"Os médiuns são
humanos e, por isso, imperfeitos. No entanto, desde que estudem
conscienciosamente, ficam esclarecidos desde o início do seu labor mediúnico
quanto às incongruências que precisam evitar, quais os percalços da mediunidade
imperfeita e o desajuste dos médiuns no tocante às suas qualidades morais. Os
médiuns novos são tímidos, cuidadosos e temem o ridículo. No entanto, em
princípio, mal dissimulam a ansiedade de sobrepujar os companheiros mais
experimentados, o que não perdem oportunidade de fazer. Alguns sobrevivem com
êxito nos ambientes mais confusos; outros perturbam-se nos trabalhos mediúnicos
mais harmônicos. Obviamente, eles graduam-se pelos mais variados matizes e de
acordo com a maior ou menor influência anímica; em uns predomina a linguagem
elevada, o potencial intelectivo superior ou o sentimento de tolerância
evangélica; noutros a trivialidade, o primarismo mental ou a franqueza rude de
"dizer a verdade" aos outros. Ainda é o médium exibicionista o que
mais se preocupa em competir e impor-se sobre os seus companheiros de trabalhos
mediúnicos, e assim não perde vaza para atrair a atenção pública e teatralizar
as mais singelas comunicações. Ele faz do ambiente mediúnico a moldura que lhe
enfeita as atitudes rebuscadas, os efeitos pirotécnicos ou as exclamações
dramáticas".