"Que farei para herdar a vida eterna?"
Foi a pergunta que um intérprete da Lei fez a Jesus, em Lucas 10:25.
Jesus replicou com suas próprias perguntas:
"Que está escrito na Lei? Como interpretas?"
Foi a pergunta que um intérprete da Lei fez a Jesus, em Lucas 10:25.
Jesus replicou com suas próprias perguntas:
"Que está escrito na Lei? Como interpretas?"
Soraya
estava linda naquela noite. Colocara um belo vestido escolhido cuidadosamente para
a ocasião. Ela e o namorado sairiam para comemorar uma data especial. Dois anos
de namoro, de companheirismo e descobertas que os aproximava mais e mais. Era
impossível ficarem separados e algumas vezes faziam planos para o futuro.
Coisas de apaixonados. Ela caprichara no visual e estava satisfeita com o
resultado. Para sua surpresa o namorado a
presenteou com um anel de diamantes e a pediu em casamento. Nossa, era muita
felicidade, parecia que ia estourar de tão contente que estava. Brindaram com
champanhe. Dançaram enlevados e entrelaçados. Seus olhos brilhavam como
estrelas. Terminaram a noite juntos em juras de amor eterno e votos ardentes de
confiança e fé na vida futura.
O tempo passou e o casamento
estava se aproximando, entretanto uma sombra nublava os olhos de Soraya. Sua
mãe era contra o casamento. Fazia tudo que estava ao seu alcance para
atrapalhar a relação da filha. Queria que ela ficasse em casa ajudando a manter
a família que se compunha de mãe, filha e um irmão solteiro que beirava os 30
anos e não trabalhava. Dizia que era difícil arrumar emprego. Sempre que saia
para fazer entrevistas voltava de mãos abanando. Não era compreendido e todo
mundo o perseguia. Era acobertado e sustentado pela mãe que exigia que Soraya
fizesse o mesmo. Como a filha não aceitava este jogo a mãe se voltava contra
ela. Fazendo inclusive trabalhos para afastar o noivo.
Soraya procurava levar as
relações familiares de forma a não se contaminar pelas mentiras e armadilhas
que eram preparadas para ela. O noivo era a única alegria de sua vida. O
trabalho dava a ela o equilíbrio necessário. Os estudos a mantinham ocupada. Sua vida era o trabalho, os estudos e o
noivo. A família estava se transformando num peso difícil de carregar. Era
tratada com escárnio e deboche. E um belo dia a mãe comunicou que dali em
diante a mesma pagaria aluguel para morar com eles. Mais um golpe para tirar
dinheiro dela e suprir a falta de recursos do irmão.
Uma tarde Soraya estava no
trabalho e sentiu uma pontada na cabeça, um zumbido forte nos ouvidos, uma
tontura repentina que a obrigou a sentar rapidamente para não cair. Foi
assistida pelos colegas que no momento estavam com ela e a ampararam. Foi ao
médico porque a cena se repetiu durante alguns dias e o noivo começou a ficar
preocupado com seus relatos. Nada foi detectada de grave, apenas uma
labirintite, apontada após alguns exames de rotina. Tratamento a fazer,
remédios a comprar e tudo ficaria bem. Mas não ficou. Ela começou a ouvir
vozes. Uma lhe dizia insistentemente, durante horas a fio para praticar o
suicídio, porque não era ninguém. Não servia para nada, era uma inútil e a
melhor coisa a fazer era buscar a morte. A outra voz lhe dizia suavemente, com
todo amor, para não desistir, que era especial, para procurar ajuda, que não
estava sozinha, tinha amigos velando por ela.
A confusão instalou-se em sua
vida. Era difícil conviver com as vozes, que se alternavam uma gritando,
furiosa, induzindo a por fim a sua vida e a
outra falando suavemente. Contou ao noivo e pediu ajuda, estava certamente
enlouquecendo. Foi despedida do emprego. Precisou largar a faculdade porque não
podia mais pagar os estudos. Não tinha mais reservas econômicas. Foi internada
em uma clínica psiquiátrica duas vezes, por tentativa de suicídio. A família a
tratava com acidez e desprezo. E a mãe com a sensibilidade de um camelo disse
que deveria sair de casa, procurar um lugar, já que não podia mais pagar pelo
quarto.
Cansada, derrotada, sem dinheiro
para nada, tendo rompido o noivado, sem ter a quem recorrer, Soraya foi
acolhida por uma vizinha que a conhecia desde pequena e ficara sensibilizada
pelo mau pedaço que ela estava passando. A senhora também tinha poucos
recursos, mas ajudou como pode. Frequentava uma casa de caridade e a levou para
um atendimento. Tinha fé que daria resultado. Enquanto a moça era atendida,
ficava esperando para acompanhar no retorno ao lar. Foi então descoberto que ela
estava passando por um processo de enfeitiçamento, magístico, negativo,
demandado contra ela. Por interesses escusos e egoístas, haviam sido instalados
em seus campos vibratórios alguns obsessores, que lhe enviavam as ordens de
suicídio. Muitas vezes a vizinha que a acolhera, não tinha recursos e o grupo
que a atendia lhe fornecia o valor das passagens de ida e volta, para que pudesse
retornar e continuar o tratamento, que foi longo.
Fazia parte do mesmo os passes, palestras,
leitura do evangelho no lar uma vez por semana, magnetismo para recuperar as
forças e regenerar os corpos combalidos pelo sofrimento. Foi duro, foi longo. A
voz que falava suavemente venceu e a outra desapareceu definitivamente. Com
esforço e garra Soraya retomou o comando de sua vida. Conseguiu outro trabalho.
No próximo ano recomeçaria os estudos. Adquiriu novas forças e recuperou a
saúde. Retomaria o rumo de sua caminhada e escreveria uma nova história. Ficou
morando com a senhora que a amparou e deixou a casa paterna em definitivo. Esta
novamente desbravando o futuro.
Soraya fez jus à ajuda
espiritual que recebeu porque buscou com todas as forças de que era capaz
compreender o que estava passando e seguiu com determinação o tratamento
recomendado, tanto físico como espiritual. Agarrou-se a vida e quando soube que
os trabalhos eram feitos pela mãe, depois de passado a tristeza da descoberta,
já estando amparada e em tratamento, perdoou, porque entendeu que ela ainda era
ignorante quanto às leis espirituais que regem os mundos. Seguiu com passos
firmes e resolveu se dedicar aos estudos e ao trabalho espiritual, para
devolver um pouco do amor que recebera.
O destino estava selado para
todos os envolvidos e cada um receberia o que de direito por suas atitudes e tentativas
de manipular a vida de outrem. Agora era com Deus. Ele colocaria os filhos
rebeldes em aprendizado, que daqui para frente poderia ser desagradável. Choque
de retorno por todos os desmandos cometidos. Assim é a Lei.
Lizete
Iria - médium do Triângulo.