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sábado, 15 de agosto de 2015

ESOTERISMO DE UMBANDA - MEDIUNIDADE E MOVIMENTOS ENERGÉTICOS.

 POR SI SÓ, CURSOS OU RITOS DE CONSAGRAÇÃO NÃO GARANTEM O PREPARO DE UM MÉDIUM MAGISTA.



   Durante o acoplamento mediúnico, os mentores utilizam uma grande quantidade de energias, tanto as originadas dos condensadores energéticos do terreiro, como as do médium e as atraídas pelo próprio mentor através de vários processos magísticos. Estas energias são direcionadas para a manutenção do contato mediúnico, para a consulta e ativações sobre o consulente e também como ajustes para o próprio médium. A Entidade responsável pelo mediunismo de seu aparelho sabe como ativar, paulatinamente, certos conteúdos do inconsciente do médium, possibilitando um aprimoramento psíquico e também expandindo gradualmente suas percepções do Plano Astral.

   Quando uma Entidade da Umbanda atua sobre seu médium, movimenta as variantes do Prana (Prana, Apana, Vyana, Udana e Samana), de acordo com a vibratória original dela e com as forças que ela necessita para desenvolver determinado trabalho. Para que isto ocorra de maneira satisfatória, sem prejuízo para o médium, é preciso que o mesmo esteja com seus canais mediúnicos “limpos”, com seus condutores energéticos desimpedidos. Estes canais mediúnicos e condutores energéticos referem-se aos chacras no Organismo Astral, aos Plexos no Organismo Etéreo-físico e a pequenos canais com funções semelhantes às dos vasos sanguíneos ou fibras nervosas, denominados pelos hindus como nadis ou pipas, e pelos chineses como meridianos, no organismo etérico.

   Para que um médium possa estar com seus fluxos energéticos adequados, duas condições devem ser observadas:

1º - o médium deve cultivar valores morais positivos, zelar por seus pensamentos e sentimentos, procurando conhecer-se e utilizando as práticas orientadas pelos mentores de sua casa em como proceder para atingir este objetivo;

2º - deve procurar os alimentos mentais, astrais e físicos apropriados para restabelecer o desgaste energético a que é submetido no dia-a-dia pelo exercício de suas atividades mediúnicas, isto se faz através de visualizações, cantos ou mantras, da magia vegeto-astro-magnética e pela frequência nos sítios sagrados da Natureza.

   A atenção para esses fatores básicos impedem que o médium tenha suas forças exauridas, que se comporte como uma bateria elétrica que se descarrega e não mais funciona.

   Mantendo constantes esses princípios o médium será como um gerador de energia, capaz de transformar energias negativas em positivas, ou mesmo absorver energias positivas e mudar seu estado para mais sutil ou mais denso (ex: a transformação de energia etérica em astral, e vice-versa). Estamos aqui nos referindo aos médiuns verdadeiramente assistidos pelo Astral Superior.

   Devido às dificuldades impostas pelo próprio médium, muitas vezes os Mentores não podem movimentar todo potencial energético de que dispõem, pois o médium com seus condutores alterados, oferecendo resistência à passagem de correntes, poderia ter sua constituição ameaçada em sua integridade. Este é um dos motivos pelos quais raros médiuns são qualificados como médiuns-magistas - e apômetras -, tendo suas ações restritas a certas movimentações leves da magia etéreo-física, sem as chamadas Ordens e Direitos de atuação neste âmbito. A condição de suportar todo o “embate” de energias envolvidas na magia, que fazem do médium um mago e sacerdote, é aquisição de vidas passadas, um “dom, que cursos ou ritos não podem oferecer. Isto é importante ficar claro, pois hoje a democratização destes cursos e consagrações, que são oferecidos a qualquer um indistintamente, passa a impressão que magia no mediunismo é algo simples e fácil, bastando fazer o curso com ciclano ou beltrano e ser consagrado para adquirir-se certos “poderes” que são uma ilusão.

   Reflitamos que após ter iniciado suas atividades como médiuns, a maioria dos indivíduos tem ainda seus canais energéticos com certos estreitamentos locais, certas “deformidades”, que correspondem às imperfeições mentais e astrais que vibram do subconsciente gerados por atos em outras vidas (ressonâncias de vidas passadas), armazenados na memória astral e que influenciaram na organização etéreo-física do presente corpo astral. Através dos ritos de adestramento mediúnico, da doutrina e até da atividade prática que exige tempo, as vezes muito tempo e paciência, os mentores em contato mediúnico desfazem certos bloqueios energéticos e, por consequência, desativam na memória astral inconsciente do médium os conteúdos que originaram estes bloqueios. Esta sutil e programada interferência sobre a memória perene (registros de vidas passadas) do médium é feita à medida que o mesmo vai adquirindo condições, através do aprendizado com os mentores e com o Mestre encarnado que o orienta, de resolver estes dilemas conscienciais e seguir avante na jornada evolutiva espiritual.

   Dissemos que conforme a ligação entre o médium e o mentor que lhe assiste vai se estreitando, se há o empenho do médium na observância das maneiras de manter o mediunismo no tempo, os "nós" e "deformações" dos condutos energéticos vão se dissolvendo lentamente e os conflitos conscienciais que os geraram também vão sendo equacionados. Esta fluência maior de energias permite uma ampliação da atuação do Mentor sobre aquele médium, nas consultas e trabalhos. De fato, quanto mais sintonizado estiver o discípulo, mais há o deslocamento da atuação mediúnica que passa do campo etéreo-físico e astral para o campo mento-astral. Entretanto, embora outras formas de comunicação mediúnica possam ser utilizadas, estes médiuns e seus Mentores não devem se esquece da mecânica de incorporação, tão necessária na atualidade às grandes massas, pelas provas inegáveis da vida do espírito.

   Em função do tipo de atuação mediúnica e da vibratória da entidade, há certa predominância de uma das variantes do Prana. Estas energias significam fonte de vida para todos os seres e provêm mais diretamente do Sol, embora soframos influências de todos os astros e sítios da natureza, recompondo-se em seu espectro de variantes (as cinco acima citadas ou dez se considerados seus aspectos negativos) após a entrada na atmosfera terrestre. O Poder Volitivo dos Orixás Ancestrais com Exu – Agente Mágico Universal - é o responsável pelas variações do Prana e pela manutenção da vida no planeta, nos reinos mineral, vegetal e animal que são a base de sustentação da vida e dos processos de encarne e desencarne do Reino Hominal.

   A Ciência da Movimentação de Forças Sutis de acordo com os Ciclos e Ritmos do Universo, sob a Lei Suprema, faz parte da Doutrina de Umbanda, ensinada pelos seus Guias Astralizados que muitas vezes se apresentam nos terreiros como simples Caboclos e Pretos-Velhos. Assim o fazem no intuito de demonstrar que precisamos de fortaleza moral e de atividade efetiva em nossa vida espiritual para estarmos em harmonia com as correntes cósmica da evolução que levam da Matéria ao Espírito, da Morte à Vida Eterna, da Ilusão à Realidade, mas, acima de tudo, de muita humildade, amor e propósito em servir desinteressadamente, o que nos parece, infelizmente, estar faltando hoje em dia, no afã de conseguirmos poderes, sermos magos, sacerdotes e consagrados, tudo muito rapidamente.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

OBRAS NO TRIÂNGULO DA FRATERNIDADE

Prezados irmãos planetários,

   Neste momento, ACONTECE no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, execução da obra de impermeabilização da laje dos 3 banheiros, 2 internos e 1 externo. Teremos telhado novo e calhas para coleta e canalização adequada da chuva no corredor - vão lateral - entre os banheiros e o terreiro. Este espaço será utilizado para "depósito" do lixo que produzimos - humano e litúrgico; como folhas, flores, resto de velas, etc, adequando-nos ao descarte do lixo produzido em conformidade com a atual legislação orgânica do município.

   Trata-se ainda da segunda etapa da obra no telhado que iniciou semana passada, pois refizemos todo o telhado velho do segundo piso, que estava seriamente danificado depois de uma chuva de granizo e com várias goteiras.

     Os recursos investidos à vista, entre material e mão de obra, ultrapassarão os R$ 8.000,00. O custeio que viabiliza a comissão de obras vêm de uma parte da mensalidade e de outra parte - principal - da venda da Livraria do Triângulo - bazar e livros.

  Em breve estaremos pintando a casa, corredores e banheiros internos.

    Contamos com a conscientização de todos no uso e preservação pró ativa dos bens materiais coletivos, pois sem eles não poderíamos fazer a caridade através da mediunidade.

COMISSÃO DE OBRAS

GRUPO DE UMBANDA TRIÂNGULO DA FRATERNIDADE




domingo, 2 de agosto de 2015

RAÍZES DO CULTO AOS ORIXÁS – PRECONCEITO E PSEUDO SUPERIORIDADE RACIAL.


    
Por Norberto Peixoto. 

    Tenho verificado que o pior preconceito é o velado, o dissimulado, àquele que não se mostra. Por dentro da Umbanda, sendo o que vivencio e posso falar, ainda existe sim, muito preconceito. Há os que preconizam uma Umbanda pura, e o esforço de busca desta pseudo pureza doutrinária é proporcional à exclusão de tudo que remete à África. Verifiquemos que as inteligências intelectuais históricas da Umbanda criaram orixás “novos”, foram buscar nos vedas e nas escrituras hebraicas – cabala – referências para explicar as raízes do culto aos orixás, desprezando a rica etnografia africana, especificamente nagô iorubana.
    Tivemos um marcante e histórico recorte etnográfico inicial com o trabalho de Nina Rodrigues, no inicio do século passado, O ANIMISMO FETICHISTA DOS NEGROS BAIANOS, que embora preconceituoso, pois absorve o conceito de superioridade de raças vigente na Europa e decorrente do iluminismo francês, ao qual por sinal, o próprio Allan Kardec bebeu na fonte, tendo escrito um artigo a respeito na revista espírita A IMPERFECTIBILIDADE DA RAÇA NEGRA, que diz que os espíritos atrasados reencarnariam em corpos africanos e chineses - uma “mancada” pessoal de Allan Kardec que não foi abalizada pelos espíritos da codificação e assim não desmerece sua importante obra -, é válida a pesquisa de campo de Nina Rodrigues, sendo o marco inicial do estudo antropológico das religiões africanas no Brasil.  
    No Brasil, conforme Nina Rodrigues em seu segundo estudo etnográfico OS AFRICANOS NO BRASIL, o culto foi “unificado” e centralizado num mesmo espaço sagrado. Ou seja, os orixás principais são cultuados num mesmo espaço e tempo, num mesmo rito, que é único por não existir igual em África. Todavia, a descentralização de poder, cada sacerdote é totalmente independente, causou um enfraquecimento ético e moral em muitos casos, especialmente logo após a abolição da escravatura, conforme este autor. Assim tivemos uma prevalência da rica cosmogonia nagô iorubana, e quando falamos em orixás bebemos inexoravelmente nesta fonte, mesmo com todas as  absorções e reinterpretações que houveram na diáspora africana no Brasil, o culto aos orixás se mantém vivo e pujante em nossa pátria como em nenhuma outra no planeta. Há que se considerar que originalmente o culto aos orixás era “fragmentado”, cada cidade ou comunidade cultuava um orixá. Havia um poder central organizador e disciplinador, uma confraria – espécie de maçonaria – de babalaôs que ordenava e “fiscalizava” os aspectos éticos e morais do culto.
    Acredito fielmente que na atualidade estejamos vivenciando um forte impulso de retomada ética e moral do culto aos orixás no Brasil, independente de denominação religiosa e de diferenças rituais, observo um crescimento da ética – Sabedoria de Ifá -, dos antigos babalaôs, que robustece a religiosidade com os orixás. Sem dúvida, o Brasil é o maior país “africano” de culto aos orixás, pois em terras africanas os muçulmanos e católicos reduziram significativamente o culto, num processo de aculturação e domínio catequista perverso.
    Infelizmente, temos muito ainda a melhorarmos no tocante ao preconceito, pois sabemos que é muito forte ainda o ideal de raça superior, que está impregnado no imaginário coletivo, a ponto de idealizarmos raças extraterrestres evoluídas, brancas, de cabelos loiros e olhos azuis.
    Espero com este pequeno artigo ter contribuído para a reflexão sobre as raízes de origem do culto aos orixás, independente de denominações religiosas.     
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