Muitos irmãos de outras frentes espiritualistas e
espiritistas questionam da real necessidade de usarmos uniforme branco para
sermos médiuns na Umbanda. Reflitamos
que enquanto as leis sociais e o esquema moral da humanidade especificam o modo
mais aprimorado de convivência, disciplinando as relações interpessoais no
exíguo período da existência humana do nascimento ao túmulo, o Evangelho é
definitivamente a miniatura das leis cósmicas identificada no microcosmo terreno
para conduzir o homem à sua autenticidade espiritual imorredoura.
O insigne
Caboclo das Sete Encruzilhadas, por ocasião da anunciação da Umbanda no plano
físico, estabeleceu a roupa branca no que diz respeito à IGUALDADE que deve
haver entre os homens que procuram se evangelizar reunidos sob a Lei Fraternal
de Umbanda. Em nossa atual sociedade o grau de espiritualidade, caráter,
honestidade e amor ao próximo são de menos valia diante o que fulano ou cicrano
aparentam ter ostentando
posses, em detrimento do ser
do beltrano que tem pouco. Assim, é corriqueiro valorizar-se os indivíduos com
base em suas apresentações pessoais, externas, sem atentar-se para os
predicados internos da alma. No terreiro de Umbanda todos são iguais e os
assistentes não devem dar vazão às aparências do mundo profano na busca de sua
espiritualização. Assim, quem frequenta um terreiro da Divina Luz jamais terá a
oportunidade de identificar no corpo mediúnico, estando seus membros vestidos
todos iguais de branco, eventuais ou supostas diferenças intelectuais,
culturais e sociais, tal como não podemos visualizar as cores das penas de um bando de
araras voando. Não importa se por trás da roupa branca sacerdotal se encontra o
advogado, o arquiteto, o militar graduado ou o diplomata, um rico empresário ou
um simples camelô, a funcionária concursada ou a empregada diarista, eis que
todos estão ali reunidos em um mesmo espaço religioso igualados para servir
incondicionalmente.
Cuidemos com zelo esmerado e amor de nossa roupa branca. Ela
veste-nos o corpo físico para que nos ofertemos aos Orixás e aos nossos
ancestrais ilustres, espíritos benfeitores das luzes de Aruanda.
Muita paz, saúde, força e união,
Norberto Peixoto.