Não recomendamos a ninguém que
receba passes mediúnicos ou magnéticos de criaturas com moléstias contagiosas,
de moral duvidosa ou de costumes viciosos e censuráveis. É tão absurdo alguém
pretender dar aquilo que ainda não possui em si mesmo, qual seja a saúde física
ou espiritual, quanto ensinar aquilo que desconhece.
E isso ainda se torna mais grave no
caso do passe mediúnico ou magnético, pois desde que o médium se encontra
enfermo, a sua tarefa mediúnica se torna contraproducente, uma vez que ele
projetará algo de suas próprias condições enfermiças sobre os pacientes que se
sintonizarem passivamente à sua faixa vibratória "psicofísica". Nos
contágios acidentais entre pessoas sadias e enfermas, que ocorrem na vida
cotidiana, aquelas que são assaltadas pelos germens, às vezes, ainda conseguem
mobilizar à última hora as suas energias defensivas e então reagir em tempo,
eliminando o potencial virulento alheio.
Conforme há milênios ensina a velha
filosofia oriental, "aquilo que está em cima também está embaixo", ou
então, "assim é o macrocosmo, assim é o microcosmo", ou seja, a mesma
coisa ou a mesma verdade está no infinitamente grande e da mesma forma no
infinitamente pequeno. As leis que regem as atividades do mundo físico são
equivalentes das leis semelhantes do mundo oculto, tal como no caso do
equilíbrio dos líquidos nos vasos comunicantes, em que o vasilhame mais cheio
flui o seu conteúdo para o mais vazio. Entre o médium enfermo e o paciente mais
vitalizado, a lei dos vasos comunicantes do mundo "etereoastral"
transforma o primeiro num vampirizador das forças magnéticas que porventura
sobram no segundo, ou seja, inverte-se o fenômeno.
Em vez de o médium transmitir
fluidos terapêuticos ou vitalizantes, ele termina haurindo as energias alheias,
em benefício do seu equilíbrio vital. Assim acontece quando certas pessoas
sentem-se mais enfraquecidas depois de se submeterem aos passes mediúnicos ou
magnéticos, ignorando que, em vez de absorverem os fluidos vitalizantes para
recuperar a saúde, terminaram alimentando a própria fonte doadora de passes,
pois esta encontrava-se mais debilitada.
Deste modo, seria absolutamente
contraproducente o fato de uma criatura submeter-se aos passes magnéticos ou
fluídicos do médium tuberculoso, epiléptico, variolado ou com febre tifóide,
malgrado justificar-se a mística de que "a fé remove montanhas". O
próprio Jesus assegurou que não viera derrogar ou subverter as leis do mundo
material, por cujo motivo não basta uma atitude emotiva de fé ou confiança
incomuns para essas leis serem alteradas e semearem a perturbação na estrutura
íntima do próprio homem.