Deus como a instância última de suprimento de suas necessidades e anseios materiais e sentimentais. Quando as necessidades e aspirações são legítimas ou altruístas e o pedido é suficientemente fervoroso, elas poderão ser atendidas de forma tal que venhamos a reconhecer a dádiva Divina. Muitas vezes, porém, os pedidos são direcionados para coisas mundanas, que Deus, em sua onisciência, sabe que não atendem aos nossos verdadeiros interesses. Nesses casos, se os pedidos forem insistentes, poderemos conseguir o que pedimos, mas não da forma como queríamos ou no momento que esperávamos, mas da forma e na hora que for mais útil para o nosso aprendizado espiritual. Com freqüência, queremos coisas que vão contra o nosso verdadeiro interesse, por isso adverte-nos um monge católico espiritualmente maduro: “A oração não é um meio para fazermos de Deus o escravo de nossas ambições, mas para fazer de nós os servos de Seu amor.”
Quando, porém, pedimos aquilo que está em conformidade com a vontade de Deus, nossos pedidos adquirem uma força inusitada, pois entramos em sintonia com o Plano Divino. “A oração fervorosa do justo tem grande poder” (Tg 5:16). Por isso, devemos pedir ajuda a Deus para conhecermos nossos defeitos e negatividades, que são as correntes que nos aprisionam neste mundo. O passo seguinte será pedirmos Sua ajuda para superarmos esses entraves ao nosso progresso espiritual. Se pedimos com fervor, teremos, com certeza, a Sua ajuda, que poderá se manifestar de muitas maneiras ou formas inusitadas, até mesmo por meio de livros ou conferências ou de pessoas que, de forma amigável ou não, apontam nossos defeitos ou através de sonhos simbólicos ou inspirações durante a meditação...
Fonte:
OS ENSINAMENTOS DE JESUS E A TRADIÇÃO ESOTÉRICA CRISTÃ
AS CHAVES QUE ABREM O REINO DOS CÉUS NA TERRA
Raul Branco