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terça-feira, 30 de novembro de 2010

As bananas do Chico - alimentos nocivos


Interessante caso de Chico Xavier, quando o maravilhoso médium visitou uma família com sérios problemas espirituais para fazer o que hoje poderíamos denominar de “atendimento fraterno”. Chico, que adorava bananas, se encantou com um cacho de bananas muito formosas que havia na mesa. No decorrer da conversa com os familiares, entretanto, Chico Xavier ficou extremamente chocado ao ver duas entidades espirituais inferiores entrarem no recinto e literalmente comerem as bananas. Ora, como um Espírito desencarnado pode comer a banana?! Posteriormente, Emmanuel esclareceria a Chico Xavier que o referido lar não tinha barreiras vibratórias em função de uma sintonia mental com entidades negativas, em função de seus sentimentos, pensamentos e hábitos negativos do ponto de vista moral. Assim, seres espirituais atrasados e com perispíritos muito materializados e que teriam grande necessidade de sensações de ordem material não teriam impedimentos maiores para entrarem no lar, podendo gerar obsessões e quadros lamentáveis em função da afinidade vibratória. Ao sentirem fome, estes Espíritos comeram, de fato, as bananas, ingerindo o corpo vital das mesmas. Por outro lado, além de eliminarem grande parte do conteúdo vital das bananas, deixaram nas mesmas impregnações fluídicas negativas, fazendo com que as bananas se tornassem alimentos perigosos para aqueles que as ingerissem, tanto sob o aspecto físico quanto do ponto de vista espiritual.

Em vista disso devemos nos preocupar com alimentos servidos em lares com desavenças, pois, os mesmos podem nos fazer mal. O mesmo pode ocorrer quando um alimento é preparado por pessoas de baixa vibração, por problemas pessoais, raiva, rancor...

E quanto a estas oferendas de encruzilhadas de rua, em praças, em locais diversos de entrecruzamentos de pensamentos profanos, como será a vibração das entidades espirituais que se alimentam do corpo vital das frutas e dos fluídos do animal sacrificado?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Espíritos vampiros

 Os espíritos "vampiros" justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade, sugando-lhes as energias, tomam conta de suas zonas motoras e  sensoriais, inclusive os centros cerebrais (linguagem e sensibilidade, memória e percepção) dominando-as à maneira do artista que controla as teclas de um piano. Criam assim, doenças fantasmas de todos os tipos, mas causam também degeneração dos tecidos orgânicos, estabelecendo a instalação de doenças reais que persistem até a morte. 
Pelo imã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à escabiose e a ulceração, à vontade incontrolável de beber ou de se drogar e a loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos seus vícios que corroem a sua vida moral - estão em simbiose um com o outro: através do próprio pensamento desgovernado, podem fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como são as psicoses de angustia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinqüência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veiculo orgânico processos patogênicos indefiníveis que lhe favorecem a derrocada em, alguns casos, até a morte em simbiose com os obsessores.
Nos Domínios da Mediunidade André Luiz se refere a um caso interessante de um homem desencarnado e uma mulher encarnada que vivem em regime de escravidão mútua, nutrindo-se da emanação um do outro. Ela busca ajuda na sessão do trabalho desobsessivo realizado por um centro espirita e, com o concurso de entidades abnegadas, consegue o afastamento momentâneo do espirito obsessor. Bastou, porém, que o espirito fosse retirado para que ela o fosse procurar, reclamando sua presença. Há muitos casos em que o encarnado julga querer o reajustamento, porém no intimo, alimenta-se dos fluidos doentios do companheiro desencarnado e se apega a ele instintivamente.
Em Obreiros da Vida Eterna, André Luiz descreve cenas de vampirismo em uma enfermaria de Hospital: “ Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, infligindo-lhes padecimentos atrozes, sugando- lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os.” E confessa que os quadros lhe traziam grande mal estar.

domingo, 28 de novembro de 2010

Vampirismo


 “Nos cemitérios costuma congregar-se compacta fileira de malfeitores, atacando vísceras cadavéricas para subtrair-lhes resíduos vitais”
André Luis - Obreiros da Vida Eterna

PERGUNTA:Há fundamento nas práticas de enfeitiçamento, em que se sacrificam galos pretos nas encruzilhadas, cabritos e bodes..., ou ofertam bifes sangrentos nas portas de cemitérios? 
RAMATIS:Quanto aos sacrifícios de aves e animais em semelhantes trabalhos conservadores das tradições e da magia primitiva, nem é preciso lembrarvos da importância do sangue ali vertido e fundamento principal para o intercâmbio com os espíritos subvertidos. O sangue é a linfa da vida e elemento imprescindível no ser vivo, pois, além de sua função propriamente física, ainda capta e absorve as forças vitalizantes do Sol, como o “prana”, o magnetismo lunar e certos fluidos do mundo astral. A sua circulação rapidíssima é imantada pela eletricidade animal e nutrida pelo éter-físico, que emana pelos poros da Terra e flui através do duplo etérico. É, enfim, a corrente portadora da saúde ou da enfermidade, pois percorre as zonas mais nevrálgicas e atinge os pontos mais vitais do corpo humano e transporta os diversos hormônios endocrínicos por todo o organismo, nutre e refaz as células carreando os detritos indesejáveis para as vias “emunctórias”. O sangue ainda intervém em todos os processos defensivos do organismo,conduzindo os elementos de combate aos germens e às suas toxinas. Mesmo depois de coagulado e sob o aspecto gelatinoso, dele exsuda-se um líquido amarelado e utilíssimo, bastante conhecido por soro sangüíneo e ainda aproveitável nas transfusões salvadoras. O homem atual possui de 5 a 6 litros de sangue, cuja produção é incessante na intimidade da medula óssea.

PERGUNTA: — Mas esse derramamento deliberado de sangue através de sacrifícios pagãos e macabros, é realmente necessário para o processo de enfeitiçamento? 
RAMATIS: — Na realidade, trata-se de um processo detestável, que se vincula a interesses e subversões abomináveis, ativado e controlado pelo mundo oculto pervertido! Afora as preocupações de enfeitiçamentos, despachos e demandas, a vertência de sangue e os ritos de sua dinamização fluídica atendem às mais ignóbeis tarefas dos “comandos das trevas”! Em torno da Crosta movimenta-se extensa multidão de espíritos exauridos pelas paixões e vícios da carne, famintos de vitalidade e aflitos para obterem o “tônus vital” que perderam e viceja no sangue humano. Eles aceitam qualquer tarefa nefanda, trabalho execrável ou humilhante no Além, desde que possam conseguir o sangue para a sua nutrição mórbida. Tão desesperados como os viciados pela cocaína, morfina, álcool, acompanham os encarnados na esperança de vampirizá-los na sua fonte de vitalidade, que é o sangue! Ademais, os espíritos astutos, malévolos e veteranos do astral inferior ainda costumam vampirizar os infelizes recém-chegados desprotegidos, extraindo-lhes qualquer resíduo vital que porventura ainda possam trazer na sua contextura perispiritual. Só quando os falecidos possuem amigos ou parentes desencarnados, que os protegem de um vampirismo indesejável, os famintos das sombras então permanecem a distância do sepultamento. Então, lhes resta o recurso de se contentarem com a precária nutrição de fluido vital obtida na simbiose com as criaturas viciadas e escravas dos prazeres impuros. Assim como as parasitas extraem a seiva vital dos arbustos benfeitores, os vampiros do Além túmulo exaurem suas vítimas imprudentes no processo de parasitismo de baixa espiritualidade. 

PERGUNTA: — Porventura, existe alguma disciplina ou coordenação de trabalho entre os espíritos vampiros e obsessores, nas suas práticas maléficas contra os encarnados? 
RAMATIS: — A disciplina tanto pode existir na prática do bem como no exercício do mal. Em conseqüência, nas regiões do astral próximo à superfície terrena, existem cooperativas, confrarias e instituições disciplinadas na prática do mal, as quais orientam e controlam milhares de espíritos em atividade pervertida nas tarefas de obsessões e vampirismos. Os seus mentores diabólicos são hábeis e experimentados psicólogos, conhecedores de todas as fraquezas e subversões humanas! Eles pesquisam na crosta terráquea as criaturas mais propensas aos desequilíbrios mentais e emotivos, a fim de transformá-las em fontes gratuitas de fornecimentode substância vital tão cobiçada para o êxito das operações maquiavélicas das sombras. Malgrado a vossa reação mental, de que transmitimos histórias fantásticas e mórbidas da idade média, os espíritos vampiros, realmente, debruçam-se sobre os cadáveres recém-sepultados, a fim de extrair-lhes os resíduos vitais que ainda possam aderir ao corpo extinto. Trecho extraídos da obra Obreiros da Vida Eterna, pelo espírito de André Luiz, capítulo “Aprendendo Sempre”, que assim diz: 
Magia de Redenção - Ed. do Conhecimento

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Conversa com um xamã


- Médium: Escutei um pássaro chilreando a cantar na minha janela de casa, num dia ensolarado. Quando me virei para vê-lo não mais estava lá...Como posso interpretar isto?
 - Caboclo Pery: Filha, o pássaro que canta na janela, demonstra à alma que o escuta que ela já esta encontrando o seu eixo central na realização espiritual. Rompe as paredes da ilusória persona formada na reencarnação movida pelos anseios do seu passarinho interno - seu espírito - que ressoa de dentro para fora indicando os caminhos que deve seguir em sua busca de libertação da prisão de si mesmo. O pássaro não estava mais lá porque voou, pois é livre em suas escolhas e plantio assim como a centelha espiritual o é, sendo a colheita obrigatória. O pássaro voa livre quando a compreensão da sua finalidade existencial expande a consciência e supera a gaiola de si mesmo. Tal estado de espírito não significa libertação, mas que os passos estão indo na direção que a alma precisa, conscientizada do que tem que plantar para a boa safra.   

 - Médium: Logo após vi duas belas corujas num mesmo galho de árvore em frente à janela de casa, o que é raro, pois na cidade não é seu habitat natural. O que estão me dizendo?
 - Caboclo Pery: Filha, o habitat natural do espírito não é o físico. As corujas mostram que mesmo o dia ensolarado na vida, de sensação de auto-realização e inefável bem estar não será perene, pois a perenidade espiritual não é da Terra: de cada 24 horas, a metade é noite e a outra metade é dia. Assim, os desafios se repetem diariamente e deveis estar sempre atenta como o olhar das corujas estão. A coruja na árvore já enxerga os seres rastejantes no solo. Todavia deve alçar vôo para se alimentar deles. Simbolicamente, este pássaro caçador indica à vossa compreensão espiritual que a clarividência e intuição alcançadas não devem servir para vos distanciar dos que ainda não conseguem levantar os olhos para cima e rastejam na vertical das coisas profanas. O Sagrado que desperta em vosso coração deve vos aproximar dos "pequenos" seres, como mãe dadivosa que a todos acolhe amorosamente. 

 - Médium: Por que duas corujas juntas, dado que são caçadoras solitárias?
 - Caboclo Pery: Filha, uma coruja é o intelecto e a outra a intuição. O intelecto descreve as experiências da alma, a intuição interpreta o que foi descrito. Devem andar juntas, uma não sobressaindo sobre o outra. O intelecto, alimentado pelo esforço do estudo, amplia a razão e dá insumos para a intuição aproveitar o conhecimento, necessário a uma filha do orixá Oxoce, destinada a ser instrumento para o caçador das almas trabalhar. Se a intuição falha, o intelecto racionaliza, aliviando as constrições internas. Se o intelecto se acelera, a distonia psíquica causada se alivia com o bem estar intuitivo ocasionado pelo trabalho pé no chão do terreiro. Outro aspecto, tens muito amparo espiritual e bons companheiros que estão juntos. Lembra: duas corujas são quatro olhos a olhar por ti. 

 - Médium: Como devo proceder para alimentar e manter o pássaro livre e as corujas no galho da minha árvore?
 - Caboclo Pery: Filha, humildade, muita humildade e amor, muito amor. Ame sua vida, seu canzuá - casa - cada pedacinho do solo que seus pés pisam ao suportar vosso espírito em suas andanças terrenas. Ame a si mesma e cada centímetro do seu saudável corpo, sem culpa de nada e expanda este amor para todos os filhos de seu coraçãozinho. No êxtase da intuição espiritual ou no ranger de dentes das dores da alma que virão, em ambos os casos, mantém a serenidade. Não vibra em excesso na euforia da conquista e nem te deixa entristecer pelas derrotas que ocorrerão. É entre um estado e outro que o espírito que almeja conquistar a si mesmo se conduz, mantendo o pássaro livre e a clarividência das corujas a indicar os vôos do pássaro da alma em solo terreno.
Ele é flecheiro
É juremeiro
Vem de Aruanda
Ele vai baixar
Vai amparar
Filhos de umbanda
Okêe, okêe, okêe!
Caboclo Pery no congá!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fumo, ervas, fundanga...


1) Por que as entidades de umbanda usam o fumo?
As folhas da planta chamada ” fumo” absorvem e comprimem em grande quantidade o prana vital enquanto estão em crescimento, cujo poder magnético é liberado através das golfadas de fumaça dadas pelo cachimbo ou charutos usados pelas entidades. Essa fumaça libera princípios ativos altamente benfeitores, desagregando as partículas densas do ambiente.

2) Por que as entidades usam ervas verdes?
Porque cada erva ( principalmente a arruda, o alecrim, a sálvia, o guiné, mangericão e a espada de Ogum) possuem agregados em sua vitalidade elementos astromagnéticos que desmagnetizam e desintegram elementos etéricos densos e negativos presentes na aura dos consulentes.

3) Por que se usa a queima de pólvora ou ” fundanga”?
Quando queimados os grânulos de pólvora explodem causando intenso deslocamento molecular do ar e do éter, desintegrando miasmas, placas, morbos psíquicos, ovóides astrais, aparelhos parasitas e outros recursos maléficos como campos de força densificados com matéria astral negativa, os quais não foram possíveis de ser desativados pela força mental dos Guias do espaço e o fluido ectoplasmático dos aparelhos mediunizados.

4) Por que dos pés descalços na Umbanda?
Nos atendimentos os médiuns tornam-se os “para-raios” de muitas energias densas deixadas pelos socorridos. Somos fonte condutora de correntes elétricas e pelos pés descarregamos nosso excesso negativo. Solas emborrachadas bloqueiam esse fluxo.

5) Por que do uso de bebidas alcóolicas nos trabalhos de Umbanda?
Não há necessidade de ingestão de bebidas, mas seu uso externo se faz porque o álcool volatiza-se rápidamente, servindo como condensador energético para desintegrar miasmas pesados que ficam impregnados nas auras dos consulentes além de agir como elemento volátil de assepsia do ambiente.

6) Por que dos pontos cantados?
Os diversos pontos cantados na Umbanda estabelecem condições propícias para que os pensamentos dos espíritos se enfeixem nas ondas mentais dos médiuns. Cada vibração peculiar a um Orixá tem particularidades de cor, som, comprimentos e oscilação de ondas que permitem sua percepção pelos sensitivos da Umbanda. Uma vibração sonora específica cantado em conjunto, sustenta a egrégora para que os espíritos da linha correspondente ao Orixá se aproximem, criando e movimentando no éter e no astral formas e condensações energéticas símiles aos sítios vibracionais da natureza que “assentam” as energias, como se nelas estivessem presentes.

7) Por que a Umbanda não faz milagres?
Porque religião nenhuma o faz. Porque o milagre está dentro de você, meu irmão, e se faz à medida que muda as tuas atitudes, reformula teus pensamentos e põe em prática tua fé no Criador. Se alguém te prometer o milagre, fuja! Ali está um caloteiro tentando te enganar.


FONTE: LIVRO A MISSÃO DA UMBANDA - RAMATIS

domingo, 21 de novembro de 2010

Nossos direitos

VOCÊ SABIA?

Você sabia que os templos religiosos - terreiros são isentos de IPTU? 

RESPEITO À PRIVACIDADE

Não podem ser objeto de registro os dados referentes a convicções filosóficas, política e religiosa, a filiação partidária e sindical, nem os que digam respeito à vida privada e à intimidade pessoal, salvo quando se tratar de processamento estatístico, não individualizado (artigo 21 da Constituição Estadual).

LIBERDADE DE CRENÇA

É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma de lei, a proteção dos locais de culto suas liturgias e seguidores (artigo 22 da Constituição Estadual).

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Não são admitidas a pregação da intolerância religiosa ou a difusão de preconceitos de qualquer espécie (parágrafo 2º do artigo 22 da Constituição Estadual).

RESPEITO AOS TEMPLOS

São invioláveis as sedes de entidades associativas, ressalvados os casos previstos em lei ( parágrafo 3º do artigo 22 da Constituição Estadual).

PROTEÇÃO DA POLÍCIA

A força policial só intervirá para garantir o exercício do direito de reunião e demais liberdades constitucionais, bem como para a defesa da segurança pessoal e do patrimônio público e privado, cabendo responsabilidade pelos excessos que cometer. (parágrafo único do artigo 23 da Constituição Estadual).

GOVERNO X CULTOS

É vedado ao estado e aos municípios embaraçar o exercício dos cultos religiosos (artigo 71 da Constituição Estadual).

PROTEÇÃO ÀS DIFERENÇAS

São vedadas a propaganda, as divulgações e as manifestações, sob qualquer forma, que atentem contra ás diferenças raciais, étnicas ou religiosas, bem assim a constituição e funcionamento de empresas ou organizações que visem ou exerçam aquelas práticas. (parágrafo 1º do artigo 331 da Constituição Estadual).

ISENÇÃO DE IPTU PARA OS TEMPLOS

Os dirigentes devem dar entrada num requerimento nos plantões fiscais do IPTU pedindo isenção. A lei é extensiva aos imóveis alugados para funcionarem como Terreiros e aos próprios devidamente legalizados nos respectivos cartórios de registro de imóveis.. (Lei 1936 de 30/12/92 – inciso 22 do artigo 61 na Lei 691/84)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Deus em que acredito


Mas não sei se o Deus em que eu acredito, é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro, o bispo ou pastor...
O Deus que me acompanha vai muito além do que me mostra a Bíblia.  Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova.  O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.
O Deus em que acredito não foi globalizado. O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém. É uma idéia, uma energia, uma eminência. Não tem rosto, portanto não tem barba.Não caminha, portanto não carrega um cajado. Não está cansado, portanto não está sempre no trono.
 O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos.
Não distribui culpas a granel: as minhas são umas, as do vizinho são outras. Nossa penitência é a reflexão. Para o Deus em que acredito, só vale o que se está sentindo.
 O Deus em que acredito não condena o prazer.
 Um Deus simples. Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante, sabe tudo e vê tudo. Meu Deus é discreto e otimista.  Não se esconde, ao contrário, aparece principalmente nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: de um abraço numa amizade, uma música na hora certa, um silêncio.
O Deus em que acredito não me abandona, mas me exige mais do que uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres:  não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros.A cruz pesa onde tem que pesar: dentro.
É onde tudo acontece e este é o Deus que me acompanha:
 O Deus que eu acredito também não inventou o pecado, ou a segregação de credo.
E como ele me deu o Livre-Arbítrio, sou eu apenas que respondo e responderei pelos meus atos.

 (Rubem Alves)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Espíritos orientais e as diferenças raciais

        
      Os espíritos orientais se apresentam na umbanda cada vez mais ostensivamente. São entidades discretas, quase anônimas, apresentam certa resistência a darem um nome e mudam sua forma espiritual em conformidade ao local que irão atuar. São entidades de grandes conhecimentos ancestrais na magia e curas espirituais, serias e de vibrações sutilíssimas. 
        Temos que refletir os motivos dos espíritos manterem-se ligados às etnias terrenas. Sendo espíritos isto não seria dispensável? Como estamos falando de intercâmbio mediúnico entre planos dimensionais diferentes, em que se impõe comunicação entre os dois lados da vida, temos que considerar os aglomerados espirituais em torno do orbe e as migrações geográficas entre as encarnações. Experimentando em si as diferenças raciais de acordo com o local que o espírito encarna, vai ele aprendendo a exercitar o amor na diversidade. Como a maioria dos espíritos que atuam no astral tem compromisso evolutivo com a mediunidade e com àqueles que os recepcionam, por vezes optam por determinada forma de apresentação mais afim com seu compromisso evolutivo. Assim, as entidades que se apresentam como orientais no movimento umbandista vão se adaptando a cultura ocidental e se preparam para reencarnar no Brasil. Outros existem que não mais reencarnarão e se apresentam como hinduístas, árabes ou tibetanos simplesmente por simpatia e afinidade.
     São mentores de cura que apelam à razão, buscam esclarecer as causas das dores e enfermidades humanas bem como a necessidade de reforma íntima de cada cidadão.
        Registremos que os espíritos que tiveram vida corpórea nas diversas regiões orientais do orbe estão nas fileiras da umbanda desde o seu início.  Consideremos igualmente que não existe necessariamente uma linha do oriente, pois as entidades orientais se apresentam em todas as linhas vibratórias, embora haja cultos em dia especial para manifestação dos espíritos orientais. Então, não deve ser motivo de contrariedade um preto velho marroquino, um xangô da montanha tibetano, um ogum mandarim chinês, um oxoce indiano, mesmo que preponderem as formas de apresentação mais ligadas aos índios e africanos.
        Os espíritos orientais estão na umbanda com a missão de amalgamar os conhecimentos iniciáticos milenares do oriente com o cientificismo racionalista ocidental, sem perda do foco que é tornar os corações endurecidos mais amorosos, desde a índole religiosa orientalista asceta que foge do mundo até ao bom vivente mundano que se entrega ao apelo sensório carnal e materialista. Procuram fecundar nas mentes os reais valores espirituais, morais e éticos do Cristo Cósmico em consonância com os ensinamentos de Jesus e de todos os avatares do oriente.
        Na verdade, re-enfatizamos que o povo do oriente não se constitui em uma linha ou irradiação separada como a dos outros orixás. É uma gigantesca legião de espíritos que estão ligados ao Cristo Cósmico e tem como patrono um espírito irradiador de muita luz, e que em sua última encarnação conhecida recebeu o nome de João Batista, aquele que batizou Jesus e anunciava a chegada do Messias, tendo em sua vibração um raio cósmico direto do Cristo Planetário.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Falando de exu

Laroyê exu
         Ouve-se muito falar das peculiaridades, aparências e linguagens dos exus. Porém, pouco se diz sobre a vibração energética exu separada de entidades espirituais que atuam enfeixados nela.     
        Objetivamente, todo o movimento no cosmo em suas diversas dimensões vibratórias é exu. Se não fosse exu o universo seria estático e não haveria evolução. Desde o nascimento de uma estrela, um orbe, o balanço das ondas do mar e das folhas em uma árvore tem incidência de exu. Exu não é a energia primordial que forma tudo, mas a faz se movimentar. Se assim não fosse, não teríamos os descensos vibratórios de espíritos para encarnarem, assim como também ao desencarnarem não conseguiríamos voltar para a dimensão astral, ficando “presos” na crosta. A própria coesão molecular planetária é originada do movimento de aglutinação que a vibração de exu propicia. Por isto se diz na umbanda que não existe orixá sem exu. Quando manipulamos qualquer elemento, como flores ou ervas para os orixás, na verdade quem transporta o fluído liberado é a vibração de exu. Se exu tudo equilibra, abre e fecha, faz descer e subir, seja na horizontal ou na vertical, quais são as tarefas e peculiaridades das entidades que labutam nesta vibratória?
       Primordialmente, podemos dizer que são guardiões do carma, do Eu Crístico de cada individualidade. Atuam muito próximo ao Criador pela aplicação da lei universal de causa e efeito. Assim, pertos d’Ele não são dualistas e se expressam em similitude ao Uno e não se prendem a julgamentos de certo ou errado, bem ou mal, milagre ou pecado, como nos impuseram no inconsciente por milênios de culpa as religiões judaico-cristãs. O que aparentemente pode ser um mal em nossa limitada avaliação, para uma entidade exu é o necessário para o re-encaminhamento de um filho à equidade de suas ações. Imaginemos que uma determinada pessoa não admite que seu esposo seja médium umbandista. Afora colocar seu nome em uma corrente de orações na igreja que freqüenta, arquiteta vir junto com o pastor e mais um grupo de obreiros até o terreiro fazer um “barraco” no dia da sessão em que seu esposo se encontra presente.  Ao sair de casa para ir de encontro aos demais, o exu guardião do médium em questão, autorizado pelo guia chefe do terreiro no astral, dá um “toque” em seus ouvidos fazendo-a ter uma crise de labirintite, o que a impede de concretizar suas intenções. Numa outra tentativa, novamente advém a crise de labirintite e o impedimento da esposa intrometida na opção religiosa do esposo. Alguns dirão: “nossa, isto é uma maldade”. Para exu, nada mais é do que aplicação da lei, dado que a nossa irmã não está respeitando o livre arbítrio do companheiro e individualmente premedita um escândalo perante uma coletividade. Perde assim todo o direito de ação e tem a lei universal de causa e efeito contra si, potencializada pelo interesse coletivo diante do egoísmo individual.
        Exu não tem pena e não se liga emocionalmente. Ele simplesmente cumpre a aplicação da lei que imputa a todos que somos nós os responsáveis pelos nossos atos, doa a quem doer. Numa escala maior, exu se apresentará afim em sua forma no meio que atuará. Se no meio feio e de baixa vibração, será denso e horripilante para impor respeito. Nos páramos celestiais, se iguala em beleza aos arcanjos como vemos nas imagens católicas. A cada um de acordo com a sua afinidade e a do meio que o cerca. Obviamente, se não houver merecimento para a atuação de exu, nada adianta pedir em contrário. Há que se comentar que os pedidos e oferendas para exu fazer o mal ao outro, arrumar namoradas, conseguir empregos, derrubar desafetos, trazer amor de volta, e tantas outras artimanhas desrespeitosas para com o livre arbítrio e merecimento do próximo, nada tem haver com os verdadeiros exus da umbanda. Pode até ter na fachada do terreiro o nome umbanda, mas aí o engambelo, o engodo e a mistificação se fazem presentes, pois o falso exu tripudia encima do verdadeiro se ancorando no imediatismo das pessoas que o invocam. Enquanto persistir este escambo do toma lá da cá, teremos falsos exus, assim como temos falsos caboclos, pretos velhos, ciganos,..., tal qual existem engenheiros corruptos, médicos que fazem aborto, advogados que aceitam propinas; em igualdade com os falsos encantadores de serpentes ao longo da história. 


E! Exu! Pisa no toco de um galho só...  Pisa no toco,  pisa no galho, galho balança, Exu não cai.  Ô Ganga!   
 

domingo, 14 de novembro de 2010

Umbanda, 102 anos - surgiu no jardim mais uma flor


“Todas as Entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos àqueles que souberem menos, e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai”.

“O verdadeiro umbandista vive para a Umbanda, e não
 da Umbanda. Vim para criar uma nova religião, baseada no evangelho de  Jesus, e que terá como seu maior mentor o Cristo..."

Caboclo das Sete encruzilhadas em 16/11/1908

* * *

"Surgiu no jardim mais uma flor,
Mamãe Oxum trazendo paz e amor.
Que vai crescendo, por este imenso Brasil.
Bandeira branca de Oxalá, força do além,
Mãe caridosa que ao mundo deseja o bem...
Vai sempre em frente,
ó minha umbanda querida,
leva a doçura da vida para aqueles que não têm !"
Da atitude de Zélio de Moraes em 15 de novembro de 1908 que, incorporado, declarou estar "faltando uma flor" na mesa da Federação Espírita de Niterói, surgiu um dos pontos cantados mais belos da umbanda.
 

                                           

sábado, 13 de novembro de 2010

O poder dos médiuns

Como a ciência justifica as manifestações de contato com espíritos e por que algumas pessoas desenvolvem o dom

Suzane Frutuoso fotos Murillo Constantino / Isto é / Edição 2030
 
O espiritismo é seguido por 30 milhões de pessoas no mundo. O Brasil é a maior nação espírita do planeta. São 20 milhões de adeptos e simpatizantes, segundo a Federação Espírita Brasileira – no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2,3 milhões declararam seguir os preceitos do francês Allan Kardec, o fundador da doutrina. A mediunidade, popularizada pelas psicografias de Chico Xavier, em Uberaba (MG), ganhou visibilidade nos últimos anos na mesma proporção em que cresceu o espiritismo. Mas nada se compara ao poder da mídia atual, que permite debater os ensinamentos da religião por meio de livros, programas de tevê e rádio. Os romances com temática espiritualista de Zíbia Gasparetto, por exemplo, são presença constante nas listas de mais vendidos.
Embora não haja estatísticas de quantos entre os praticantes são médiuns, o que se observa é uma quantidade maior de pessoas que afirmam possuir o dom. O interesse pela religião fundamentada por Kardec (por isso também chamada de kardecismo) é confirmado pelo recorde de público do filme Bezerra de Menezes – o diário de um espírito, do cineasta Glauber Filho: 250 mil espectadores, desde o lançamento nos cinemas, em 29 de agosto. Um número alto para uma produção nacional. O longa, com o ator Carlos Vereza (também praticante do espiritismo) no papel-título, conta a história do cearense que ficou conhecido como “médico dos pobres”, se tornou ícone da doutrina e orienta médiuns em centenas de centros a se dedicar ao bem e à caridade.

i65610.jpgPSICOGRAFIA
Instrumento por meio dos livros
A psicóloga Marilusa Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, é conhecida no espiritismo pela sua vasta literatura psicografada. Em 40 anos de dedicação à mediunidade, publicou 61 livros. Seu orientador é o espírito do poeta Tomás Antonio Gonzaga, que participou da Inconfidência Mineira. A dedicação à psicografia levou Marilusa a fundar em 1985 a Editora Espírita Radhu, sigla para renúncia, abnegação, desprendimento e humildade, a base dos ensinamentos na doutrina. Ela reúne outros dons, como ouvir, falar e enxergar espíritos e ser instrumento deles na pintura mediúnica. “Os vários tipos surgiram desde a infância”, conta Marilusa, que nasceu numa família espírita. “O controle da mediunidade é indispensável. O médium não é joguete do espírito. Eles interagem, num acordo mútuo de tarefa.”
Os espíritas dizem que todas as pessoas têm algum grau de mediunidade. Qualquer um seria capaz de emitir pensamentos em forma de ondas eletromagnéticas que chegariam a outros planos. O que torna algumas pessoas especiais, segundo os praticantes, a ponto de se transformarem em canais de comunicação com os mortos, é uma missão – designada antes mesmo de nascerem, determinada por ações em vidas anteriores e que tem na caridade o objetivo final. “É uma tarefa em favor da evolução de si mesmo e da ajuda ao próximo”, diz Julia Nesu, diretora do departamento de doutrina da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Fenômenos relacionados a pessoas que falavam com mortos e envolvendo objetos que se mexiam são relatados desde o século XVII, tanto na Europa quanto nas Américas, mas hoje cientistas tentam compreender o fenômeno. Algumas linhas de pesquisa mostram que o cérebro dos médiuns é diferente dos demais.
São cinco os meios de expressão da mediunidade. A psicografia, que consagrou Chico Xavier, é a mais conhecida. Nela, o médium escreve mensagens e histórias que recebe de espíritos. Estaria sob o controle deles o que as mãos transcrevem. A vidência permite enxergar os mortos que não conseguiram se desvencilhar da Terra ao não aceitarem a morte ou que aparecem para enviar recados a entes queridos. Na psicofonia, o sensitivo é capaz de ouvir e reproduzir o que os espíritos dizem e pedem. A psicopictografia, ou pintura mediúnica, permite ao médium ser instrumento de artistas desencarnados (termo usado pela doutrina para designar mortos). A mediunidade da cura é responsável pelas chamadas cirurgias espirituais. Não é incomum um mesmo indivíduo reunir mais de um tipo de dom.

i65611.jpgVIDÊNCIA
Ver e auxiliar aqueles que estão em outro plano
Aos cinco anos, o chefe de faturamento hospitalar Ivanildo Protázio, de São Paulo, 49 anos, pegava no sono com o carinho nos cabelos que uma senhora lhe fazia todas as noites. Descobriu tempos depois que era a avó, morta anos antes. Aos 19 anos, os espíritos já se materializavam para ele. “Nunca tive medo. Sempre me pareceu natural.” A mãe, que trabalhava na Federação Espírita, o encaminhou para as aulas em que aprenderia a lidar com o dom. Hoje, Protázio é professor de educação mediúnica. Essa é uma parte da sua missão. A outra é orientar os espíritos que lhe pedem auxílio para entender o que aconteceu com eles. A oração é o remédio. “Os espíritos superiores me ensinaram a importância da caridade para nossa própria evolução.”
A reportagem de ISTOÉ presenciou uma manifestação mediúnica em Indaiatuba, interior de São Paulo. O tom de voz baixo e os gestos delicados de Solange Giro, 46 anos, sugeriam que ela carrega certa timidez ao expor a própria vida numa conversa com um estranho. Cerca de duas horas depois, porém, é difícil acreditar no que os olhos vêem. Diante de uma tela em branco, sobre uma mesa improvisada com dezenas de tubos de tinta, a mulher começa a pintar um quadro na seqüência de outro. O tempo gasto em cada um não passa de nove minutos. As obras são coloridas e harmoniosas. “Nunca fiz aula de artes. Mal conseguia ajudar meus filhos com os desenhos da escola”, diz, minutos antes da apresentação. A discreta Solange dá lugar a uma pessoa que fala alto, canta e encara os interlocutores nos olhos, com ar desafiador. A assinatura nas telas não leva seu nome, mas de artistas famosos – e já mortos –, como Monet, Mondrian e Tarsila do Amaral. Seria uma interpretação digna de uma atriz? Talvez. O que difere o momento de uma encenação é subjetivo e dá margem a dezenas de explicações – convincentes ou não. Talvez seja possível encontrar respostas no que a artista diz a cada uma das pessoas da platéia presenteadas com um dos dez quadros produzidos na noite. Enquanto entregava a obra, ela desferia características e situações de vida de cada um absolutamente desconhecidas dela. O mentor que a guia é o médico holandês Ernst, que viveu no século XVII. A sensitiva garante que era ele, não ela, quem estava presente na pintura dos quadros.
Nem sempre é fácil aceitar a mediunidade, que pode causar medo quando começa a se manifestar. “Ainda hoje não gosto quando vejo o possível desencarne de alguém. Nestas horas, preferia não saber”, conta a psicóloga Marilusa Moreira Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, que psicografa. O médium de cura Wagner Fiengo, analista fiscal paulistano, 37 anos, chegou a se afastar da doutrina. “Aos 13 anos não entendia por que presenciava aquilo.” Para manter a sanidade e o equilíbrio, as pessoas que possuem dons e querem fazer parte da religião espírita precisam se dedicar à educação mediúnica. O curso leva cinco anos. Inclui os ensinamentos que Allan Kardec compilou no Livro dos espíritos – a obra que deu base ao entendimento da doutrina – e no Livro dos médiuns – que explica quais são os tipos de mediunidade, como eles se manifestam e os cuidados a serem tomados. Entre eles, o combate a falhas de comportamento, como vaidade, orgulho e egoísmo. O espiritismo prega que as imperfeições da personalidade atraem espíritos com a mesma vibração. “O pensamento é tudo. Aqueles que pensam positivo atrairão o que é semelhante. O mesmo acontece com o pensamento negativo e os vícios. Quem gosta de beber, por exemplo, chama a companhia de espíritos alcoólatras”, afirma o professor de educação mediúnica Ivanildo Protázio, 49 anos, de São Paulo, que tem o dom da vidência.
Imaginar que convivemos no cotidiano com pessoas que estão mortas vai além da compreensão sobre a vida – pelo menos para quem não acredita em reencarnação. Mas até na ciência já existem aqueles que conseguem casar racionalidade com dons espirituais. Esses especialistas afirmam que a mediunidade é um fenômeno natural, não sobrenatural. E que o mérito de Allan Kardec foi explicar de maneira didática o que sempre esteve presente – e registrado – desde a criação do mundo em todas as religiões. O que seria, dizem os defensores da doutrina, a anunciação do Anjo Gabriel a Maria, mãe de Jesus, se não um espírito se comunicando com uma sensitiva?
Apesar desse contato constante, os mortos, ou desencarnados, como preferem os espíritas, não aparecem em “carne e osso”. A ligação com o mundo dos vivos seria possível graças ao perispírito, explica Geraldo Campetti, diretor da Federação Espírita Brasileira. “Ele é o intermediário entre o corpo e o espírito. A polpa da fruta que fica entre a casca e o caroço.” O perispírito seria formado por substâncias químicas ainda desconhecidas pelos pesquisadores terrenos, garantem os adeptos do espiritismo. “É a condensação do que Kardec batizou como fluido cósmico universal”, afirma o neurocirurgião Nubor Orlando Facure, diretor do Instituto do Cérebro de Campinas. Nas quatro décadas em que estuda a manifestação da mediunidade no cérebro, Facure mapeou áreas cerebrais que seriam ativadas pelo fluido.
CURA
Cirurgias sem dor nem sangue
O primeiro espírito a se materializar para o analista fiscal Wagner Fiengo, 37 anos, de São Paulo, foi de um primo. Ele tinha dez anos, teve medo e se afastou. Mas, na juventude, um tio, seguidor da doutrina, avisou que era hora de ele se preparar para a missão que lhe fora reservada. Por meio da psicografia, seu guia espiritual, o médico Ângelo, informou que teriam um compromisso: curar pessoas. Ele não foi adiante. Uma pancreatite surgiu sem que os médicos diagnosticassem os motivos. Há quatro anos, seu guia explicou que as doenças eram ajustes a erros que Fiengo havia cometido numa vida passada. A missão era a forma de equilibrar a saúde e a alma. Em 2004, iniciou as cirurgias espirituais. Ele diz que não é uma substituição ao tratamento convencional. “É um auxílio na cura de fatores emocionais e físicos.”
Comprovar cientificamente a mediunidade também é objetivo do psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira, professor de medicina e espiritualidade da Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Médica-Espírita de São Paulo. Com exames de tomografia, ele analisou a glândula pineal (uma parte do cérebro do tamanho de um feijão) de cerca de mil pessoas. “Os testes mostraram que aqueles com facilidade para manifestar a psicografia e a psicofonia apresentam uma quantidade maior do mineral cristal de apatita na pineal”, afirma Oliveira. Ele também atende, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, casos de pacientes de doenças como dores crônicas e epilepsia que receberam todos os tipos de tratamento, não tiveram melhora e relatam experiências ligadas à mediunidade. “Somamos aos cuidados convencionais, como o remédio e a psicoterapia, a espiritualidade, que vai desde criar o hábito de orar até a meditação. E os resultados têm sido positivos.” Uma pesquisa de especialistas da USP e da Universidade Federal de Juiz de Fora, publicada em maio no periódico The Journal of Nervous and Mental Disease, comparou médiuns brasileiros com pacientes americanos de transtorno de múltiplas personalidades (caracterizado por alucinações e comportamento duplo). Eles concluíram que os médiuns apresentam prevalências inferiores de distúrbios mentais, do uso de antipsicóticos e melhor interação social.
A maior parte dos cientistas acredita que a mediunidade nada mais é do que a manifestação de circuitos cerebrais. Alguns já seriam explicáveis, como os estados de transe. Pesquisas da Universidade de Montreal, no Canadá, e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, comprovaram que, durante a oração de freiras e monges católicos, a área do cérebro relacionada à orientação corporal é quase toda desativada, o que justificaria a sensação de desligamento do corpo. Os testes usaram imagens de ressonâncias magnéticas e tomografias feitas no momento do transe.
A teoria seria aplicável ao transe mediúnico, quando o médium diz incorporar o espírito e não se lembra do que aconteceu. Pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, estudaram pessoas que estiveram entre a vida e a morte e relataram se ver fora do próprio corpo durante uma operação ou entrando em contato com pessoas mortas. Os estudiosos concluíram se tratar de um fenômeno fisiológico produzido pela privação de oxigênio no cérebro. Trabalhando sob stress, o órgão seria também inundado de substâncias alucinógenas. As imagens criadas pela mente seriam apenas a retomada de percepções do cotidiano guardadas no inconsciente.

PSICOPICTOGRAFIA
Milhares de quadros pintados
Criada numa família católica, Solange Giro, 46 anos, de Parapuã, interior de São Paulo, teve o primeiro contato com o espiritismo aos 20 anos, ao conhecer o marido. Ele, que perdera uma noiva, buscava o entendimento da morte. Já casada e com dois filhos, passou a sofrer de depressão. Encontrou alívio na desobsessão (trabalho que libertaria a pessoa de um espírito que a domina). A mediunidade dava os primeiros sinais. Logo passou a ouvir e ver espíritos. O dom da psicografia veio em seguida. Era um treino para ser iniciada na pintura mediúnica. “Pintei cinco mil quadros no primeiro ano. Estão guardados. Não tive autorização para mostrálos”, conta Solange, que diz nunca ter estudado artes. Nos últimos 13 anos, ela recebeu aval de seu mentor para vender os quadros. O dinheiro é revertido para a caridade.
O psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira rebate a incredulidade. “Se uma pessoa está em cirurgia numa sala e consegue descrever em detalhes o que ocorreu em um ambiente do outro lado da parede, é possível ser apenas uma sensação?” Essa é uma pergunta que nenhuma das frentes de pesquisa se arrisca – ou consegue – a responder com exatidão. Da mesma maneira que todos os presentes à sessão de pintura em Indaiatuba saíram atônicos, sem conseguir explicar como alguém que conheceram numa noite foi capaz de decifrar suas angústias mais inconfessáveis.
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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mediunidade em ambiente doméstico



Fonte: Livro Vozes de Aruanda - Ed. Conhecimento.

PERGUNTA: Observamos alguns irmãos umbandistas arrastarem móveis, a fim de obter espaço para improvisar congás em suas residências. Logo estão a dar consultas e todo tipo de atendimento em suas moradas.Qual vossa opinião sobre as atividades de caridade realizadas em ambiente doméstico?
RAMATÍS: Infelizmente, esta situação é corriqueira.É generalizado o desconhecimento dos fundamentos mínimos da consagração vibratória de um templo de umbanda. Os trabalhos realizados durante uma sessão de caridade (consulta, desobsessão, desintegração de formas de pensamento, morbos psíquicos e larvas astrais), aliado ao desmanche de magia negra e de outras ferramentas de ataques psíquicos espirituais, necessitam de campos de força adequados para proteção, como forma de dissolver todos os restos fluídicos que ficam pairando no local, no éter circunscrito à crosta terrestre.É como se uma casa de umbanda fosse uma enorme usina de reciclagem de lixo astral. Atividades sem nenhuma fundamentação defensiva no campo da alta magia, não amparadas pela corrente mediúnica e os devidos condensadores energéticos, tendem a se tornar objetos de assédios das regiões trevosas.
Os trabalhos de caridade em vossas residências impregnam negativamente o ambiente doméstico. Há uma diferença enorme da benzedeira, que é toda amor e ora ardente no cantinho de sua choupana, com fé desinteressada, e os médiuns vaidosos que trabalham em casa com seus guias “poderosos”, que tudo fazem por meia dúzia DE MOEDAS. Os que persistem em sua arrogância, a ponto de prescindir de um agrupamento e de um templo ionizado positivamente para a descarga fluídica de uma sessão de caridade, acabam tornando-se instrumentos das sombras, muitas vezes à custa da desunião familiar, de doenças e ferrenhas obsessões.






*Muitas vezes o médium se acha estar coberto de "boas intenções" ao começar a montar em sua residência um congá para atendimento. A princípio apenas para os familiares e conhecidos. Ou seja, inicialmente não tem intenção de cobrar pelo atendimento que fará. Entretanto, o que verdadeiramente o motivou não foi o amor, mas sim a arrogância e vaidade em não admitir-se sob o comando de outro encarnado e atuar fraternalmente entre irmãos. Desejoso de ser o "chefe do terreiro" sempre vê mais defeitos do que qualidades em qualquer terreiro que freqüente. Sempre visualiza o quão perfeito será o seu próprio terreiro.

 Com isso em mente abre o seu "congá" e começa a trabalhar, com o passar do tempo sem o devido preparo, sente falta do mesmo, mas não o admite e não busca auxílio em outra corrente e vai cada vez mais sendo enfraquecido. E não admite porque o que inicialmente o motivou a abrir o congá foi a empáfia, arrogância e a vaidade.

Sendo alvo constante do astral inferior (o que todo dirigente o é), vai fenecendo, até que as suas entidades (guias e protetores) não podem ou conseguem mais atuar ativamente sendo gradativamente substituídas por inteligências trevosas que se fazem passar por entidades de luz.

 A essa altura a sua antiga "residência" já é um terreiro sim, um centro, mas um centro de concentração de forças trevosas que atuarão forte e implacavelmente na manutenção deste lugar, tranformando o médium chefe e todos os seus seguidores em servidores de suas forças. O processo obsessivo está nesse estágio no seu ponto máximo que é a fascinação.

 Portanto, senhores médiuns cuidado! O nosso maior inimigo está dentro de nós mesmos e se chama vaidade! Ninguém é dono da verdade e terreiro algum é perfeito! Busquemos pois nos unir em nossos momentos de dúvida e aflição para que possamos sempre também estarmos unidos nos momentos de glória e alegria!





Oxalá nos abençoe!
*Mãe Iassan


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mironga para problemas afetivos


       Mironga é como chamamos o feitiço de preto-velho, a mandinga de negro em favor aos filhos que o procuram. Aqui vão algumas mirongas que essa nega véia tem a ensinar para resolver as dificuldades do coração. Leia tudo com muita atenção e principalmente, aplique isso no seu dia-dia. Grande é a força dessas pequenas dicas…
1 – Aprenda a viver sozinho. Caso você não consiga nem viver consigo mesmo, como poderá levar felicidade e alegria para outra pessoa? Primeiro relacione-se com seu eu interior. Depois busque alguém.
2 – Assuma a responsabilidade pelo seu relacionamento. Não é magia, inveja, ciúmes de terceiros, etc, que irá separar aquilo que o amor uniu.
3 – É claro que também nenhuma simpatia, reza ou trabalho irá unir ou “amarrar” aquilo que a falta de carinho desuniu.
4 – Simplificando: quem procura as coisas ocultas para resolver problemas sentimentais é imaturo. Ruim do juízo e doente do coração.
5 – Desapegue-se! Ser humano é um bicho apegado. O único problema é: o amor é um sentimento livre. Um eterno querer bem. Um carinho incondicional. Quase um sentimento de devoção. Se você “gosta” tanto de alguém, que prefere ele “morto” do que feliz com outra pessoa, escute: Isso não é amor! Simples ilusão disfarçada…
6 – Aprenda que ninguém irá te completar. Você já é completo! Mas quando um relacionamento é calcado no mais puro amor, muito do amado vive no amante, e muito do amante pra sempre viverá no amado. Quer milagre maior que esse?
7 – Melhor sozinho do que mal acompanhado! Sabedoria popular, mas o que têm de doutor e doutora que não consegue entender isso.
8 – Ponha o pé no chão e esqueça essa história de alma gêmea. Pare de enfeitar suas próprias desilusões com devaneios ditos espiritualistas. Encare a realidade de frente.
9 – A vida vai passando, com ele/a, ou sem ele/a. E a morte se aproximando…
10 – Por isso, vão viver a vida meus filhos! Quem sabe ela não está guardando um presente para vocês? Não existe mironga maior que essa…

Vó Dita – 11/02/07 (Recebida por Fernando Sepe)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

As reencarnações dos animais conduzem ao humano

"O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou o sacrifício de aves e animais, quer para homenagear entidades, quer para fortificar a minha mediunidade... Nunca recebi um centavo pelas curas praticadas pelos guias. O Caboclo abominava a retribuição monetária ao trabalho mediúnico. Não há ninguém que possa dizer, no decorrer destes 66 anos, que retribuiu uma cura (e foram aos milhares) com dinheiro."
ZÉLIO DE MORAES
obs.: Zélio de Moraes faleceu no dia 03 de Setembro de 1975
 
*Qual vossa opinião sobre o sacrifício de animais na Umbanda?
RAMATÍS: a Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamentos vibratórios dos Orixás e nem realiza ritos de iniciação para fortalecer o tônus mediúnico com sangue. Não tem nessa prática legítima de outros cultos, um dos seus recursos de oferta às divindades. A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda - assim como em outras religiões. Suas oferendas se diferenciam das demais por serem isentas de sacrifícios de animais pelo fato de preconizarem o amor universal e, acima de tudo, o exercício da caridade como reverência e troca energética junto aos Orixás e aos seus enviados, os guias espirituais. É incompatível ceifar uma vida e fazer a caridade, que é a essência do praticar amoroso que norteia a Umbanda do Espaço. Toda oferenda deve ser um mecanismo estimulador do respeito e união religiosa com o Divino, daí com os espíritos da natureza e dos animais - almas grupo-, que um dia encarnarão no ciclo hominal, assim como já fostes animal encarnado em outras épocas.
*E os dirigentes de centros que sacrificam em nome da Umbanda?
RAMATÍS: reconhecemos que na mistura de ritos existentes, se confundem o ser e o não ser umbandista. Observai a essência da Luz Divina - fazer a caridade - e sabereis separar o joio do trigo. Tal estado de coisa reflete a imaturidade e despreparo de alguns dirigentes que se iludem pela pressão de ter que oferecer o trabalho "forte". As exigências de quem paga a consulta e o trabalho espiritual e quer resultados "para ontem" acabam impondo um imediatismo que os conduz a adaptarem ritos de outros cultos ao seus terreiros. Na verdade há uma enorme profusão de rituais que naturalmente é confusa, refletindo o estado da consciência coletiva e o sistema de troca com o além estabelecido que viceja: o toma lá da cá. Toda vez que um médium aplica um rito em nome do Divino e sacrifica um animal, interfere num ciclo cósmico da natureza universal, causando um desequilíbrio, desde que interrompe artificialmente o "quantum" de vida que o espírito ainda teria que ocupar no vaso carnal, direito sagrado concedido pelo Pai. Pela Lei de Causa e Efeito, quanto maior seu entendimento da evolução espiritual - que inexoravelmente é diferente da compreensão do sacerdote tribal de antigamente -, ambição pelo ganho financeiro, vaidade e promoção pessoal, tanto maior será o seu carma a ser saldado, mesmo que isto aparentemente não seja percebido no momento presente. Dia chegará, que tais medianeiros terão que prestar contas aos verdadeiros e genuínos "zeladores" dos sítios sagrados da natureza que "materializam" os Orixás aos homens e oportunizam os ciclos cósmicos da vida espiritual - as reencarnações sucessivas das almas-grupo dos animais em vosso orbe.
Lembrai-vos que quanto maior a inteligência tanto maior pode ser a ambição no exercício do sacerdócio religioso. Aos que muito sabem e ambicionam, muito será cobrado pelos Orixás.

*E os que justificam o sacrifício animal como "inofensivo" dizendo que não causa nenhum carma negativo?
RAMATÍS: o carma coletivo que rege os movimentos ascensionais não se prende as crenças humanas e trata-se de lei universal. Vós que sois homens e caminham à angelitude tal qual os animais rumam a humanização gostaríeis de ter vossa garganta cortada e sangue vertido até a última gota entre ladainhas, campânulas e mantras que culminam num ápice com transe de possessão? Assim fazem com os animais que rumam para se humanizar. Mesmo que os irmãos menores do orbe sejam somente instintos, regem-nos uma Inteligência Superior que os leva a inexorável individualização, direito cósmico sagrado que os conduz ao encarnarem num corpo hominal.        Quanto maior a consciência menor a ignorância das verdades cósmicas e mais amplos os débitos ou créditos na contabilidade sideral de cada cidadão. A finalidade superior das almas grupos e dos animais é não serem escravizados e cruelmente despedaçados pelos crentes religiosos que acabam bloqueando-lhes o direito sagrado de aquisição dos princípios rudimentares de inteligência pela convivência pacífica e amorosa com os humanos, experiência propiciatória para que paulatinamente formem os veículos – corpo astral e mental – para oportunamente virem a estagiar no ciclo encarnatório humanóide.
       Reflitam os que matam os animais em nome dos santos se gostaríeis que os anjos para se tornarem arcanjos viessem vos cortar em pedaços e “chupar” vosso sangue para se saciarem nos páramos celestiais.        

* este texto faz parte dos livros "Diário Mediúnico" e "Mediunidade e Sacerdócio"
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