Jesus sempre
particularizou-se no fato de que o corpo carnal, embora transitório, é o
instrumento indispensável e valioso para o espírito lograr a sua manifestação
positiva e coerente no ambiente físico. Lembra algo do violinista, que usa o
violino para expressar o seu talento musical, sem que, por isso, ele seja o
próprio violino. O homem carnal não é a entidade definitiva, porém a
personalidade humana modelada na sua configuração física. É tão-somente um
instrumento de expressão, trabalho e aprendizado do espírito eterno. Enfim, é a
materialização do acervo constituído pelo perispírito preexistente e
sobrevivente à organização de carne. O corpo humano, estruturado pelos
elementos substanciais do mundo e vitalizados pela presença pródiga da água, é
um produto ou vestimenta transitória modelada na face do orbe que serve ao
espírito, mas não é a sua identidade sideral definitiva. Assim, o que é nascido
da carne é carne, isto é, o corpo físico limitado e transitório, no tempo e no
espaço, enquanto a real identidade do ser é, em verdade, o nascido do Espírito.
O espírito
eterno e imutável jamais abandona o seu mundo espiritual. Em verdade, ele se
manifesta através de um corpo modelado pela sua própria configuração
perispiritual milenária e original. Enfim, materializa-se pela aglutinação de
átomos, moléculas e substâncias, que são herdadas da ancestralidade biológica
da família onde deve se encarnar.
Em
cada existência carnal, o perispírito focaliza-se no cenário do mundo material
sob a estrutura anatomofisiológica hereditária do novo conjunto familiar de que
descende. Ramatís - do livro O EVANGELHO À LUZ DO COSMO